Biden, na Polónia, entusiasmou-se e saiu do roteiro escrito do discurso para apelar à destituição de Putin, na Rússia, deixando a diplomacia ocidental desconfortável. Sim, a destituição de Putin é com o que toda a gente sonha como solução para a guerra. Não passa de um sonho, e há gente que, podendo sonhar, não pode viver de sonhos. Ou que, podendo sonhar, não pode contar os seus sonhos.
Biden é uma dessas pessoas!
Na noite dos óscares, a surpresa não foi "Coda - No ritmo do coração" ter arrebatado o de melhor filme (e ainda o de melhor argumento adaptado e do melhor actor secundário), foi uma agressão à bofetada em pleno palco. Chris Rock, o comediante que apresentava a gala, fez uma piada sobre a falta de cabelo de Jada Pinkett-Smith, a mulher de Will Smith, que tem uma doença auto-imune. O actor, que conquistaria o óscar pelo seu desempenho em "King Richard", não gostou e subiu ao palco, deu uma valente bofetada no apresentador e regressou ao seu lugar para soltar mais uns impropérios a partir da plateia.
Há pessoas que não sabem com o que não se deve brincar. Chris Rock foi uma dessas pessoas.
E há pessoas que acham que há coisas que se resolvem com uma simples bofetada. É bem possível que Will Smith seja uma dessas pessoas ...
A grande noite já lá vai, e aí estão os óscares entregues. Com a surpresa de não ser americano, nem sequer falado em inglês, o filme mais galardoado e que arrecadou as mais significativas das marcantes estatuetas da Academia de Hollywood.
Parasitas, o filme sul-coreano, conquistou quatro óscares: o de melhor filme estrangeiro, com toda a naturalidade e, com toda a surpresa, os três mais importantes: melhor filme, melhor director, e melhor roteiro original.
Surpresa foi o que não aconteceu no destino final das estatuetas reservadas para os actores: Joaquim Phoenix (Joker) e Brad Pitt (Era uma vez em... Hollywood) ficaram com os de melhores actores, principal e secundário, respectivamente; e Renée Zellweger (Judy) e Laura Dern (Marriage Story), pela mesma ordem, os de melhores actrizes.
O guião dos óscares fazia desta uma noite demolidora para Trump. Nada se sobreporia ao tiro ao boneco. Afinal, e no final, as voltas foram trocadas. E a noite dos òscares de 2017 será lembrada por aquela em que a última e mais importante das estatuetas foi apanhada em contra-mão.
Não houve grandes supresas na noite em que Hollyood mais se olha ao espelho. Mas não deixou de ser surpreendente que "Mad Max - Estarda da Fúria", fosse o mais oscarizado, mesmo que ofuscado por "O Caso Spotlight", com a notoriedade acrescida que lhe é dada pelo oscar para o melhor filme.
Nenhuma surpresa para os actores: ao fim de 25 anos e de cinco nomeações, Di Caprio levou a estatueta. Pessoalmente, não tenho a certeza que tenha sido quando mais a mereceu, mas confesso que não gostei de "O Renascido" - o filme que mais nomeações ostentava, 13 - e quando assim é fica-se sempre de pé atrás... E Brie Larson (Quarto), que nasceu já Dio Caprio andava nestas andanças, veja-se lá, arrecadou a estatueta para a melhor actriz, confirmando o favoritismo que lhe era atribuído. Mesmo que o meu favoritismo fosse para Jennifer Jason Leihgt ("Os oito odiados", de Tarantino).
Mas o que eu queria destacar mesmo é o oscar para a melhor música. Porque foi á volta desta categoria que ocorreram os dois mais marcantes momentos da cerimónia/espectáculo. Porque Ennio Morricone merece esta distinção e, aos 87 anos, já era tempo de a receber. Mas também porque gostei muito da banda sonora do filme de Tarantino. Como gostei do filme, como já se percebeu...
Meryl Streep ganhou, nesta noite da 84ª edição dos Oscars, o seu terceiro galardão deste que é o mais importante certame de prémios da sétima arte. Depois dos Oscars para melhor actriz em “Kramer contra Kramer” e “A decisão de Sofia”, curiosamente no início da era Thatcher (1979 e 1982, respectivamente) – e de muitas outras notáveis interpretações não premiadas, como, por exemplo, em “África Minha” ou "Mamma Mia"– Meryl Streep, agora na pele (quase que apetece dizer no sentido literal do termo) de Margaret Thatcher, atingiu a marca que tinge os grandes actores de Hollywood. Um tri apenas conquistado por Ingrid Bergman, Jack Nocholson e Walter Brennan, e exclusivamente superado por Katharine Hepburn, com quatro!
“A dama de ferro” não é um grande filme – longe disso, cruza-se com os grandes acontecimentos da História das últimas duas décadas do século XX sem lhes passar cartão – é, antes, um retrato de Thatcher, onde é Meryl Streep que fica sempre bem na fotografia!
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