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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Uma nova maldição

Por Eduardo Louro

 

 

O Benfica perdeu ontem mais que um jogo, em Paços de Ferreira, como aqui disse logo após o jogo. Perdeu um jogo que não poderia perder, e não é a primeira vez que isso acontece. Um jogo que marcava o início da segunda volta, que lhe permitia alargar para 9 pontos a vantagem para o segundo, e que acabaria com todas as pretensões dos adversários.

Mas perdeu muito mais. Interrompeu uma série de 90 jogos, e perto de 3 anos, para o campeonato, sem marcar. E marcar é meio caminho andado para ganhar… E interrompeu uma série de 9 jogos sem sofrer golos. E não sofrendo golos não se perde…

E com tudo isto partiu-se uma gigantesca onda de entusiasmo vermelho que varria o país e empurrava a equipa a equipa para a frente, como ainda ontem viu, até adormecimento colectivo a meio da primeira parte. Perdeu-se um estado de alma, e uma soberba vantagem psicológica de consequências imprevisíveis. Ao mesmo tempo ressuscitou-se psicologicamente o principal adversário, que já estava de rastos.

E ganhou-se uma nova maldição. Depois da maldição de Bella Gutman, surge agora a maldição dos Barreiros. Ganhar ao Marítimo nos Barreiros dá azar, paga-se logo a seguir. Foi assim que o Benfica perdeu o campeonato há dois anos. Tida então como a última grande dificuldade do campeonato, ganhar esse jogo significaria ganhar o campeonato. O Benfica ganhou, o Marquês foi reservado… e depois foi o que se sabe, com o Estoril, na Luz. E o tal minuto 92, no Dragão… Desta vez era a última jornada da primeira volta, e ganhar representaria virar a página do campeonato com 6 pontos de vantagem. Ganhar da forma categórica, como ganhou, com uma exibição daquelas, onde uma semana depois baquearia o principal adversário, era a passadeira para o título…

Na época passada o Benfica deslocou-se aos Barreiros logo na primeira jornada, com tudo em branco. Perdeu. Mal, mas perdeu e foi o que se viu: o Benfica ganhou tudo o que por cá havia para ganhar… Não há dúvida, aí está uma nova maldição!

Poderia ainda falar de outra maldição. Mas não se trata disso, trata-se de outra coisa qualquer. Refiro-me ao décimo aniversário da morte de Feher, completamente ignorado, tanto quanto me apercebi, por toda a gente, de dirigentes a adeptos. Não há almas penadas, mas parece-me sintomático que já tenha sido esquecido um acontecimento que tanto marcou os benfiquistas!

 

A maldição que conta

Por Eduardo Louro

 Sevilha vence nos penaltis Benfica perdulário

 

Há maldição, há… Mas não é do velho húngaro que repousa seja lá onde for, certamente em paz. É a maldição da arbitragem da UEFA, essa é que continua e para essa é que não há macumba que resulte!

Foi a arbitragem da UEFA que amputou a equipa que o Benfica teve de apresentar hoje. Foi a arbitragem da UEFA do Sr Platini que hoje permitiu a violência com que o Sevilha entrou no jogo, enviando de imediato mais um jogador do Benfica para estaleiro. Foi essa mesma arbitragem que deixou por assinalar três – não foi um, nem dois, foram três – penaltis a favor do Benfica. De que resultaria a expulsão de dois jogadores do Sevilha, um ainda na primeira parte e outro logo no início da segunda. E foi esta mesma arbitragem – qual cereja no topo do bolo – que validou as defesas do guarda-redes Beto depois de ter dado não um, nem dois, mas três passos em frente nos penaltis que decidiram a final…

Esta é a maldição, e não outra qualquer!

Que o Benfica não merecia voltar a perder uma final, é claro. Que mesmo a equipa que apresentou, e mesmo com muitos erros de jogadores e treinador, é muito superior ao Sevilha, também não ficaram dúvidas. Mas nada disso conta, e conta apenas que a equipa que não perdeu qualquer jogo numa competição a eliminar não a ganhou. Conta que o Benfica perdeu esta Liga Europa sem perder qualquer jogo. Não conta nada que o Benfica tenha sido a equipa que mais golos marcou, a melhor da prova e a melhor do jogo da final…

E conta, conta muito, a profunda tristeza que nos invade. Conta muito que se tenha esgotado a ilusão do pleno que tudo redimia… Que tudo apagava. Até as maldições!

MALDIÇÕES...

Por Eduardo Louro

 

No futebol há maldições, umas mais antigas que outras, mas sempre maldições!

O jogo de hoje, na Madeira, onde o Benfica defrontava o Nacional, tinha à partida uma maldição: o árbitro, Pedro Proença. Que é, de há uns anos a esta parte, o maior assombramento que cai sobre o Benfica. Não há jogo que ele apite que o Benfica ganhe – e isso já é maldição suficiente – mas, bem pior, não há jogo do Benfica que ele apite em que consiga ser isento. Não prejudicar seriamente!

Pouco passava do início da segunda parte, cinco ou seis minutos, quando surgiu no jogo a segunda maldição: o score 2-2. É a maldição do score, uma maldição recente, desta época. Sempre que um jogo do Benfica atinge aquele resultado já dali não sai. Nem que para isso se exija ao árbitro um grande esforço. Começou assim logo na abertura, com o Braga. Repetiu-se uns meses depois em Coimbra. E depois na Luz, com o Porto. E hoje, tinha que ser!

Não há hoje qualquer dúvida que o Benfica, se quer ser campeão, tem que evitar estas duas maldições. A primeira não é fácil de evitar, não está pelo menos nas suas mãos. E sabe-se como não faltam encomendas para este que, para um organismo que decidiu ser o Sporting a melhor equipa portuguesa de 2012, é o melhor árbitro do mundo. E arredores, acrescento eu!

Viu-se o que por aí correu por ele não estar presente no último clássico da Luz. Viu-se o que ele e outros fizeram para que lá estivesse. Até um jogo se adiou… Viu-se, vê-se e ver-se-á o que por aí corre para não falte no Dragão na penúltima jornada. Se fizer falta, claro!

Evitar a segunda está nas mãos da equipa. E é simples: quando marcar o segundo, seja em que altura do jogo for, tem que de imediato procurar o terceiro como se fosse o da vitória. E tem que proibir, com pena pesada, as ofertas da defesa!

O Benfica hoje cumpriu apenas a primeira parte do cardápio. Partiu à procura do terceiro com toda a determinação mas, quando estava entretido nessas tarefas, o Artur – que já fez mais asneiras nesta época que em toda a anterior – deu um frango. Um frango na sequência da terceira oferta do lado esquerdo da defesa: a primeira, logo a abrir o jogo, não deu golo por milagre, mas a segunda, logo a seguir, deu o primeiro. Três ofertas, dois golos: resultado em 2-2. Ainda faltavam 40 minutos, mas … maldição é mesmo assim!

Claro que houve uma bola no poste, inúmeras oportunidades desperdiçadas, super defesas do guarda-redes Gotardi. Claro que o Salvio não jogou nada, que o Maxi não consegue chegar aonde andou no passado, e que o Luisinho provou que não tem categoria para jogar no Benfica. Claro que o Pedro Proença é como o escorpião da estória da rã: aquilo faz parte da sua natureza, está-lhe na massa do sangue. É que não há outra explicação para as expulsões do Cardozo e do Matic. Mas maldição é maldição!

Valha que, no Dragão, o Olhanense de Cajuda também conseguiu um empate, o primeiro que o Porto cedeu em casa. Mais do que as consequências que produz na classificação, este empate tem o condão de salientar mais um erro de comunicação de Jesus. Um erro grave: na flash interview Jorge Jesus deu como adquirido que o Porto ganharia ao Olhanense: “Joga em casa com o Olhanense… “- disse, sem cortesia nem respeito pela equipa algarvia. Nem inteligência!

 

MALDIÇÕES

Por Eduardo Louro

 

Começo por dizer que não acredito em maldições, perante as quais tenho uma posição semelhante à que os espanhóis têm das bruxas:”pero que las hay las hay”!

É conhecida a mais velha maldição que recai sobre o Benfica: lançada por Bela Guttman, em 1962. Sem ele o Benfica não voltaria a ser campeão europeu!

À luz do que se ouve hoje dos treinadores de futebol – e especialmente deste que por cá mora, vai para quatro anos – a expressão de Bela Guttman seria pouco menos que inócua. Diz(em) tanto disparate de auto-promoção e sobrevaloriza(m)-se de tal modo que ninguém lhe(s) pode dar ouvidos. Nem levar a sério …

A verdade é que a declaração daquele velho austro-húngaro que levou o glorioso à condição de bicampeão europeu foi produzida noutro contexto. Eram não só outros os tempos, era ele próprio bastante mais que um simples vendedor de banha da cobra, e era um Benfica bem diferente. Que dominava o futebol na Europa, com uma equipa de sonho, com Eusébio, e com sucessivas presenças na final da maior competição de clubes em todo o mundo.

Mas a verdade é que, mesmo somando presenças consecutivas na final da então chamada Taça dos Campeões Europeus, e contra todas as leis das probabilidades, o Benfica não voltaria a ser campeão europeu. Fosse nos restantes anos da gloriosa década de sessenta fosse, anos mais tarde, no final da de oitenta e no início da de noventa. A verdade é que, sendo um dos clubes com mais presenças na final da mais prestigiada competição internacional de clubes, é, a par da Juventus, o que mais títulos de vice-campeão apresenta.

Se isto não é maldição não sei o que o possa ser!

Entretanto, esbatidos os efeitos da maldição de Guttman, mais pela realidade competitiva instalada na Europa do que propriamente pelo inexorável efeito do tempo, uma nova maldição assombrou o Benfica: chamo-lhe a maldição do título!

Com as desgraças que têm fustigado o glorioso, empurrando-o para as trevas dos últimos vinte anos, os títulos que faziam parte do quotidiano dos benfiquistas passaram à mais rara das raridades. Passamos onze anos de jejum, quando nunca tínhamos passado mais de três, chegamos mesmo a um sexto lugar no campeonato, quando o pior que conhecíamos era o terceiro, e em 2005 lá quebramos o enguiço. Num campeonato sofrido, contra tudo e contra todos, lá conseguimos ganhar onze anos depois!

Festejamos rijamente, claro. Mas aquele título desde cedo começou a ser contestado – e não me refiro aos nossos vizinhos da segunda circular, que ainda hoje confundem a falta de jeito de Ricardo com uma falta de Luisão – dentro e fora da esfera do glorioso. Que tinha sido cedo, que o Benfica ainda não estava estruturado para ser campeão, que era enganoso, que desfocara o clube do seu principal objectivo: a consolidação de uma estrutura ganhadora. Que José Veiga…

Um título maldição, já se vê!

Esperamos mais cinco anos. E lá veio Jorge Jesus, que boa parte dos benfiquistas – entre os quais me incluo – olhava com desconfiança. Não era treinador para o Benfica!

Mas a equipa jogou bem, do melhor futebol que viu, e ganhou bem. Jesus confirmou a sua promessa: a equipa vai jogar o dobro. E jogou!

O presidente anunciou uma mudança no ciclo de hegemonia do futebol cá do burgo e nós acreditamos. Tudo parecia que assim seria: finalmente uma boa equipa, um modelo de jogo fascinante e empolgante que vinha para ficar!

Não foi assim. O treinador insuflou, inchou que nem um casco vazio há um ror de anos e, de tão insuflado, começou a levantar voo e a perder o contacto dos pés com a terra. E começamos a perceber que aquele título também estava amaldiçoado. Desta vez tinha chegado cedo … para o treinador. Desta vez era ele que não estava preparado!

Ficou mais três anos, anos a mais. Logo no primeiro, completamente inchado, tratou de trocar o guarda-redes Quim pelo desastre Roberto, descurou a supertaça que recarregaria as baterias do Porto, pôs-se a jeito para a reacção do sistema, com aquelas arbitragens das primeiras quatro jornadas, e insistiu em Roberto. Quando conseguiu estabilizar a equipa era tarde, e cedo a espremeu, até a esgotar e ficar sem soluções para a parte final da época. Sálvio e Gaitan, os dois únicos alas, rebentaram e a equipa ficou sem ataque enquanto, lá atrás, Roberto se ia encarregando de ir agravando o suplício. No seguinte, resolvido o problema Roberto e o da sua própria situação contratual, transformado no mais bem pago treinador nacional e num dos mais bem pagos da Europa, com a saída de Coentrão nascia o do lado esquerdo da defesa. O Benfica iria buscar o titular da selecção campeã do Mundo e da Europa mas, sem o aval do treinador, era uma carta fora do baralho. No qual introduziu um novo Roberto: Emerson. Para completar o ramalhete correu com o Carlos Martins, primeiro, e com Rúben Amorim, depois. Mesmo assim teve o campeonato na mão, mais parecendo ter pretendido deitá-lo fora para o entregar ao Porto!

Sem nada que o justificasse, a não ser a absurda renovação do contrato do ano anterior, negociada em ambiente de chantagem com a bem orquestrada insinuação do interesse de Pinto da Costa, acabamos de entrar na quarta época de Jesus, com tudo a apontar para a repetição da anterior. Despacha o Capdevilla – a quem nunca deu oportunidade – e descarta o Emerson, como se nele nunca tivesse apostado. Mais birras, mais alas – sete, ou oito se incluirmos a vítima Melgarejo, para dois lugares – mais erros tácticos impróprios de um catedrático, mais problemas de discurso e de comportamento e a mesma incapacidade de gestão motivacional de um grupo. A mesma incapacidade de resolver o problema do lado esquerdo, insistindo na destruição do miúdo paraguaio de inegável potencial. Para trás ficou a novela de Rojo, que veio para Lisboa mas afinal para o Sporting. E que é central – e dos bons, pelo que se está a ver – mas que também faz o lado esquerdo, como se viu na selecção argentina. E com tantos e tão bons alas, e à falta de melhor, que jeito daria um defesa que sabe pisar o lado esquerdo.

De novo, de realmente novo, apenas o lifting à cara. As rugas ficam para nós!

Ora digam lá se não temos uma nova maldição?

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