A nova polémica à volta do ministro Pedro Siza Vieira é bem capaz de ser mais que um ligeiro incómodo para o governo, tanto mais quanto mais difícil é reduzi-la ao pretenso lapso.
É que, constituir na véspera de entrar para o governo, uma sociedade com o capital de 150 mil euros, reforçada de imediato com suprimentos de 200 mil euros, para não ter qualquer actividade - zero, zero de vendas, zero de custos, zero de investimento... - não é coisa fácil de explicar. Bom... fácil, até é. Se já toda a gente percebeu, nem é preciso explicar muito.
Por isso, ninguém fala. Não fala o ministro e não fala o primeiro-ministro. Que está fartinho de saber que estas coisas mal explicadas, não acabam só porque se querem dar por encerradas.
As notícias de hoje não são apenas sobre Bruno de Carvalho e o Sporting. Passam-se mais coisas e há mais notícias.
Sabe-se que Miguel Relvas foi contratado por uma empresa americana, de Silicon Valley.
A empresa - Dorae, assim se chama - start up que trabalha com inteligência artificial e outras tecnologias de ponta na exploração de minas e matérias primas, e quer e precisa de entrar em África e no Brasil. E para isso, lembrou-se de quem?
De Relvas, evidentemente. E não fez a coisa por menos: recrutou-o e nomeou-o responsável máximo para as áreas de política pública e sustentabilidade.
Há um ou dois dias atrás os jornais divulgaram amplamente uma nota do governo dando conta da recusa do braço direito de António Costa, o ministro Pedro Siza Vieira, em intervir em decisões que dissessem respeito à OPA dos chineses à EDP, que aqui trouxemos recentemente. Porque - como bem sabemos, ética é ética - a sociedade de advogados que ele integrava antes de chegar ao governo, e para onde regressará quando de lá sair, é exactamente a representante daqueles accionistas.
Noticia hoje o Público que a OPA dos chineses foi facilitada pela legislação criada em Junho passado, há menos de um ano, no âmbito do Programa Capitalizar, impulsionado pelo ministro ... Siza Vieira!
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