Há um ano, Passos entrou para, sob a bandeira da AD, fazer a campanha do Chega. Desta vez parece que já não é preciso.
Cavaco, das acções do BPN, da casa da Coelha, do aumento de capital do BES, não precisa de muito para sair do formol. Aprecia - e precisa - cada vez mais a bajulação e, ser declarado mentor e mestre de Montenegro é, por esta altura, o máximo a que pode aspirar. Por isso ainda ontem escrevia no "Observador" que não encontrou ninguém com qualquer "superioridade em relação ao actual Primeiro-Ministro na dimensão ética e moral na vida política".
Nem será tanto esta bênção a dizer muito da ética e dos princípios de Montenegro. Diz bem mais que estes dois, nas mesmas circunstâncias, nem sequer se tenham querido aproximar de outros. Como, por exemplo, de Rui Rio.
Há apoios de peso. Mas há também o peso dos apoios!
Entre passos atrás e passos á frente, e às vezes passos para o lado, com a sempre adiada vaga de fundo cada vez mais virada para vistas do Guincho, Rui Rio lá vai construindo a história da sua candidatura a Belém. Sem dúvida, uma história de passos...
Que a Passos dava jeito, e que por isso sempre alimentou... Mas que a Rio só dava jeito em função do destino de Passos. Deu passos atrás e à frente, deu passos para entrar e para logo sair, para estar sem estar e sair sem sair ... de cena. Finalmente a revelação: será candidato se a coligação ganhar! E já está tudo combinado com Passos...
Que surpresa!
A Passos interessa ter tudo combinado com Rio, mesmo que, se perder, isso lhe valha de pouco. Rio está interessado em dar passos em direcção á cadeira de Passos. Se ele de lá não for obrigado a levantar o rabinho, não há nada a fazer... Sem nada a fazer, e para nada fazer, não há melhor que Belém. E sempre pode ser que os passos do Passos o ajudem no passo maior que a perna que terá que dar para defrontar o Marcelo.
Bom mesmo era que a coligação perdesse, não era Rui? Eu também acho... É que há passos e Passos, e uns são mais seguros que outros. Não precisave era de chamar para aqui os interesses do país, que não têm nada ver com os passos que quer dar!
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