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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Ondas

Por Eduardo Louro

 

PS sobe nas sondagens mesmo após detenção de Sócrates

Aí estão as primeira sondagens após a detenção de Sócrates, e a confirmação da vantagem do PS: 38% das intenções de voto, contra 33 da actual maioria. 

Isto quererá dizer algumas coisas. A primeira é que Passos Coelho não é Mcnamara, e não consegue surfar a onda gigante de populismo a que se lançou. A segunda é que António Costa, continuando em boa onda, soube evitar que Sócrates se tornasse num caso de política. E a alternativa é, agora, ser caso de polícia!

A onda

Convidado: Luís Fialho de Almeida

 

Há muito que somos arrastados, dia após dia, numa onda de decadência que nos leva as expectativas e a confiança na governação do país. Levámos mais de quatro décadas de ditadura a fortalecer a esperança que um dia o estado tirano seria substituído por um estado garante da uma cidadania activa, com livre iniciativa económica e cultural, integrante de uma sociedade mais justa e próspera. Mas também já levamos quase quatro décadas a destruir a esperança, pela corrosão do tecido social e do aparelho produtivo, destruindo a classe média e agravando assimetrias entre estratos económicos e sociais.

É reconhecido que o sistema político e da justiça está refém do sistema financeiro. Alguns, de forma mais dura e contundente, lamentam ver a democracia a ser inquinada pela cleptocracia. Igualmente, lamenta-se ver que muitos dos arautos da liberdade e defensores dos valores democratas, são os mesmos que manipulam a sociedade e a destroem.

Também a história nos ensina que os períodos de enorme perturbação social: com fome, desemprego, injustiças sociais, desilusão política, são propícios ao renascimento de movimentos redentores, capazes de motivar descontentes e indignados, mas que os poderão levar para caminhos indesejáveis. 

A nossa habitual passividade e a emigração - outrora de esfomeados e pouco instruídos, mas agora de jovens com elevado nível de instrução - ajudam a reduzir o potencial detonador de rebeldias, mas o agravar do descontentamento não afasta, de todo, a conflitualidade capaz de libertar os gritos violentos que andam abafados.  

Tal como o surfista não resiste à onda porque o apelo supera a vontade, os oprimidos, sem acesso aos bens essenciais e à dignidade, não resistirão ao apelo de ordem superior que lhes dê autoestima e um sentido para a vida. Se alguém vier com um discurso político impregnado de um ideal, de uma causa maior que resgate os oprimidos de tiranias, oferecendo-lhes o pão e um sentido de vida que se perdeu ou nunca se teve, poderá agigantar uma onda de mobilizados por um ideal de superioridade, mesmo que a razão se aniquile, e os pensadores da razão deixem de pensar, como fez Heidegger ao pactuar com o nazismo.

Hitler encontrou no seu mentor, Dietrich Eckart, a base ideológica capaz de arrebatar milhões de alemães para um movimento purificador e construtor de uma sociedade nova, à custa dos maiores crimes contra a humanidade.

Sabemos, também, o poder das marcas que ficam no crescimento e na formação do ser humano. Os órfãos de guerra, que crescem com as feridas dolorosas de assistirem ao genocídio que lhes levou os pais ou irmãos, poderão ser potenciais terroristas. Os órfãos de pátria, sem valores de referência, sem emprego, sem objectivos, são facilmente manipuláveis se alguém lhes oferece uma causa, uma ideologia, um sentido de utilidade, mas também a unidade e o colectivo como força.

Numa sociedade em desagregação, aqui e na Europa: os ricos crescem em número e riqueza e poderão ter armas para sua defesa; os pobres cada vez mais pobres e em maior número terão cada vez mais ódio. “Nunca se sabe o que uma multidão com fome pode fazer” – Nuno Júdice, in “A Implosão”, edição D. Quixote.

A Onda” é um filme que relata um caso verídico passado numa escola com um professor que durante uma semana dirige, na sua turma, um exercício de autocracia, experimentando, ele próprio, a transformação num líder e deste num ditador, enquanto os seus alunos são facilmente manipulados numa onda de cariz fascista da qual ele perde o controlo. É um filme para ver e reflectir à luz dos problemas actuais de deterioração dos ideais democráticos e do fortalecimento de movimentos radicais de direita, por vezes com incursões no racismo e na violência, num contexto de falência dos estados provocada pela globalização.

 

Nota: O filme “A Onda” passou em Lisboa há anos, encontra-se agora nos clubes de vídeo, mas também é possível ver pesquisando sem sair de casa. 

Emoçoes fortes

Por Eduardo Louro

 
Surfista Maya Gabeira sofre acidente na Nazaré

 

Dia de emoções fortes na Nazaré. Porque as ondas não faltaram ao encontro. Porque o surfista brasileiro Carlos Burle poderá ter batido hoje o recorde de Garrett Mcnamara. Mas, acima de tudo porque, antes, salvou a compatriota Maya Gabeira (na foto) da morte...

A jovem brasileira caiu quando, pouco de pois das 7 da manhã, surfava uma onda gigante. Foi recuperada das águas, inconsciente, a partir da intervenção corajosa e arriscada do seu colega. Partiu um tornoselo, nada mais. Felizmente!

Mcnamara não foi à àgua - vai estar por cá ainda todo o próximo mês - e percebe-se que está aberta a caça ao seu recorde. Se não caiu irá certamente cair, batido por um ou por outro. Ou por ele próprio!

A FALSA ONDA

Por Eduardo Louro

 

António Costa esperava por uma vaga de fundo, uma onda que o levasse, na sua crista, ao ponto mais alto do poleiro socialista. Ouviu falar na onda da Nazaré, que levaria o nome desta minha praia - será sempre a minha praia, mesmo que aquela não seja a minha onda - ao topo do mundo,  e pensou que… era aquela. Que aquela onda gigante não tinha aparecido na Nazaré para Garret McNamara surfar e voltar a  bater o seu recorde mundial, mas apenas para o levar ao destino que há muito o destino lhe traçara.

Foi já tarde, bem tarde, que percebeu o que se estava a passar. Aquela era uma onda demasiado grande e, como o pobre faz da esmola quando é grande, desconfiou. E não a pegou, deixou que morresse na praia... perante desespero dos socratistas.

Aquela era a sua – deles - onda, onde tudo tinham apostado, convencidos da já crónica fraca memória dos portugueses. E convencidos também que, com o sol da ambição a bater-lhe nos olhos, Costa não perceberia que aquele seria um sol de pouca dura!

Uma sucessão de erros de cálculo que acabou num triste espectáculo. Mas clarificador!

Sócrates, lá por Paris, deve ter ficado a perceber que, para apanhar a onda, terá que ser ele a trepá-la. Não tem cá tropas que lhe façam isso.

António Costa deve ter percebido que não lhe chega ter boa imprensa. Precisa de tropas - que não tem – porque com as tropas dos outros não chega lá. Saiu pela porta pequena, e com sérios riscos de até Lisboa perder.

Seguro, que não tem autoridade nenhuma para acusar quem quer que seja de falta de lealdade – porque disso pode toda a gente acusá-lo, conspirou na sombra durante todo o consolado de Sócrates mas sempre sem coragem para dar a cara, sempre escondido por trás dos arbustos -, provavelmente com mais facilidade do que alguma vez imaginara, ganhou novo fôlego. Que, já se percebeu, não lhe servirá para muito…

Quem se fica a rir é Passos Coelho, que sabe que pode dormir descansado. Assim a consciência lho permita…

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