Teias que a História tece
Passam 45 anos sobre o chamado golpe de de Nito Alves, em 27 de Maio de 1977, com que Agostinho Neto - e os cubanos que tinha como "assistentes" - aniquilou parte da jovem elite do MPLA da altura, a pretexto de reprimir os chamados "fraccionistas". Foi uma das maiores atrocidades da História de Angola. Prolongou-se por dois anos, e somou mais 70 mil mortes à tragédia angolana.
Atrocidades desta dimensão são comuns, fazem parte da História de praticamente todos os regimes totalitários, e dos mais cruéis ditadores. Sabemos que foram capazes disso ditadores como Hitler, Mussolini, Estaline, Mao, Idi Amim, Mengistu Haile Mariam, Hisséne Abré, Pol Pot, Saddam Hussein, François Duvalier, o Papa Doc, Pinochet, Videla, kadafi, ou os Kim Jong, da Coreia do Norte.
Por mim, continuo sem perceber como tenho de juntar o nome de Agostinho Neto a esta lista. Não há como não o fazer, mas confesso - custa-me perceber como um poeta e, a par de Amílcar Cabral, o maior símbolo da resistência ao colonialismo português, chegou a isto. Teias que a História tece, que temos dificuldade em desvendar.
Nito Alves, como tantas outras figuras elite do MPLA - como José Van Dunem e a mulher, Sita Valles, que deixaram órfã a ministra da Justiça (e, no fim, também da Administração Interna) do anterior governo português, Francisca Van Dunen - foram sumariamente executados. António Costa Silva, depois de preso e torturado, escapou. E é o Ministro da Economia do actual governo de António Costa!