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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

O costume

 

Por Eduardo Louro

 

Nem mesmo com as costas quentes (de Bruxelas) - é cada escaldão! - nem com os favores das sondagens, o governo de Passos e Portas, e Paula Teixeira da Cruz e Pires de Lima, está com grande fezada. Eles sabem bem o que fizeram... Por isso o melhor é mandar abrir as embaixadas que fechou, para lá começar a colocar boa parte dos boys que chamou para a tachada destes quatro anos de biqueira larga.

E como cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, nada como deitar mão à máquina do Estado para fazer o trabalhinho que compete à máquina do(s) partido(s). Até porque a mão de obra é a mesma... 

E para não ficar para trás, Pires de Lima fez, e logo a seguir, o que a sua colega da Justiça, e de coligação, já tinha feito. O que só prova que a coligação funciona. E a sintonia é tão grande que até as desculpas são as mesmas...

Mau de mais? Não, simplesmente o costume!

Apanhado pelo clima

 Por Eduardo Louro

 

Que me tenha apercebido, a primeira reacção de um membro do governo às decisões do dia de ontem veio de Pires de Lima, em Davos.  O que não admira. Para Passos Coelho, a intervenção do BCE na compra de dívida era um disparate, e o governo não tem nada a ver com o que se passa na PT.

Como não podia deixar de ser Pires de Lima aplaudiu entusiasticamente a medida do BCE, o que não deverá causar grandes embaraços a Passos Coelho. E não foi menos entusiasmada a reacção que dispensou à decisão da assembleia Geral da PT, exaltando até o valor da oferta da Altice - por acaso inferior ao da venda que a mesma PT fez à Telefonica, aqui há anos, no verdadeiro ínício do fim, de uma simples participação na Vivo - e aproveitando para voltar a dar nas orelhas da anterior gestão da empresa.

Até aí tudo bem, até porque só se perdem as que cairem no chão... Só que fez isso através do elogio precoce, infundado e suspeito à futura gestão francesa da PT. Que, e aí está a estocada, não vem para cá para fazer investimentos no futebol...

Não faço ideia do que tenha sido o retorno do investimento da PT no futebol. Sei, mesmo que daí nada releve, que foi o seu principal concorrente quem, cá no país, abriu a entrada no futebol. Sei também, e mesmo que também daí nada volte a relevar, que muitas congéneres pelo mundo fora investiram no futebol. E sei, e isso sim é o que releva, que ele próprio, no seu anterior emprego, decidiu também investir no futebol. E só não terá investido tanto como a PT, que sponsorizou os três grandes, porque se ficou pelos dois mais pequenos dos três. Não sei se o que parece, é. Mas um é o seu e o outro é da área da sede da empresa que lhe entregaram para gerir. Com ou sem investimentos em futebol!

É de todo evidente que deveria ter batido com outro instrumento, mas há muito que percebemos que há um certo clima que insiste em atingir sucessivamente os nossos ministros da economia. Apesar de tudo, e da boa imprensa em particular, Pires de Lima não deixa de ser mais um apanhado pelo clima. E não é por andar a dizer que ja se podem baixar impostos...

O país de Pires de Lima e de Sérgio Monteiro

Por Eduardo Louro

 

O ministro, o agora truculento Pires de Lima, entende que os trabalhadores da TAP se dividem entre os que pertencem ao sindicatos que chegaram a acordo com o governo e os outros. E que os outros podem ser despedidos, ao contrário dos sindicalizados nos tais sindicatos, a quem o governo garante protecção enquanto o Estado se mantiver no capital da companhia.

O Secretário de Estado, Sérgio Monteiro, já um ex-libris deste governo, não se limitou a acenar que sim com a cabeça. Repetiu a ideia até à exaustão, ia já alta a noite e lá continuava ele com toda a convicção a pregá-la. A difundi-la ao mundo... Nem ele nem o ministro tinham ainda reparado que não podia ser assim... Que estas coisas da Democracia e do Estado de Direito, por muito que lhes custe, não permitem ao governo tratar diferenciadamente os cidadãos, premiando os que o apoiam e penalizando os outros...

Terá já sido durante o sono que Pires de Lima acordou para a realidade, a tempo de pedir ao primeiro-ministro que, assim que chegasse ao hemiciclo para o debate quinzenal, desmentisse aquilo da melhor forma que entendesse. Isto a acreditar em Passos Coelho, que não é coisa que ele mereça. Se não o fizermos lá teremos que admitir que Pires de Lima e Sérgio Monteiro ainda agora estão convencidos que têm um país só para eles, e que Passos é que lá teve que lhes tirar o tapete para, mais uma vez, tentar minimizar prejuízos...

Render da guarda no CDS

Por Eduardo Louro

 

Com o deprimente show  - para não lhe chamar palhaçada - de Pires de Lima na Assembleia da República não ficamos apenas a saber que na sequência da irreversível demissão de Portas, em meados do ano passado, se perdeu um bom e credível gestor para se ganhar mais um péssimo e pouco credível ministro. Ficamos também a saber que Pires de Lima já sabe que, no fim da legislatura, Portas vai embora. E, mais: que ficará ele no seu lugar! 

 

Amigo de fazer negócios

Por Eduardo Louro

 

Pires de Lima anda com Paulo Portas pelo México onde, para além de levarem umas tampas do ora mais rico do mundo - que já é outra vez - ora ex-mais rico do mundo - o mexicano Carlos Slim, ali sempre lado a lado com Bill Gates - vão mandando umas bocas sobre tudo e mais alguma coisa. Claro que a coisa que mais os preocupa é mesmo essa da coligação para as eleições que aí vêm, tudo o resto são coisas à volta dessa coisa... É de tal forma assim que Pires de Lima já não faz outra coisa que entrar na onda de Portas, e adoptou já aquele registo estridente pouco dado à seriredade e ao rigor.

Foi nesse registo que veio hoje anunciar que Portugal surge em 25º lugar nos melhores países para fazer negócios: “É muito importante conhecer hoje que Portugal progrediu do 31º para o 25º lugar no ranking ‘Doing Business’. Que "o país é mais amigo de fazer negócio", à frente de meio mundo. Claro que não explicou as razões dessa classificação. Que não disse que "o país é mais amigo de fazer negócio" porque  o IRS não pára de subir enquanto o IRC desce. Porque os despedimentos são mais fáceis e muito mais baratos. Porque as horas extraordinárias são mais baratas e os salários são mais baixos. Muito menos que o país pode ser "amigo de fazer negócios", mas que tem uma enorme dificuldade em ser amigo dos portugueses, na linha da teoria do líder parlamentar do PSD, segundo a qual o país está melhor, os portugueses é que ainda não.

Nada disso vale coisa nenhuma, o que lhe importa é cavalgar a onda de Portas e, à toa, concluir que "nós, portugueses, somos melhores a fazer negócios ... do que estas nações, com as quais gostamos de nos comparar”. Mesmo que na verdade, nesse mesmo ranking ‘Doing Business’, do Banco Mundial, Portugal tenha, pelo contrário, caído do 23º lugar (do ano passado) para o 25º, como é explicado no Observador!

É que, com estes critérios que tanto orgulham Pires de Lima, haverá sempre mais e mais países amigos de fazer negócio... 

 

A pintar o país de cor de rosa

Por Eduardo Louro

 

Na semana passada foi divulgado pelo Fórum Económico Mundial o ranking mundial da competitividade 2014/2015, que colocava Portugal no 36º lugar, à custa de uma subida de 15 posições.

Não sei o que é que isto vale, mas não me parece que valha de grande coisa. Lembra-me até, agora que tanto se fala do tema, que a selecção nacional de futebol há pouco mais de dois meses, à chegada ao Brasil era, pelo ranking da FIFA, a quarta melhor do mundo…

Mas sei que a política deste governo tem tido grande preocupação com a competitividade do país, mas também sei à custa de quê. Sei que o governo, de tão preocupado com a concorrência com os países de leste e até dos asiáticos, achou que o melhor para competitividade seria recriar esses países em Portugal. Com êxito – se calhar o êxito que lhe permitiu subir quinze degraus de uma só vez, o tal pulo gigante de Paulo Portas -, o país está já mais pobre que muitos desses países...

E sei que nesta dialéctica pré-eleitoral que se instalou nos partidos da coligação, em que a dupla Passos Coelho/Maria Luís aposta no rosto fechado dos duros e a Paulo Portas/Pires de Lima no riso de orelha a orelha dos comediantes, este ranking veio mesmo a jeito para o côr de rosa com que esta dupla está a pintar o país. Por isso ainda hoje se ouviu Pires de Lima voltar a esse ranking para criticar a oposição por ignorar este sucesso. Ou Paulo Portas zangado com a Srª Christine Lagarde, que só por lapso poderia ter dito que só a Espanha está a progredir... já que se não pode zangar com Maria Luís Albuquerque, que em vez de lhe fazer a vontade e dizer que vai baixar o IRS diz que, a baixar, será o IRC!

É a confiança, estúpido...

Por Eduardo Louro

 

A Bolsa caiu para mínimos de 2013 e a Comissão Europeia volta a colocar o país no ponto mira. O governo está de férias, que só interrompeu para mandar mais uns foguetes sobre a brilhante solução encontrada para o BES, com as caras de Portas e de Maria Luís Albuquerque, mais ou menos a assobiar para o lado, se descontarmos aquela aparição de Passos, a caminho da praia, em circunstâncias dificilmente coadonáveis com a gravidade da situação.

Finalmente lá apareceu hoje o ministro da Economia, já sem canas nem foguetes na mão, a manifestar-se preocupado com estas coisas. Diz Pires de Lima que o que se vive no mercado de capitais "espelha a grande desilusão com a situação do BES e também aquilo que é a desfaçatez verificada na PT". Que “os investidores, naturalmente depois de terem percebido ao longo dos últimos meses a evolução do caso do BES e terem verificado as atitudes que se verificaram ao nível da administração da PT, reagem negativamente". Ou que "os receios dos investidores estão lá, por isso é que os mercados caíram, porque houve, de facto, acontecimentos relevantes em Portugal, ao nível do BES como ao nível do comportamento da administração da PT que são inexplicáveis para qualquer investidor, nomeadamente investidores estrangeiros que investiram em Portugal e no mercado de capitais português convencidos que o mercado português não viveria situações como estas”. 

Nada do que diz é falso. Mas é falacioso, mais rigorosamente enganoso!

Porque tudo converge numa palavra mágica:confiança. Que simplesmente desapareceu!

Claro que a confiança desaparece quando uma marca como centenária como a do BES, ela própria marca de confiança, de repente desaparece. Às mãos de quem mais a deveria defender, à conta de gestão criminosa, mas também pelas mãos de quem deveria ter velado pela sua defesa. Claro que a confiança se esvai quando numa empresa como a PT, a administração aplica uma parte significativa do seu valor em financiamento directo a uma outra empresa, por acaso de risco. 

Mas a confiança perde-se de forma dificilmente recuperável quando o país, quando os seus orgãos de regulação e supervisão, promovem a subscrição de um aumento de capital de um banco, do seu maior banco privado e, um mês depois, com a resolução - eufemismo de falência - do Banco se apropriam de todo o capital. Confiscam tudo!

A confiança perde-se, e dificilmente se recuperará, quando se percebe que o governo e o Banco de Portugal, como agora se percebe pela legislação publicada, estiveram a preparar a resolução do Banco sem disso dar conta à CMVM, permitindo que as acções continuassem a negociar em Bolsa, e permitindo com isso situações de inside trading, sobre o que hoje já ninguém tem grandes dúvidas.

E quando se não pode confiar num Presidente da República (que garante toda a confiança num Banco desaparece uma semana depois), num governo que nunca é claro, especialista em enganar o país, em que tudo lhe serve para festa, nem nos órgãos de regulação e de supervisão, não se pode confiar no país!

Lembrando aquela célebre expressão da campanha de Clinton, daria vontade de responder da mesma maneira a Pires de Lima: É a confiança, estúpido...

 

Óbvia? Importa-se de repetir?

Por Eduardo Louro

 

Pires de Lima anunciou a fusão da Estradas de Portugal e da Refer porque "a racionalidade do projecto é óbvia".
Óptimo. Ficamos esclarecidos. Não sei se é assim tão obviamente racional misturar caminhos de alcatrão e de ferro. A racionalidade de juntar numa só as duas empresas mais endividadas do sector público, essa, é  óbvia: reduz a metade duas empresas super endividadas!

Óbvio é que, fundir estes dois poços sem fundo do sector público assim, sem mais nem menos, sem discussão pública nenhuma, não é muito avisado. Óbvio é que, podendo até haver muitas razões para a justificar, o ministro acha que não precisa de apresentar nenhuma...

Mas, se calhar, andar com ministros ao colo é nisto que dá!

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