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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Transparência

Por Eduardo Louro

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Era dado como certo que os chineses da Anbang lideravam a tabela classificativa das propostas de compra do Novo Banco. Que em segundo lugar se encontravam os americanos da Apollo, e por último os outros chineses, da Fosum, de Guo Guangchang, que já têm a Espírito Santo Saúde e a Fidelidade.

Falhadas as negociações, ontem, a notícia era que o Banco de Portugal passaria a negociar com quem apresentara a segunda melhor proposta, com os americanos. Ao final do dia soube-se que, afinal, as negociações decorriam com os chineses. Os outros, mas também chineses. Os da terceira melhor proposta, que era a pior...    

Chama-se a isto transparência. Que começa logo quando se pega num (mau) regulador e se quer fazer dele um vendedor. Quando se é mau naquilo para que se está vocacionado e estruturado, como se poderá não ser se não pior naquilo em que se não tem nem experiência nem know how?

 

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Também fechou... mas abre-se outro!

Por Eduardo Louro

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Também à meia noite fechava o mercado para a colocação do Novo Banco, uma espécie de Rolando que o governo tinha nas mãos do Banco de Portugal, uma espécie de Jorge Mendes, mas com bem menos jeito para o negócio. 

Como no outro mercado, também aqui há uns que fecham mais tarde. E ao contrário do outro, há ainda os que, depois de fechados, reabrem. Sabe-se lá com que custos... Até porque aquilo está a sair pior que com o Ola John: então não é que, no último dia, no verdadeiro dia D, quando, a apresentar alguma coisa teria de ser de arromba, tipo fintas e mais fintas, remates e golos, não encontram melhor para apresentar que 252 milhões de prejuízo no primeiro semestre?

 

 

O senhor governador é que sabe...

Por Eduardo Louro

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Ora aí está! Já se sabia que perante o descalabro que vai ser a venda a qualquer preço do Novo Banco, o governo iria passar a culpa toda para o governador do Banco de Portugal. Como a desgraça está aí, e só faltam dois dias para ser conhecida, Passos Coelho não perdeu tempo a lavar as mãos. Não tem nada a ver com isso. Isso é tudo com o senhor governador...

Nada que o senhor governador não mereça. Mas também nada que deixe ninguém surpreendido!

E passou a haver outras coisas para contar... (X)

Por Eduardo Louro

 

Vítor Bento bateu com a porta e foi-se embora, de mãos a abanar, não se cansa a imprensa de salientar, como se o normal na vida real, não seja – e deva ser – isso, quando alguém sai ao fim de dois meses.

Não é no entanto esse o ponto. Por agora o ponto é que Vítor Bento foi embora e, percebemos todos rapidamente que fez um grande favor ao governador Carlos Costa. Porque, como explicou o próprio demissionário, era oportuno que fosse substituído por alguém alinhado com o accionista.

O motivo do desalinhamento é, obviamente – tão óbvio quanto a forma como surgiu e foi divulgada a pressa –, a urgência súbita na venda do banco. Vítor Bento sabe, como todos sabemos, que vender à pressa é sempre sinónimo de vender mal. E sabendo isso, mesmo que sem recorrer à parodiada rábula de Seguro (qual é a pressa? …qual é a pressa?), não percebe qual é a pressa!

A pressa, esta pressa, é apenas mais um traço do calendário político que, percebe-se agora com toda a clareza, sempre marcou o maior escândalo financeiro do país, agravando-lhe as consequências. Foi a agenda política – do governo e da troika, não sobra hoje qualquer dúvida – que fez com que a bomba, descoberta no final de 2013, fosse atirada para a frente, para vir a cair já depois da saída limpa. É a agenda política que agora impõe a venda à pressa, para que o governo se desfaça, antes das eleições, do incómodo embrulho que também criou.

São os interesses políticos a sobreporem-se a todos os outros, sempre com os piores resultados. Sabendo-se que os actos mais danosos cometidos pela administração Espírito Santo aconteceram durante o corrente ano, e especialmente no segundo trimestre, ao que diz o próprio Banco de Portugal, fica a saber-se que teriam sido evitados se o interesse nacional se tivesse sobreposto ao interesse político de esconder o problema até à saída do programa da troika, a tal data épica, histórica, que Paulo Portas comparou ao 1º de Dezembro de 1640.

O preço dessa intrujice é hoje fácil de calcular, e atinge muitos milhares de milhões de euros. O desta serão apenas mais uns milhares de milhões em cima desses milhares de milhões… Sempre com Passos Coelho sem nada a ver com isto, a apenas ter que enaltecer o papel do governador do Banco de Portugal... Que lata!

E passou a haver outras coisas para contar... (IX)

Por Eduardo Louro

 Expresso

 

Não bastava tudo o que já se conhece. Não bastava a mácula inapagável de um Banco bom que, ficando - ao que nos disseram, sem que ninguém pedisse para explicar melhor - com tudo do que do BES era bom, deixando para o mau tudo o que era mau precisa, logo à cabeça, de quase 5 mil milhões de euros. Ainda era preciso que já ninguém se entendesse, que em apenas um mês o Banco de Portugal, cada vez mais enterrado neste lamaçal, se pusesse de candeias às avessas com a administração que escolheu…

Isto continua cheio de histórias mal contadas… E vai correr mal, muito mal!

E passou a haver outras coisas para contar... (VIII)

Por Eduardo Louro

 

 

Cada vez se vê com maior nitidez que a brincadeira do BES nos vai sair muito cara. Para quem pudesse ter dúvidas, ou maior tendência para optimismos, basta olhar para o que dizem os auditores. E não comecem já a dizer que não dá para levar a KPMG a sério, que no passado deixou passar tudo e agora está em pé de guerra com o Banco de Portugal, porque isso é outra coisa. Como outra coisa é que não tenha agora certificado as contas semestrais, por falta do documento que responsabiliza a administração pela informação financeira prestada, aquilo que em Auditoria se chama Representation Letter, e que é uma peça inprescindível do processo.

O que releva do que a KPMG diz é que o banco precisa de muito mais capital, e que “existe o risco de virem a ocorrer contingências para o BES cujo montante, a esta data, não é possível quantificar”. É que há créditos de clientes do BES no novo banco que são agora muito provavelmente incobráveis, e garantidamente incobráveis os de todos os clientes que investiram em títulos de dívida do Grupo Espírito Santo que perderam por completo.

Se a isto juntarmos a pipa de massa (3,5 mil milhões) que ficou a arder no BES Angola, e que parece – parece, porque nada se sabe sobre os activos que passaram para o novo banco – que ficaram sob as asas da borboleta.

Pois é: os 4,9 mil milhões de euros começam a ficar curtos para tanta coisa. E, pior, são já claramente de mais para alguém dar pelo banco. Daí a nitidez com que, precisamente um mês depois, se vê já que isto nos vai sair bem caro!

E passou a haver outras coisas para contar... (III)

Por Eduardo Louro

 

Falara aqui de suspeitas de inside trading.  Hoje sabe-se que o Goldman Sachs vendeu - também - boa parte das acções que tinha no BES. Não vendeu tudo, vendeu provavelmente o que pôde... E que a PT deixou as contas limpas...

Começa a ser difícil disfarçar!

Ah... E os outros banqueiros não estão nada dispostos a dizer amen ao governo e ao Banco de Portugal...

E passou a haver outras coisas para contar... (II)

Por Eduardo Louro

 

No primeiro dia do Novo Banco - ainda bem que, ao que parece, já há registos com este nome - o mais curioso é ver como a opinião arregimentada trata do assunto. Desde uma vitória em toda a linha do Banco Portugal, a solução genialmente milagrosa, sempre, evidentemente, sem qualquer risco para os contribuintes, de tudo foi dito e apregoado pelas hostes situacionistas.

Aos poucos, e graças a intervenções lúcidas de alguns resistentes intelectualmente sérios, o país vai percebendo que aquilo que pretendem vender como a melhor das mais sofisticadas soluções, não é mais que uma fuga para a frente mal amadurecida e cheia de riscos. Se houvesse sociedades de advogados cotadas em bolsa, seria nessas acções que eu agora aconselharia investir!

E passou a haver outras coisas para contar... (I)

Por Eduardo Louro

 

Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, acabou por confirmar aquilo que se sabia e que aqui fora dado conta ontem. Nada de novo, tudo como se vinha sabendo, apenas com a precisão em 4,9 mil milhões de euros do fundo de capital que o Estado põe à disposição do Novo Banco – espero que ao menos lhe arranjem um novo nome!

O que desde logo levanta uma primeira – e bem grave – questão de sigilo. É agora público e notório que houve muita gente que teve acesso a esta decisão muito antes de ser tornada pública. É agora público e notório que houve quem dela fez uso, em nítido crime de inside trading.

Disso nos apercebemos quando o Banco de Portugal tomou na passada quinta-feira, último dia de Agosto, decisões – impedimentos de órgãos sociais e de fiscalização externa que, em boa verdade, só caberiam na decisão hoje anunciada – que prenunciavam o esvaziamento do capital do BES, na realidade o anúncio da sua falência.

Assim se percebe o súbito aumento do volume de vendas de acções do BES no fecho do mercado, na última meia-hora, da última sexta-feira, que levou à queda vertiginosa, num ápice de mais de 40%, das cotações. Assim se percebe que, por exemplo, o brasileiro Bradesco tenha desaparecido das listas de accionistas nos últimos dias…

 Por isso, depois de ainda tanto haver para contar, e de, depois, já não haver assim tanto para contar, passem a haver agora outras coisas para contar… É que, depois de tantos crimes na administração do BES, é bem capaz de haver mais uns tantos na supervisão!

Já não há assim tanto para contar... (VIII)

Por Eduardo Louro

 

Já se começa a conhecer aquela que será a solução a comunicar hoje pelo governo e pelo Banco de Portugal. Tanto quanto se vai sabendo é uma solução que passa pelo Fundo de Resolução da Banca, uma entidade criada em 2012 e que é financiada pelos bancos portugueses e pelas receitas da contribuição especial que o sector paga ao Estado.

Este fundo tomará já amanhã conta da totalidade do capital do BES, que assim sairá de bolsa, sem qualquer indemnização para os actuais accionistas, que ficarão com o bad bank, a criar com a totalidade da exposição ao GES.

Como este Fundo de Resolução da Banca não tem fundos suficientes – na realidade é, na circunstância, um veículo e não um fundo, porque tem fundos insignificantes, ao que se sabe na ordem dos 180 milhões de euros – a capitalização do novo BES será feita a partir de um empréstimo estatal com recurso a 4 dos 6 mil milhões ainda disponíveis do fundo de recapitalização da banca definido pela troika, que na altura, ao contrário do BCP e do BPI, Ricardo Salgado recusou utilizar. Empréstimo a pagar em 6 meses, o prazo para vender em bolsa o novo BES, limpinho e desinfectado, e por isso apetecível.

Nada se sabe por enquanto sobre o que irá exactamente acontecer a milhares de pequenos aforradores que, com conhecimento ou não, têm poupanças investidas em papel comercial do grupo que, evidentemente, ficará no bad bank. Que, por essas e por outras, não poderá ficar ao Deus dará!

Esperemos que assim seja, que esta seja uma solução e que não voltemos tão depressa a ter surpresas. E que, da banca nacional, ninguém seja tentado a entrar em novas loucuras para ficar com o banco verde…  

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