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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Pantominice

Portugal: manifestação do partido Chega contra a imigração

Que Portugal precisa de imigrantes é hoje inquestionável. Os empresários dizem-no todos os dias: "fechar as portas à imigração seria desvastador para a economia". A demografia, e a "Segurança Social" demonstram-no com clareza.

No entanto o "pantomineiro-mor" do país troca esta realidade pela narrativa que lhe alimenta a pantominice, e marca uma grande manifestação para Lisboa contra a imigração. Freta autocarros por todo o país, e arregimenta todas as estruturas para este objectivo principal do partido. Disse-se por aí que quem não apresentasse resultados ficaria com contas para ajustar.

E ontem lá se encontraram todos - gente que não sabia o que ali estava a fazer, gente que também tinha sido emigrante, "mas dos bons, nada destes que para cá vêm", e gente que sabia bem ao que vinha, como um tal Mário Machado com o "seu" 1143 - percorrendo precisamente o eixo da capital mais marcado pelas mais degradantes imagens da exploração associada à imigração.

O pantomineiro tinha à sua volta câmaras e microfones que bastassem. Para elas dizia que não, que não era nada contra a imigração, enquanto descia pela Almirante Reis debaixo da gritaria "nem mais um, nem mais um". Novo microfone à frente e, de novo, não, aquilo era apenas contra a desregulação, contra a "bandalheira" das portas abertas.

As tais que, dizem os empresários deste país, a fecharem-se, seria devastador!

Pantominice é isto. Também lhe chamam populismo, mas isto é mais propriamente pantominice!

Pantominices

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Já tínhamos percebido que a pantomineira Assunção Cristas não fica a dever nada ao pantomineiro Paulo Portas, acentuando a ideia  que a mensagem política do CDS se esgota na pantominice. 

O pantomineiro quer estar sempre lá, mesmo quando nem sequer é ali o seu lugar. O pantomineiro é como o emplastro, quer aparecer sempre na televisão. Só que em vez de se colar às costas de quem quer que seja cola-se à estridência.

O que importa é passar nas televisões com uns sound bytes: "O senhor acabou de mentir a esta câmara, o senhor mentiu. Começamos por ficar habituados, o senhor mente sempre que aqui vem e acabou de mentir objectivamente. O acordo não está ainda assinado". E que, para a imprensa, pantominice não seja pantominice, mas tão só o momento mais quente do debate... 

 

A pantominice também é como o azeite...

Por Eduardo Louro

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A coligação PàF, com Paulo Portas, como sempre, a não poupar nas palavras, espalhou aos sete ventos durante a campanha não só a saúde de ferro da nossa economia, mas que os empresários estavam todos carregados de decisões de investimento prontas a avançar. Só estavam à espera dos resultados das eleições, a confiança no país era tanta que, apurados os resultados e confirmada a sua vitória eleitoral, era só carregar no botão para que investimentos brotassem que nem cogumelos.

Também aqui a realidade é bem diferente. Afinal, pelo contrário, os empresários estavam à espera das eleições para anunciar despedimentos e encerramentos. Era - e foi - só carregar no botão. Só que em vez de investimentos começaram a sair mais encerramentos. E em vez de novos postos de trabalho, mais despedimentos.

Não se sabe se há empresas que não quiseram perturbar o bom andamento da campanha, ou se foram mesmo Portas e Pires de Lima a pedir-lhes que não a (os) perturbassem. Mas também não importa muito... A pantominice seria apenas um poucochinho maior!

A pantominice também é como o azeite: também vem ao de cima. Não costuma é ser tão depressa!

 

Pantomineiros excêntricos

Por Eduardo Louro

 

Quando aqui me referi ao programa do BCE conhecido por QE (Quantitative Easing), chamando-lhe euromilhões, deixava em nota de graça - não era das notas de graça que o BCE vai imprimir -  um alerta para as condições de rating que eram exigidas para acesso ao programa.

São tantas as pantominices que ouvimos do lado da propaganda oficial do governo, a começar na patética pirueta de Passos Coelho, e passando pelos saltos mortais de Portas e pelos passes de mágica de deputados, comunicadores e opinadores que constituem o spin governamental, que não poderia deixar de regressar a essa peqeuenina nota.

Uns dizem que isto só é possível pelos sacrifícios todos por que passamos, e que esta é a recompensa por esse esforço. Outros, que é possível porque reconquistamos a credibilidade externa. Outros ainda porque já cá não está a troika. Há ainda os que vêm dizer que só é possível porque atingimos um défice de 3%, o que nem sequer é verdade. Esse é o objectivo para este ano, não está atingido.

Pantominices à parte, Portugal só não ficou de fora deste programa do BCE porque há uma agência de rating, a canadiana DBRS que, ao contrário de todas as outras que contam (Fitch, Moddy´s, Standard & Poors...) classifica o rating da República Portuguesa acima de lixo, condição de acesso ao programa. Diz-se por aí que este rating desta agência canadiana já tem uns anos, e nunca foi mexido. Que é até anterior à tomada de posse deste governo!

Já eram pantomineiros. Agora ainda são excêntricos...

 

 

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