Afinal o francês L´Equipe segue as ordens do francês Platini. Desde que a FIFA passou também a a atrbuir o prémio, e a designá-lo para o melhor do mundo, a escolha tem praticamente sido a mesma.
Não tem grande jeito, dois melhores do mundo... Mas quando se deixa um francês daqueles de mão estendida, com todo o mundo a ver... o melhor que pode acontecer é isso!
O primeiro jogo do grupo E - o tal, feito por encomenda - entre a Suiça e o Equador, terá sido o mais morno de todos, a convidar mesmo a uma soneca, mesmo ao jeito da hora do jogo, a que nem mesmo os fusos horários trocaram muito as voltas. Ia mesmo dando o primeiro empate da competição, o resultado normal destes jogos que dão sono… Mas acabou por não dar, a quinze segundos do final do jogo que teve três minutos de compensação a Suiça, que ao intervalo perdia por 0-1, marcou o segundo golo e desfez o empate, provavelmente o resultado que mais se ajustava ao jogo. Fraco, repito!
Curioso é que a Suiça, sem que aí nunca atinja prestações dignas de qualquer realce, está quase sempre presente nas fases finais das grandes competições. Quase sempre em razão de sorteios muito simpáticos, como aconteceu na fase de apuramento (com a Islândia, Chipre, Albânia, Eslovénia e Noruega) e se repetiu agora. Depois desta vitória, caída do céu nos últimos segundos, sobre um adversário acessível como é o Equador, restando-lhe as Honduras e a França, tem praticamente garantida a presença nos oitavos de final. O facto da FIFA estar sedeada na Suiça e de Blatter ser um cidadão suíço – e Platini, francês – não são mais que simples coincidências. Nem a tragédia que foi a participação francesa no último mundial – e no antepenúltimo – tem nada a ver com a constituição deste grupo. É apenas sorteio!
A França, de Platini, mas também, lá dentro, de jovens como Varane, Pogba, Matuidi, Cabayé, Valbuena, Griezmann... tudo de primeira água, ganhou facilmente às Honduras, uma selecção assim para o fraquinho, mas das rijas. Durinha, mesmo. Talvez por isso tivessem sido dispensados os hinos… Para evitar que os hondurenhos, que aguentaram até mesmo à beira do intervalo, levassem a coisa ainda mais a sério!
Resistiram até onde puderam, e a sorte – duas bolas na trave da sua baliza – ajudou. Depois, já com a praia ali tão perto, foi o penalti e a expulsão de Palácios. Porque um azar nunca vem só, o segundo golo surgiu logo no arranque da segunda parte, quando a sorte de uma bola do poste vira logo azar, ao bater no guarda-redes hondurenho e entrar. Sem dúvidas, porque agora já há chip na bola!
A segunda parte foi, por isso, um treino de ataque da equipa francesa. Os hondurenhos aproveitaram também para treinar… mas foi mais afinar a pontaria às pernas dos adversários. No fim, a França com 3-0 e Benzema em grande, entrou bem no Mundial. Como se pretendia, e não acontecia desde 1998, em França!
Mas o momento alto do dia foi a estreia de duas entidades míticas. O momento M, de Maracanã e Messi, juntos pela primeira vez!
Messi chegou tarde ao encontro, com mais de uma hora de atraso, e valeu à Argentina a estranha generosidade que se abateu sobre os defesas neste mundial. Mais um auto-golo, logo aos dois minutos, ditou a vantagem imerecida da selecção das Pampas ao intervalo. Porque surpreendentemente a Bósnia foi melhor, e foi mesmo a única equipa a criar oportunidades de golo. Dos dois guarda-redes, apenas o argentino teve trabalho!
Não se sabe muito bem o que terá passado pela cabeça do seleccionador argentino quando escalou a equipa inicial. Apresentou-se com três centrais, um dos quais o Garay, que vale por dois. Mas, com Mascherano à frente deles, e com o Rojo na esquerda, passam a ser cinco. Com Zabaleta, na direita, passam a ser seis os defesas. Como inventou ainda o regresso do velho Maxi Rodriguez, que apenas andou por lá, nada mais, sobravam Messi, Di Maria e Aguero para agarrar no jogo. Não dava. Nem estavam para isso!
Ao intervalo o treinador argentino mudou, e nem precisou de reparar que tem lá um rapaz no banco chamado Enzo Perez. Bastou passar para quatro defesas, meter um jogador no meio campo e outro na frente. Para que o jogo mudasse e aparecessem as estrelas... E chegasse Messi ao jogo, para fazer o segundo golo. Que só não arrumou com a questão porque a Bósnia, se bem que em circunstâncias mais esporádicas que as da primeira parte, ainda marcou, a pouco mais de cinco minutos do fim.
Não sei o que irá acontecer na próxima quinta-feira em Turim, onde o Benfica retribui a visita da passada quinta-feira da Juventus, num jogo com vista para a final da Liga Europa. Literalmente, porque é mesmo ali, em Turim, no Del Alpi, que se irá realizar. Mas sei que o que já está a acontecer …
A Juventus de Platini, la vechia signora, que em português se traduziria por puta sabida, com uma história tão salpicada de glória quanto de batota, queixou-se à UEFA de Platini de uma atitude de Enzo Perez no jogo de Lisboa. Não se queixou da provocação do Chielini, que induziu o argentino do Benfica àquela reacção. Nem da arbitragem do senhor que veio da Turquia para, às ordens do Sr Platini, começar, logo na Luz, a afastar o Benfica da final.
A UEFA de Platini, contra todas as rotinas, antecipando-se a tudo o que é a sua prática corrente, antecipando a reunião de avaliação da queixa e deixando apenas 24 horas para o Benfica apresentar a defesa, tudo está a fazer para dar provimento à queixa italiana, e impedir a utilização do fundamental Enzo Perez.
Não sei o que irá acontecer. Mas sei que Platini teve a lata e o descaramento de anunciar publicamente que gostava de ver a equipa italiana na final. Que, se o Benfica atingir e ganhar a final, Portugal garante o terceiro lugar no ranking europeu, justamente por troca com a Itália. Que Platini tem atrás de si, em impunidade total, um largo rasto de batota. Que nem sequer esconde que usa arbitrária e mafiosamente o poder. Que as cúpulas dirigentes do futebol europeu e mundial há muito trocaram a independência e a transparência pelos interesses obscuros, pelo negócio torpe e pela corrupção. Que Platini e Blatter, como antes Avelange, são tudo menos gente respeitável...
Gente que, atrás de campanhas de fair play, repect ou no to racism, conspira permanentemente contra todos os valores da verdade. Gente que come a banana, mas que lança a casca para o chão...
Na FIFA e na UEFA nada tem consequências, nunca sobra sequer uma pontinha que seja de dignidade e nunca ninguém assume responsabilidades. Blatter e Platini são inimputáveis. Salvam-se os resultados morais:Cristiano Ronaldo 10 - Blatter 0!
Enquanto a selecção nacional devia procurar alcançar a qualificação directa para o Brasil, a mensagem era que não havia problema nenhum, que o segundo lugar também dava… Keep calm, no pasa nada...
Lá chegados, começaram os problemas. Começou afinal a perceber-se que não era bem assim, que chegar ao play-off não significava mais que disputar com um adversário o direito a chegar ao Brasil. E foi essa ideia – disputar com um adversário – que levou a consciencializar que já não havia Bósnias, o sparring partner das últimas qualificações. E mais: que não havia Bósnia porque já lá estava, no Brasil. Porque, depois de anos a ficar de fora, percebeu que chegar ao play-off não era chegar aos palcos das fases finais. E por isso tratou de ganhar o seu grupo, deixando à selecção da Grécia – de Fernando Santos – as preocupações com o apuramento fora de horas.
A França é que não – dizia Cristiano Ronaldo e diziam todos. Portugal, não – diziam alguns dos franceses, que não Ribery. Depois de três vezes despachada – uma por Platini e duas por Zidane - achava-se que a selecção portuguesa evitaria por isso mesmo a equipa francesa, graças ao mesmo mas agora outro Platini.
A Islândia é que dava jeito, dizia-se. Era a prenda no bolo onde a fava, contando com a mãozinha do francês que manda na UEFA e quer mandar na FIFA, era agora a Suécia. De Ibrahimovich, o cada vez mais especialista em golos incrivelmente espectaculares!
E foi mesmo, para que ninguém mais se esqueça que o play-off é um caminho suplementar para o Brasil e não um simples carimbo para retardatários.
Ah… o brinde – a Islândia – saiu à Croácia. A França também se não pode queixar – calhou-lhe em sorte a Ucrânia. O resto fica por conta da Grécia e da Roménia!
Tinha aqui dito quando escrevia sobre o jogo Itália – Inglaterra, que apurou os transalpinos para as meias-finais deste euro, que Pedro Proença regressaria a casa, depois de mais uma brilhante actuação para a imprensa e comentadores portugueses, mas de nada disso do meu ponto de vista.
Normal seria que assim fosse, que tivesse regressado para umas férias que eu desejaria fossem inspectivas e de auto crítica, na perspectiva de preparar uma nova época em que se esforçasse por ser isento e competente, mas que seriam certamente de deslumbramento e de reforço do seu sentido de parcialidade que lhe acentuarão a sua vocação, natural ou trabalhada, para interferir activamente nas decisões do títulos indígenas. A selecção nacional está envolvida na discussão deste campeonato da Europa e o normal, repito, seria que, independentemente dos juízos que a UEFA e os jornalistas e comentadores nacionais façam da sua competência, ele estivesse naturalmente impedido de arbitrar qualquer dos três jogos que faltam.
Surpreendentemente, ficou! E, com o inglês Howard Webb e com o italiano Nicola Rizzoli, forma o trio de árbitros de prevenção para a final…
O que quer isto dizer?
Simplesmente que, para a UEFA, a hipótese de uma final entre a Itália e Portugal nem sequer se coloca. Quer dizer que o Sr Platini tem a forte convicção que a final é mesmo entre a Alemanha e a Espanha. Que o seu desejo é uma ordem!
Aumentam por isso as razões para a suspeição levantada com a nomeação do turco Cuneyt Çakir para o jogo de hoje com a Espanha. As ligações deste árbitro a Angel Villar - o eterno patrão do futebol espanhol e manobrador mor na UEFA –, neste contexto, cobrem esta nomeação de suspeitas.
Por mim, tenho a forte convicção que há motivo de suspeição. Tão forte como a que tenho que a selecção nacional, daqui a poucas horas, vai conseguir ganhar à Espanha, ao árbitro turco, à UEFA e ao Sr Platini!
Ficou hoje completa a lista dos eleitos para permanecer no euro, juntando-se, como esperado, as selecções francesa e inglesa às seis já conhecidas.
Sem brilho – ambas – deve dizer-se!
A França foi apurada depois de uma derrota por dois a zero e, por mais voltas que dê à cabeça, não consigo perceber como é que já o não estava. A França – uma das favoritas – deixou de o ser. Porque perdeu – e bem, sem espinhas – com a Suécia e porque, perdendo, foi segunda classificada no grupo e caiu na boca da Espanha. Que é mais favorita, como o próprio Platini confirma!
Desse jogo com a Suécia – que foi melhor contra a França e já o havia sido contra a Inglaterra, o que deixa mais próxima da Croácia do que da Holanda – ficam as oportunidades de golo construídas pelos nórdicos, fica a segunda arbitragem de Pedro Proença - ao nível da primeira -, fica uma enorme desconfiança sobre a capacidade dos gauleses mas, acima, bem acima de tudo isso, o golão de Ibrahimovic: o melhor desta fase do campeonato agora concluída, e que, se não vier a ser o melhor, ficará para sempre como um dos melhores deste euro 2012.
O que será um prémio para este extraordinário jogador, de quem se diz que passa sempre ao lado das grandes provas europeias e mundiais de selecções. Com este golo já ninguém poderá que Ibrahimovic não passou pela Polónia e pela Ucrânia!
E como foi bonita a festa sueca! Sem grande coisa para festejar, foi bonita de ver a forma como os adeptos suecos se despediram da sua selecção. Uma lição, como a dos irlandeses!
A Inglaterra acabou por conquistar o primeiro lugar do grupo - algo pouco provável depois de, na segunda jornada, a França ter ganho à Ucrânia por 2-0 – depois de ganhar um jogo em que jogou para empatar. Finalmente com Rooney – depois de cumprido o castigo de dois jogos -, um dos melhores cinco ou seis jogadores na prova, e o autor do golo da vitória, a Inglaterra apresentou-se hoje com um jogo mais ligado. Há uma Inglaterra sem Rooney e outra com ele. Mesmo assim, voltou a não convencer. Mas venceu! E venceu porque a arbitragem voltou a estar no centro do resultado, como já tinha estado noutros três jogos anteriores.
O árbitro húngaro – o senhor Viktor Kassai, um dos favoritos da nomenklatura da UEFA – não confirmou um golo da Ucrânia, depois de a bola estar, aos olhos de toda a gente, bem dentro da baliza. Que não aos olhos do Sr Kassai, nem do seu árbitro assistente… Nem sequer dessa figura ridícula que os organismos máximos do futebol europeu e mundial inventaram, a que chamam árbitro de baliza.
O senhor que estava a interpretar essa figura não viu uma bola à frente do seu nariz dentro da baliza. Como todos os outros senhores que fazem essa figura ridícula – não sei se já repararam, mas é frequente vê-los de cócoras com a cabeça de um lado para o outro para, sem que ninguém perceba para quê – sem que vejam penaltis cometidos debaixo do seu nariz, ou sequer quem realmente tocou a bola em último lugar. Mais ridículo que estas figuras já só a UEFA se, depois de hoje, as mantiver!
É bem possível que, quando é presidida por um senhor – que foi um grande jogador mas que não tem a mínima condição para dirigir o que quer que seja – que faz do ridículo profissão, a UEFA opte por manter-se exposta ao ridículo. Depois das impensáveis declarações de Platini, e especialmente destas três últimas arbitragens (Alemanha - Dinamarca, Espanha – Croácia e Ucrânia – Inglaterra) a decidir quem seguiu para os quartos de final, dificilmente este euro 2012 deixará de ser uma das páginas mais negras na História dos Campeonatos da Europa.
Isto começa a cheirar a esturro: incendiar, queimar… É demasiada combustão!
Desta vez não se incendeiam ânimos nem se queimam bancadas. Trata-se hoje de queimar tempo!
Que é coisa que por cá fazemos muito bem. Se há tarefa que desempenhamos bem é essa de queimar tempo. Somos especialistas em perder tempo. Gostamos fazer passar o tempo e até de ajudas para isso. Daí o sucesso dos passatempos!
O tempo queima-se. O tempo arde e desaparece. É, como o amor para o poeta, e ao contrário das cadeiras nos estádios, fogo que arde sem se ver!
Em futebolês,queimar tempo não é muito diferente. Num jogo de futebol queima-se tempo, mas também se joga com o tempo. Joga-se com a bola e com o tempo! E joga-se também contra o tempo! O tempo é umas vezes aliado e outras adversário. E aqui surge um dos muitos paradoxos em que o futebolês é fértil: é quem tem o tempo como aliado que o queima!
Normal seria que queimasse tempo quem o tem como adversário. Mas não! É ao contrário, quem tem o tempo como adversário não quer que lhe falte nada, trata-o com o maior carinho e respeito. Quem o tem do seu lado queima-o!
Correu por aí esta semana um vídeo do último Benfica – Sporting – ainda e sempre no topo da actualidade, mesmo quando a actualidade já lá vai – onde se via, já mesmo na parte final do jogo, uma louca correria de Jorge Jesus ao longo da linha lateral. Não queimava tempo e corria contra o tempo, ele que tinha precisamente o tempo a seu favor. Gesticulava freneticamente, o que nele não é propriamente uma novidade, sem que se percebesse o que estava a acontecer. Percebemos quando o guarda redes Artur, meio a contragosto e muito surpreendido, lá teve que se deitar no chão: pretendia que se queimasse algum tempo! Que se aproveitassem alguns segundos daqueles últimos minutos que, se para o Benfica avançavam a passo de caracol, para o Sporting corriam mais rápido que uma lebre em campo aberto.
É natural, faz parte do próprio jogo, e não tem nada a ver com fair play – para Jesus uma treta, como há muito se sabe – como muita gente quis fazer crer. O que não é normal é o espectáculo dado pelo treinador do Benfica, mas sabemos que a descrição não é o seu forte. Nem o aproveitamento que muita gente quis fazer, esquecendo-se dos seus telhados de vidro. Num desses telhados de vidro vê-se um jogador estendido numa maca, de polegar estendido e piscadela de olho marota, minutos depois de se rebolar na relva, contorcido com dores.
Onde não se queimou tempo foi no jogo de Zagreb na passada quarta-feira, onde a equipa francesa do Lyon marcou seis golos em 28 minutos. Tantos quanto precisava de marcar para se apurar para os oitavos de final da Champions, à custa do Ajax, que o nosso conceituadíssimo Jorge Sousa ajudava a empurrar, anulando-lhe dois golos limpíssimos no jogo de Amsterdão com o Real Madrid. Lembrou-me aquele Argentina - Peru do Mundial de 78, quando a Argentina dos generais - a quem Avelange entregara a organização daquele campeonato do mundo - precisava de seis golos para, em vez do Brasil, seguir até à final que tinha de ganhar, como ganhou.
Não se queimou tempo mas queimaram-se coisas bem mais importantes, como a credibilidade da UEFA e do Sr Platini! Quem não se queimou – raramente se queima – foi a máfia das apostas…
Queimar tempo não é afinal grave. Graves são as outras coisas!
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