A saga das sanções continua. Esgotado todo o material de propaganda, sem mais nada à mão - não que tudo corra às mil maravilhas, apenas porque, apesar de tudo e de todos os esforços em contrário a geringonça lá vai andando, saltando obstáculos e cumprindo metas - a entourage pafista agarra-se às sanções da Europa. Já nem lhes importa que já toda a gente saiba que o incumprimento a sancionar é todo seu. Do seu Passos Coelho, da sua Maria Luís, do seu Paulo Portas, e da sua saída limpa. Nem lhes importa que venham as próprias instituições europeias desmenti-los...
No fim de semana que deixamos para trás, a notícia era o congelamento dos fundos europeus. Nada mais que 16, como se vê na primeiria página do Público, de ontem.
E como se viu em praticamente toda a imprensa. E na televisão. A Europa desmentiu, disse que era tudo mentira. Mas ninguém lhe deu muita atenção. E, no Público, nem sequer foi notícia. Foi olimpicamente ignorada!
Não sei se o presidente Marcelo não deveria chamar hoje mais gente a Belém. Se o objectivo é pôr alguma ordem na casa, não sei ... não!
Enquanto a PaF completa e sem excepções - sim, é como uma praga, subsiste mesmo depois de declarada extinta - com Cristas na crista da onda, lançava apelos lancinantes (inclusivamente a partir do Parlamento Europeu, com Paulo Rangel a ultrapassar todos os limites), à Comissão Europeia para que vergasse o governo português ao chumbo do Orçamento, Paulo Portas pedia "a Bruxelas que não fosse intransigente com Portugal". Em privado, baixinho não fosse alguém ouvir...
A coligação PàF, com Paulo Portas, como sempre, a não poupar nas palavras, espalhou aos sete ventos durante a campanha não só a saúde de ferro da nossa economia, mas que os empresários estavam todos carregados de decisões de investimento prontas a avançar. Só estavam à espera dos resultados das eleições, a confiança no país era tanta que, apurados os resultados e confirmada a sua vitória eleitoral, era só carregar no botão para que investimentos brotassem que nem cogumelos.
Também aqui a realidade é bem diferente. Afinal, pelo contrário, os empresários estavam à espera das eleições para anunciar despedimentos e encerramentos. Era - e foi - só carregar no botão. Só que em vez de investimentos começaram a sair mais encerramentos. E em vez de novos postos de trabalho, mais despedimentos.
Não se sabe se há empresas que não quiseram perturbar o bom andamento da campanha, ou se foram mesmo Portas e Pires de Lima a pedir-lhes que não a (os) perturbassem. Mas também não importa muito... A pantominice seria apenas um poucochinho maior!
A pantominice também é como o azeite: também vem ao de cima. Não costuma é ser tão depressa!