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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Notícias de morte

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Se passam hoje 75 anos sobre a libertação de Auschwitz, a maior vergonha e o maior pesadelo da humanidade, de ontem saltaram duas notícias para o topo da actualidade: a trágica morte de Kobe Bryant e o congresso do CDS, com outra morte, mesmo que menos dramática - a do portismo.

A morte em todas elas, o que faz delas notícias de morte. 

O maior campo de concentração e de extermínio do regime nazi de Hitler foi libertado há precisamente 75 anos, e a data é hoje assinalada com uma cerimónia no local a que, para além de chefes de Estado e embaixadores de todo o mundo, conta ainda com a presença de 200 sobreviventes daquele terrível espaço de morte.

Tivemos conhecimento da morte de Kobe Bryant ontem à noite, e surgiu-nos como aquelas notícias em que não queremos acreditar. É assim que sempre reagimos às notícias da morte de uma lenda, daqueles que temos por imortais, como era o caso desta estrela maior da NBA.

Do congresso do CDS saiu o anúncio do nascimento um novo partido por morte de outro, do velho CDS. Dizem que é um novo CDS a renascer das cinzas do velho CDS. Pode ser, mas a mim parece-me que o novo é mais velho que o velho!

Poderão ter morrido alguns "ismos", já a cair de maduros. Mas morreu também o CDS que desempenhou um papel histórico na democracia portuguesa enquanto tampão da extrema-direita anti-democrática. O que aí vem agora é um partido com ar de muito à frente virado muito para trás. Um partido com um presente acantonado no passado, articulando pensamento retrógrado com linguagem actual, e altamente centrado no culto ao líder. 

 

Mistérios de vida*

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Numa semana em que a morte levou traiçoeiramente o João Vasconcelos, aos 43 anos, um dos melhores de nós, atirando-nos brutalmente contra a realidade da vida a que não podemos deixar de chamar injusta, num não menos insondável mistério, a mesma morte deixa-nos um milagre de vida.

A mesma morte que levou o João tão cedo levara, mais cedo ainda, Catarina, uma jovem canoísta com apenas 26 anos. Estava grávida de 12 semanas do seu primeiro filho quando, na sequência de uma crise de asma, no Natal passado, lhe foi declarada a morte cerebral, já Hospital S. João, no Porto. Entendeu a equipa médica que havia condições para prolongar a gestação, mantendo o corpo da jovem em suporte artificial de vida até à melhor oportunidade para o nascimento do filho, decisão que teve o acordo da família materna e do pai.

Já há três anos, em Lisboa, tinha ocorrido um bem-sucedido caso de gestação em morte cerebral, depois de 107 dias de desenvolvimento intra-uterino com a mãe em suporte de vida.

O Salvador, assim se chama o filho a que, morta, Catarina conseguiu dar vida, nasceu às primeiras horas de ontem, um dia antes do previsto, por complicações na assistência respiratória. Desligada a máquina, a mãe vai hoje a enterrar, 91 dias depois de, a 26 de Dezembro do ano passado, ter sido chorada pela primeira vez a sua morte.

Também de morte se faz vida. Bastava isto para fazer da vida o mais extraordinário dos mistérios. Mas também a mais interminável das discussões…

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

"A morte saiu à rua num dia assim"...

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Não tem muito a ver com o tema de Zeca Afonso que escolhi para título, mas este foi um fim de semana que a morte aproveitou bem. O sol, brilhante e luminoso, convidava  a enceher praças e esplanadas, e a morte não se fez rogada - saiu à rua. E não deixou escapar nada, do peixe grosso à raia miúda...

Começou em Lisboa, por Mário Soares, o maior de todos. Deu uma volta ao Porto e encontrou-se com Daniel Serrão. E com Guilherme Pinto. Passou por uma estrada de França que usa com frequência e levou quatro emigrantes portugueses que estavam de regresso à Suíça.

Nem eu, que fujo deles como fujo dela, escapei a dois funerais neste fim de semana: no sábado e no domingo!

Coisas da vida. E dos blogues...

Por Eduardo Louro

 

É este um dos sortilégios da blogosfera. Dia após dias vamos conhecendo cada vez melhor pessoas que nunca vimos e que provavelmente nunca iremos ver. Conhecemos o seu bom ou o seu mau feitio, a sua toierância ou a falta dela. Admiramos a sua inteligência, o seu sentido crítico, a sua frontatidade, a sua argúcia. É sempre mais fácil quando são mais as vezes que concordamos do que as que discordamos, mas esse é problema nosso.

Às vezes, raramente, vamo-nos apercebendo que alguma coisa vai mal. Que a saúde está a fugir ou a pregar alguma partida. Na maioria das vezes nada disso nos chega. Às vezes, de repente, percebemos apenas que partiram. Noutras, as ausências começam a ser cada vez mais notadas, até que chega a notícia. Sempre surpreendente.

Neste fim de semana foi a vez do João José Cardoso, mais que uma referência do Aventar, uma referência da blogosfera. Vou ter de me habituar que há coisas que o scroll down já não resolve!

Tanta hipocrisia...

Por Eduardo Louro

 

Temos o muito nosso hábito de transformar os mortos em pessoas perfeitas. Um tipo pode não ter sido lá grande coisa em vida, mas logo que morre passa a ser o melhor do mundo… É normalmente assim em Portugal, e a isso chama-se hipocrisia. Em que também não somos nada maus…

A morte de Mandela mostrou-nos que essa hipocrisia não é um exclusivo nacional, mas mostrou-nos também que nem no caso deste Homem ímpar deixamos os nossos créditos por mãos alheias. A unanimidade à volta de Mandela não é assim tão desprovida dessa hipocrisia. Por exemplo, foi bonito de ver o discurso de Obama, elevando Mandela à categoria de seu mentor, de exemplo no passado e de luz para o futuro. Mas Mandela manteve-se proscrito nos Estados Unidos até 2008, foi mesmo até então considerado terrorista…

Também o Presidente Cavaco - que ultrapassa o ridículo - e o primeiro-ministro Passos, não pouparam nos encómios, deixando a ideia que também em Portugal se não fugia à unanimidade em volta desta que é uma das maiores figuras da História Contemporânea. Tem sido no entanto recordada uma das últimas iniciativas em sede de plenário da ONU contra o regime do apartheid, em 1987, numa votação em que se pedia a libertação de Nelson Mandela, onde o governo presidido por Cavaco levou Portugal a votar contra, ao lado dos Estados Unidos, de Regan, e do Reino Unido, de Tatcher.

Ouvido sobre assunto, o actual ministro dos negócios estrangeiros engasgou-se - mas isso já é costume em Rui Machete – acabando por se limitar a invocar a sinceridade dos sentimentos manifestados agora pelo governo português. Mais refinadas foram as declarações de João de Deus Pinheiro, ministro dos negócios estrangeiros (MNE) daquele governo de Cavaco, para quem a decisão teria sido de um qualquer director geral. Dele – MNE – não tinha sido e que Cavaco não tinha tido nada a ver com aquilo. Que o que importava relevar era o papel do agora Presidente da República no fim do apartheid na África do Sul, vejam só.

Maior hipocrisia é impossível!

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