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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Volatilidades

Famílias cortam no volume de alimentação, mas valor gasto dispara

Ontem e hoje têm sido dias de divulgação de dados do INE. Ontem, foi anunciado que o PIB cresceu 6,7% no ano passado, um crescimento histórico, o mais elevado dos últimos 35 anos. Hoje, que a taxa de desemprego subiu, em Janeiro, para 7,1% (6,7% em Dezembro). E que a inflação terá baixado em Fevereiro dos 8,4 para 8,2%.

Estes dias são sempre dias de grande agitação, com números para todos os gostos. E para todas as dúvidas!

Da inflação - tudo o que hoje mais importa - diz-se que segue a tendência decrescente (8,4 para 8,2%). Mas, se desse cálculo do índice de preços forem retirados a energia e os bens alimentares não-processados, passa a chamar-se inflação subjacente (inflação corrigida dos "preços mais voláteis"), e a tendência já é a contrária. Essa, continua a subir.

Ora, são precisamente esses "bens com preços mais voláteis", energia e bens alimentares não-processados, os que mais determinam o custo de vida da população em geral. São bens de primeiríssima necessidade, de que ninguém pode prescindir sem prescindir dos mínimos de sobrevivência. Aí não há substituição de consumo, há simplesmente privação!

Nos bens alimentares não-transformados, como carne e peixe crus, frutas e legumes, a subida dos preços no último ano nunca teve nada a ver com a a taxa de inflação oficial. E continua a não ter: a taxa de inflação que caiu em Fevereiro 8,4 para 8,2%, subiu de 18,5 para  20,1% nestes bens essenciais.

E por isso os portugueses tiveram de cortar na comida que levam para casa. Nem nos tempos da Troika tiveram de cortar tanto!

Entretanto vai abrir a época de apresentação de resultados anuais das empresas. Dos trimestrais, e dos semestrais, já fomos tendo notícias ao longo do ano. E sabemos o que foram. E sabemos o que foram nos sectores destes "bens com preços mais voláteis", da energia à distribuição alimentar. Resultados recorde! 

Não são recorde dos últimos 35 anos, como o do crescimento do PIB. São recordes absolutos. Nunca antes ganharam tanto dinheiro. 

Há aqui qualquer coisa que não bate certo: se quem compra é obrigado a comprar menos, como é que quem venda ganha mais?

Não há volta a dar à resposta, e lá teremos de ir parar aos preços. E novamente à inflação. E de novo aos  "bens com preços mais voláteis". E lá ficamos finalmente a perceber que os baptizaram com esse bonito nome de "preços voláteis" para que nós não lhe chamemos, no mínimo, "pouca vergonha". Que sempre é mais bonito que "filhadaputice!

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