O Porto levou um banho de bola do Rio Ave, no Dragão. Pepe agrediu um adversário dentro da sua área, e mandou-se para o chão agarrado à cara. O árbitro assinalou falta contra o Rio Ave. A Sport TV não voltou a mostrar imagens do lance. O VAR não viu nada.
Mais tarde, um jogador do Rio Ave, Hernâni, antigo jogador do Porto, recebeu a bola no peito, dentro da área portista, sozinho. O árbitro parou a jogada e assinalou mão ao jogador do Rio Ave. O VAR não podia intervir, e a Sport TV não queria mostrar.
Um corte a varrer, que em Pepe é imperial, num jogador do Rio Ave é falta e amarelo.
O Porto marcou no último segundo da primeira parte, na única oportunidade de golo de que dispôs. E chegou, para ganhar mais um jogo em que não jogou nada. Passado, grande parte, a "queimar tempo", e que acabou em "chutão" para onde estavam virados.
Para "Luís Feito Bobo", nada a apontar. Só a "naõseiquantésima" vitória do Porto. E o papel que Sérgio Conceição mandou para dentro de campo, e que dele saiu para que ninguém soubesse o que dizia. A não ser "Luís Feito Bobo"... E o melhor em campo foi Eustáquio.
No fim, nada de especial de passou. Sérgio Conceição não cuspiu em ninguém, a vitória foi justíssima, e estava feliz e bem disposto. Como Luís Freire, encantado com a exibição da sua equipa, que teria eventualmente merecido o empate. E sem nada de que se queixar.
É assim. É isto o futebol em Portugal. Com tudo alinhado na forma do costume. Há mais de quarenta anos!
O Benfica voltou a ganhar no Dragão e, sendo muito cedo - esta é apenas a décima jornada -, deu um passo importante rumo ao há tanto adiado 38.
Os primeiros instantes do jogo deram a indicação de um Benfica descomplexado, e pronto a discuti-lo sem medos nem receios. Passados esses primeiros minutos começou a surgir a esperada pressão alta do Porto, e como ela os primeiros passes falhados do meio campo benfiquista. Os primeiros dos muitos, de mais mesmo, que marcaram hoje o seu futebol. E o Porto conheceu então o único período de superioridade no jogo.
Foram cerca de 10 minutos, os últimos do primeiro quarto de hora, que se esgotaria com a única ocasião de golo, negado por Vlachodimos, numa defesa extraordinária.
A partir daí o Benfica passou a equilibrar o jogo e, depois da expulsão de Eustáquio, aos 27 minutos, a superiorizar-se em todos capítulos do jogo. E mereceria ter saído para o intervalo na frente do marcador, depois de duas ou três boas oportunidades de golo criadas, em especial aqueles dois remates aos ferros - Aursnes ao poste, e Rafa à barra.
Em vez disso, de sair a ganhar, saiu para o intervalo com uma carrada de amarelos para resolver. Até porque se sabia que, depois dos dois amarelos, em três minutos - quando o segundo deveria ter sido vermelho directo -, que ditaram a expulsão do jogador do Porto, naquele contexto, o segundo amarelo para cada um dos amarelados - João Mário, Bah, Enzo e Aursnes - seria uma questão de (pouco) tempo. Até porque o Porto já tinha em grande actividade todos os especialistas na pressão sobre o árbitro e nas simulações de faltas.
Avisado, Roger Schemidt deixou logo três deles no balneário. Apenas Aursnes continuou, e concluiu todo o jogo. E bem, com uma grande exibição.
A expulsão do Eustáquio, deixando o Porto reduzido a 10, condicionou o jogo. Mas os amarelos aos jogadores do Benfica não o condicionaram menos. Ao ficar órfão do futebol de João Mário e Enzo, o Benfica perdeu a orientação do seu futebol. E, na prática, ficou também a jogar com 10. Se Gilberto - que não esteve bem - ainda assim cumpriu, Draxler não existiu em campo. Saiu, lesionado, ao fim de 18 minutos, em que praticamente não tocou na bola. Dos três, apenas Neres, mesmo também amarelado desde cedo, teve verdadeira influência no jogo. Pelo que jogou, mas também porque, não fosse a superioridade numérica, não teria muito provavelmente entrado tão cedo.
Sérgio Conceição não fez alterações ao intervalo, e o Porto veio para defender. Com a equipa subida, mas a defender. E quando isso não fosse possível, então sim, lá atrás. E o jogo começou a correr-lhe de feição, até porque na sala de máquinas do Benfica não estavam nem Enzo, nem João Mário. As poucas ocasiões em que poderia marcar iam sendo desperdiçadas, e os jogadores começavam a acusar claro nervosismo. Viu-se em muitos deles, mas viu-se mais claramente no António - com o miúdo a acusar a perseguição que lhe foi movida nos últimos dias - e em Gilberto, que transformou um passe ao guarda-redes num remate que obrigou Vlachodimos a uma defesa complicada.
Percebia-se que se entrara numa fase do jogo em que o Porto começava a acreditar que até poderia ganhar o jogo. Percebeu-se logo a seguir que acabaria traído pela ambição. Ao adiantar-se no terreno deixava o espaço que o Benfica não tinha ainda encontrado quando só defendia. Lá atrás, ou mais à frente.
Espaço que é oxigénio do futebol de Neres e Rafa. Combinaram pela esquerda, lá surgiu finalmente o golo. Que o árbitro João Pinheiro anulou de imediato, mesmo que fosse por demais evidente que David Neres estava em jogo quando recebeu a bola, antes de a devolver para que o Rafa a rematasse para dentro da baliza. Valeu o VAR!
Nem com o golo a equipa tranquilizou. Pelas mesmas razões anteriores, mas porque, logo a seguir, Musa - que entrara por troca com Draxler - não matou o jogo, rematando por cima da barra uma bola que, a dois metros da baliza, só tinha que empurrar lá para dentro.
Sucederam-se faltas e livres nas proximidades da área do Benfica. E truques, dos habituais no Dragão. E mais amarelos... mas nunca para o Octávio. Que teria de ter sido expulso, não fosse isso uma impossibilidade.
Houve sofrimento até ao fim. Mas a bola só esteve realmente perto de entrar na baliza do Diogo Costa. Que teve ainda tempo de fazer uma defesa tão grande que até tirou a bola de dentro da sua baliza. Há VAR, mas não há tecnologia da linha de golo. Vá lá perceber-se por quê.
Claro que nestes jogos, mais que em quaisquer outros, o mais importante é ganhar. Logo a seguir, é ganhar bem. O Benfica ganhou, e ganhou bem. Não jogou bem, mas isso nunca é possível nestes jogos no Dragão. É tão impossível como o jogo acabar com imagens de fair play. Ou como Sérgio Conceição aceitar uma derrota!
O futebol em Portugal cabe todo no jogo deste fim de tarde, na Luz. Qualidade abaixo de zero, largas dezenas de faltas, jogo parado na maior parte do tempo, e "habilidades" várias. De árbitros e jogadores.
Foi isto que se passou neste clássico, e é isto que se passa no futebol que por cá acontece.
Sabia-se que este jogo podia acabar na decisão do título, na garantia matemática do apuramento do campeão desta época. Bastava ao Porto empatar na Luz, e desde bem cedo se percebeu que era exactamente isso que procurava do jogo. Ao Benfica cabia fazer tudo para ganhar o jogo. Porque é essa a exigência de sempre, e porque isso era necessário para impedir que o Porto voltasse a fazer festa na Luz.
Os maus resultados nas últimas épocas contra o Porto, esta incluída, foram sempre vistos à luz da diferença de competitividade das duas equipas. O Benfica era sempre suplantado pela garra e pela agressividade do adversário, sempre com evidentes dificuldades de resposta na disputa dos lances, fosse pela pressão do adversário sobre o portador da bola, fosse nos duelos individuais. Ficou a ideia que, neste jogo, os jogadores do Benfica quiseram enfrentar essa dificuldade. Que entraram em campo convencidos que teriam de usar as mesmas armas do adversário.
E na verdade o Benfica hoje não tinha outros argumentos e, a gosto ou a contra-gosto, teria de ser por aí que iriam discutir o jogo. E isso fez lembrar a célebre frase de Bernard Shaw: Nunca lutes com um porco; ... ficas todo sujo, e ainda por cima o porco gosta. É certo que os jogadores do Benfica lutaram até à exaustão, foram duros, não viraram a cara à luta. Mas, no fim ... o porco gosta.
E o jogo foi isso, não muito mais que isso. Sempre que o Benfica conseguia impor outro ritmo ao jogo lá vinham os mestres a mudá-lo para o lamaçal. Mais uma queda, mais um rebolar na lama, mais uma manha. E lá voltava tudo ao mesmo. Como o porco gosta.
Na única vez que conseguiu fugir à luta com o porco, teve sucesso. Houve futebol, e golo. Um grande golo, até. Só que ... não vale. Não pode valer. E então arranjam-se dois centímetros para não valer. E no fim, ao quarto minuto dos seis de compensação, já esquecidos da missão que tinham levado para o jogo, deixaram que um adversário interceptasse uma bola na sua área e corresse com ela o campo todo sem ninguém pela frente até à baliza.
Se o jogo tinha sido mau, se a lata tinha tido apenas dois centímetros, e se o empate já lhes dava direito a voltar a fazer a festa em nossa casa, o pior nem era perder o jogo. Era perdê-lo aos 90+4 com um golo ... de Zaidu!
Depois de nos termos lembrado da frase do dramaturgo irlandês, acabamos a lembrarmo-nos de um tal Kelvin.
"O futebol é isto mesmo" - é uma das mais recorrentes expressões do futebolês. E até já deu título de livro.
No passado domingo o Porto ganhou em Guimarães, com um golo na conversão de um dos dois penáltis assinalados pelo árbitro João Pinheiro, e confirmados pelo VAR, Rui Costa. Árbitro e VAR que viram nos unanimemente reconhecidos mergulhos de Taremi para a piscina razão para assinalar dois penáltis, mas já não viram qualquer falta quando o Mbemba atropelou dentro da área o central vimaranense Jorge Fernandes, partindo-lhe a clavícula. A equipa da casa teve ainda um jogador expulso,
No final do jogo, as declarações de Pepa, o treinador da equipa do clube de Guimarães presidido por um sócio do Porto, foram para exaltar o mérito de Taremi e para dizer que o Porto tinha jogado para ser campeão.
Hoje, de novo em Guimarães, na recepção ao Paços de Ferreira, que ao intervalo tinha 65% de posse de bola, a equipa de Pepa beneficiou de - não um, não dois, mas três - três penáltis, qual deles o mais discutível. E da expulsão de um adversário, logo ao segundo.
Em Portugal, o futebol é mesmo isto mesmo. Quem se portar bem não se vai dar mal!
Ontem foi assim. Já ia ali, e avisamos logo que hoje iria mais longe... Não nos enganamos ... porque é sempre assim!
A TVI deu o passo seguinte para que o tempo faça o seu caminho, ao serviço dos poderes instalados. Pegou num caso há muito conhecido e em investigação - que, evidentemente, não nos orgulha, mesmo estando por provar, como não nos orgulhamos da História de Vieira no Benfica - para fazer desaparecer a vergonha do que se passou na sexta-feira, no Dragão, e a vergonha maior que é o silêncio de Fernando Gomes e de Pedro Proença.
É sempre assim. Sempre que é preciso esconder algo grave no FC Porto surgem suspeitas do Ministério Público sobre o Benfica. Se não houver novas, servem-se requentadas.
Três dias depois dos intoleráveis acontecimentos da passada sexta-feira no Estádio do Dragão, que mostraram ao mundo o ground zero do futebol em Portugal, os responsáveis pelo mundo da bola cá do burgo - Fernando Gomes, da Federação Portuguesa de Futebol, e Pedro Proença, da Liga de Futebol Profissional, continuam a fingir que nada aconteceu. Calados e mudos, como se nada tenham a ver com nada e tudo possa continuar como se nada tivesse acontecido, empurrando para o tempo a responsabilidade de tudo apagar.
Esse, o tempo, vai cumprindo com as responsabilidades que lhe são atribuídas. É o único que não as endossa, e lá vai fazendo o seu caminho. Sem perder tempo, porque de tempo sabe ele ... Hoje, ao terceiro dia, já vai aqui, nesta primeira página. Amanhã irá mais além....
É impossível não começar com uma palavra de enorme apreço para Nelson Veríssimo: estava com a equipa B na Feira, para disputar o jogo da Segunda Liga, com o Feirense, quando foi chamado a Lisboa para tomar conta da equipa principal. Na viagem recebeu a notícia da morte da mãe - e quem já perdeu a sua sabe o que é isso - foi dar o treino e apresentou-se hoje no Dragão, com uma equipa, uma verdadeira equipa, a discutir o jogo.
É de um verdadeiro benfiquista. É de campeão!
Este jogo de hoje não teve nada em comum com o da semana passada. O que teve em comum é o que têm em comum todos os jogos com o Porto: uma arbitragem a influenciar o seu desfecho, sempre sob a pressão permanente, e a batota sistemática dos jogadores do Porto, em teatralização permanente, quer a simular faltas, quer a sua extensão. De resto, mais nada que fizesse lembrar o naufrágio da equipa da Benfica no jogo da Taça, faz hoje uma semana.
Nelson Veríssimo não revolucionou a equipa. Nem podia. Não houve tempo para fazer a revolução, e as opções disponíveis também não davam para muito. Mas acabou com os três centrais que Jesus inventara, e que limitavam o equilíbrio da equipa, e fez com que os mesmos jogadores parecessem outros. E o Benfica que entrou em campo foi uma equipa equilibrada e com jogadores empenhados, e dispostos a disputar todas as bolas com a mesma vontade dos seus adversários.
Bastou isto para que entrasse em campo sem medo e, a partir daí, não só a discutir o jogo mas a superiorizar-se. E na verdade a primeira meia hora foi do Benfica. Quem, faz hoje uma semana, por esta hora, admitiria que isto fosse possível?
Aconteceu então o que é comum acontecer nestes jogos com o Porto. Aos 34 minutos. Pontapé longo do guarda-redes portista - logo depois de Yaremchuk, isolado, ter desperdiçado uma ocasião flagrante para marcar - que obrigou Vlachodimos a sair da área e a corta a bola pela lateral. Reposição rápida da bola (mérito ao apanha-bolas - não é caso único, e só é possível a jogar em casa), com o Fábio Vieira a dominá-la com o braço para, com a defesa do Benfica surpreendia com a rapidez com que a bola fora reposta, se isolar e marcar o golo, com a bola a passar entre as pernas do guarda-redes.
Viu-se no lance corrido que o Fábio Vieira - já tão batoteiro como Octávio - ajeitou a bola com o braço. E que, sem esse gesto, não teria ficado com ela à frente. E nunca poderia ter marcado o golo. Esperava-se que o VAR o anulasse. Mas não. Nem o VAR o anulou, nem a Sport TV mostrou mais o lance.
O Benfica sentiu o golo. E sentiu mais a injustiça, mais uma vez. E três minutos depois - aí sim. com a defesa aos papéis - sofreu o segundo. Dois golos em três minutos, e assunto resolvido.
Nada disso. Em vez de o darem por resolvido, o treinador e os jogadores do Benfica sentiram que tinham ainda de fazer mais, e que se não deixariam abater. Voltaram ao domínio do jogo, mas o resultado não se alterou até ao intervalo.
A entrada na segunda parte foi de autêntico assalto à baliza portista, e o golo surgiu logo ao segundo minuto. Só que logo a seguir André Almeida foi expulso (adivinhava-se!). O Benfica ficava toda a segunda parte a jogar com menos um. Mas nem assim deixou de ser melhor, e de criar as melhores oportunidade para marcar. Mbemba evitou o golo de Gonçalo Ramos, que batera com categoria Diogo Costa, com bem mais trabalho que Vlachodimos. E Rafa, num grande remate, fez a bola passar a centímetros do ângulo esquerdo da baliza, com o guarda-redes portista batido.
A meio da segunda parte Nelson Veríssimo mexeu na equipa. Com a expulsão de André Almeida já tinha retirado Yaremchuc, que acabara de fazer o golo, para entrar Lázaro - e que bem jogou, não teve nada a ver com o que se tem visto - para lateral esquerdo. Provavelmente, pelo esforço despendido pelos jogadores, não poderia deixar de o fazer. Mas não correu bem .João Mário e Rafa, que estavam a fazer um grande jogo, deram o lugar a Pizzi e Taarabt. E Gonçalo Ramos, também em bom nível, a Seferovic.
É certo que os que entraram não estiveram ao nível dos substituídos. Mas decisivo, mesmo, foi que o terceiro golo do Porto aconteceu em simultâneo. Num lance infeliz, em que Gilberto (mais um, com um grande jogo) perde um ressalto para Vitinha, que isolou Taremi para marcar. De novo por entre as pernas de Vlachodimos.
Nem aí a equipa desistiu e, mesmo sem a qualidade que antes demonstrara, continuou a jogar, sem nunca se entregar. E teve ainda mais uma ou outra oportunidade para marcar, mesmo que a mais flagrante tenha pertencido ao Porto, por Octávio. Mas já nos descontos, e com Morato (mais outro bravo) já sem poder correr.
O Benfica perdeu. E está inevitavelmente arredado do título. E, no fim este, jogo serviu apenas para Nelson Veríssimo, e os jogadores, dizerem a Rui Costa quanto custou não ter decidido quando e como devia.
Que o novo ano, que aí vem, seja melhor. Um bom ano para todos!
Se era preciso esperar por Dezembro, e por estas duas deslocações ao Dragão, para fazer o teste do algodão a esta equipa de Jorge Jesus, bastou o primeiro dessas confrontos para confirmar que este Benfica não tem capacidade para se bater com os seus principais rivais em Portugal. Não foi capaz contra o Sporting, na Luz. E voltou a não ser esta noite, no Dragão. E sempre com banhos de bola e de estratégia de jogo.
E isso para os benfiquistas é inaceitável. Os adeptos sabem que o Benfica poderá não ganhar sempre, mas não podem aceitar que perca sempre. E que perca tão claramente como está a acontecer.
Neste momento já não é só Jorge Jesus que há a responsabilizar, mesmo sendo ele o principal responsável pelo desastrado desempenho da equipa. Depois da equipa ter entrado como entrou no jogo com o Sporting, hoje a equipa conseguiu ainda fazer muito pior, contra um adversário que toda a gente sabe que faz da intensidade que coloca no jogo, na pressão e na luta pela disputa da bola a sua principal arma. Se, em vez de um jogo de futebol, fosse uma luta de cães, diríamos que em campo estavam 11 pitbulls de um lado e 11 caniches do outro.
Coube ao Benfica a saída de bola. E no entanto sofreu o primeiro golo aos 30 segundos, e num lançamento de linha lateral. Isto é, saiu com a bola, perdeu-a de imediato e cortou-a depois pela linha lateral. Lançamento com as mãos para a área, o lance mais fácil de defender em futebol, onde os jogadores do Porto ganharam todos os ressaltos até a enfiarem na baliza. Tudo em menos tempo do que demorou a descrever.
Pouco mais de 5 minutos depois mais do mesmo. Os do Porto ganharam todos os ressaltos, e o golo acabou por ser evitado pelo Helton Leite, com uma defesa - difícil - para canto. Do canto, de novo mais do mesmo. O mesmo Helton soca - mal - a bola, mas os pés chegar a bola para o segundo golo.
Dois a zero, aos 7 minutos!
Ninguém acredita que Jorge Jesus não tenha preparado os jogadores para o que iriam encontrar. Que não tenha avisado os jogadores disto. Mas, com tudo o que se tem passado, poucos acreditarão que os jogadores o tenham ouvido. È verdadeiramente bizarro que, num clube com a dimensão do Benfica, a dois dias do primeiro de dois jogos numa semana que decidem toda a época, o treinador ande a encontrar-se publicamente com dirigentes de um outro clube que o pretende contratar.
Outro treinador, outra pessoa de outra dimensão, nunca o faria. Uma administração à altura da grandeza do Benfica nunca teria deixado chegar as coisas a este ponto. E era tão simples tirar o tapete a Jorge Jesus, impedindo-o de jogo baixo em dois tabuleiros...
Rui Costa é, por isso, hoje tão responsável quanto Jesus por esta derrota. Que é eliminação da Taça, mas é ainda mais, como se verá já de hoje a uma semana.
O Benfica chegou ao 2-1, que poderia reabrir o jogo, e porventura alterar-lhe o destino. Mas o assistente do árbitro Tiago Martins não teve dúvidas em assinalar fora de jogo de 4 centímetros, e anular o golo de Darwin. No VAR, João Pinheiro colocou as linhas nos tais 4 centímetros. Não é isso que espanta, já vimos muito disso. O que espanta é que, no início da segunda parte, o mesmo assistente só tenha visto um fora de jogo do Porto de 4 metros, que por acaso não acabou em golo, quando os jogadores do Benfica já tinham passado do meio campo em contra-ataque. Então sim, reparou que lhe tinha escapado um fora de jogo de 4 metros, quando detectara o outro de 4 centímetros.
E aqui temos de voltar à estrutura do Benfica liderada por Rui Costa. Tiago Martins é um péssimo árbitro, com longo historial de perseguição ao Benfica. Esta noite permitiu tudo aos jogadores do Porto. Permitiu que Evanilson, que já tinha amarelo, pisasse perigosíssimamente Otamendi, em lance de vermelho directo, sem sequer assinalar falta. Para, logo a seguir mostrar amarelo ao mesmo Otamendi (que lhe valeria a expulsão, pelo segundo, já na parte final do jogo) num lance em que nem tocou no mesmo Evanilson. Permitiu que Octávio desse pancada, e simulasse faltas e agressões durante todo o jogo, amarelando-o apenas já perto do fim do jogo, e antes de ser substituído. Passou sem sequer amarelo a falta de Fábio Cardoso, à entrada da área, que lesionou gravemente Darwin, que saiu com o pé ensopado em sangue. E no entanto é o Porto que não comparece na conferência de imprensa, em protesto contra a arbitragem. Pela estrutura do Benfica Tiago Martins pode continuar o seu historial sem sequer um reparo.
Não valeu o golo de Darwin, e à meia hora de jogo, em mais um descalabro defensivo do Benfica, mais uma vez com André Almeida como réu maior, em contra-ataque o Porto marcava o terceiro, e fechava logo ali o resultado. A partir daí o Porto defendeu, e o Benfica fingiu que atacava.
Aos 45 minutos, no fim da primeira parte, Evanilson foi expulso, com o segundo amarelo. então já muito atrasado, e o Benfica tinha toda a segunda parte para jogar com um jogador a mais. Não a jogou toda, porque Otamendi seria também expulso, mesmo que já perto do fim, para complicar ainda mais as coisas para o jogo do campeonato, de hoje a uma semana. Mas nem por isso o jogo mudou de cariz - o Porto a defender, e o Benfica a fazer que atacava, perdido em cruzamentos para a área que nunca davam em nada. A não ser no golo de Otamendi - e como o merecia! - também anulado por fora de jogo a Pizzi, entrado na segunda leva de substituições (entrou com o inexplicável Lázaro) depois de ao intervalo terem entrado Yaremchuk e Everton, e de Seferovic ter entrado para o lugar do lesionado Darwin. Substituições que, tal como o futebol que a equipa não tem, também não deram em nada.
E pronto - a Taça já lá vai. O campeonato, pelo que se vê, é já a seguir. E Jorge Jesus lá vai para o Flamengo e com indemnização, que é tudo o que quer.
PS: Peço desculpa, mas troquei o nome do árbitro: é Fábio Veríssimo, e não Tiago Martins. Só muda o nome, são a mesma coisa. Mas têm nomes diferentes.
A operação "cartão azul" está a revelar indícios do rasto do dinheiro das comissões com as transferências de jogadores do Porto, que tem no centro Pinto da Costa e a sua vasta entourage. Trata-se basicamente de comissões largamente inflaccionadas em milhões de euros (20 milhões, subtraídos à SAD portista, segundo o Ministério Público) distribuídos por pessoas e entidades sem intervenção os respectivos negócios, que eram depois encaminhados para ... Pinto da Costa e a sua entourage. Directamente para contas dos próprios, mas também para um saco azul, alegadamente destinado a pagar contas da(s) mulher(es) de Pinto da Costa, bruxas e ... resultados desportivos.
Quando há pouco mais de três meses o cartão era vermelho, e Luís Filipe Vieira foi detido ninguém ficou surpreendido. Tudo aquilo que era objecto de suspeita, e que levou à detenção e à posterior abdicação do então Presidente do Benfica, era expectável. À luz da realidade das contas e à luz da realidade de Luís Filipe Vieira. Neste caso não é muito diferente. Ninguém terá ficado muito surpreendido, nem as virgens ofendidas que por aí aparecerão. Todas os indícios vindos a público eram igualmente expectáveis, incluindo as suspeitas de utilização de fundos das comissões para influenciar resultados desportivos. Surpresa só para quem achava que Pinto da Costa é muito mais esperto, e tem muito mais poder que Luís Filipe Vieira. E que por isso ninguém o apanhava.
Mas só meia surpresa. É que na verdade não foi preso. Nem constituído arguido. Nem sequer apanhado e, que se saiba, nem foi dar uma volta a Vigo...
Vamos a ver se a cor importa. E se este cartão azul não desbota para amarelo!
É sempre assim. São sempre avisados. Umas vezes vão até Vigo, e esperam por lá que passe. Desta vez eram buscas mais que anunciadas; ainda assim nada como uma última vista de olhos, não fosse qualquer coisa ter ficado esquecida em casa.
É assim, no Porto.
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