A Primavera chegou, e com ela as emoções da velocidade.
O Mundial de MotoGP já tinham começado há duas semanas, no Catar, mas para nós começou ontem, na Indonésia, com a vitória Miguel Oliveira num autêntico recital à chuva. Tanta que o o Grande Prémio da Indonésia de MotoGP teve de ser encurtado em sete voltas, acabando à vigésima.
Foi a quarta vitória do Miguel na maior competição mundial de motociclismo de velocidade!
O Mundial de Fórmula 1 de 2022, esse, arrancou mesmo ontem, com o GP do Bahrein. Com muitas novidades, e com os carros ainda mais bonitos. Quase todos, talvez à excepção dos Mclaren. E dos Alpine. Com mais emoção, ainda. E com o regresso da Ferrari ao topo, a confirmar que tem condições para finalmente desafiar a superioridade da Mercedes nos últimos anos. E da Red Bull que, depois de parecer ser a única equipa em condições de discutir a corrida, acabou com os dois carros, do discutido e controverso campeão do mundo Max Verstappen e de Perez, fora da corrida, a não resistirem nas últimas voltas. E a deixarem a dobradinha para a Ferrari, com Leclerc, vindo da pole, e que pouco antes do meio da corrida travou com Verstappen um duelo espectacular, a vencer, à frente Carlos Sainz.
A Mercedes nunca na pista mostrou andamento para realmente competir com os adversários. Também na estratégia de corrida, e nas boxes, esteve bem atrás do desempenho da Ferrari e da Red Bull, e só mesmo o surpreendente abandono destes dois carros lhe minimizou os prejuízos, com o terceiro (Hamilton) e quarto (George Russel, no lugar de Bottas, agora na Alfa-Romeo, também renascida) lugares.
As muitas alterações introduzidas para este nova época parecem fazer aumentar o espectáculo. Os carros conseguem andar mais tempo mais próximos uns dos outros, e isso faz aumentar o despique. A luta pelos diferentes lugares é muio mais intensa e as ultrapassagens são muito mais frequentes. Mas também mais civilizadas, com o ataque e a defesa da posição mais balizados. Desde logo com uma nova linha branca que define o limite da pista.
Desfrutem dela, da mais espectacular estação do ano. Mas, dadas as circunstâncias, com as devidas distâncias. E com todas as precauções. E preocupações...
Entretanto, a Prima mais desejada da época está a chegar. É a Vera, vem disfarçada de equinócio e toda airosa, toda ela graça. E fresca como só ela... Dá cá um abraço PrimaVera!
Não é inédito, é mesmo muito frequente: alguém a chegar, a querer entrar, mas com o lugar ocupado por alguém instalado, que não quer sair e se recusa a ceder o lugar. Aí temos a nossa bela prima comum, a Primavera, às ordens do calendário, a querer entrar mas a esbarrar no velho e resmungão Inverno. Que não se vai embora por nada...
Nada que equinócio não acabe por resolver: mesmo com todo este cinzento, e com esta chuva toda, aí está ele no dia que é igual à noite. Daqui para a frente é vê-los crescer, aos dias, para correr de vez com o velho Inverno e deixar instalar a Prima. A Vera.
Já aí está a Primavera, porventura a mais desejada das primas. Chegou ontem, às 22:45, quando o dia da felicidade se despedia e o da poesia já acenava. Mal teve tempo de pousar as malas... Sentou-se e deixou-se cair, a dormir. Acaba de acordar, agora que a manhã vai já alta. Espreguiçou-se, abriu as janelas e podemos já vê-la, bela, atraente e sedutora... Como sempre.
Ainda não saiu à rua, falta-lhe o duche e alguns retoques. Mas não tarda nada está aí. À vista de todos, para regalo de todos ... Em toda a sua plenitude!
O Verão, que era para chegar já sexta-feira, acaba de avisar que está atrasado. Pede desculpa por fazer este aviso já tão em cima, mas foi à procura da Primavera e ainda não a encontrou…
Morreu Hosni Mubarak, o ditador egípcio que há semanas havia sido condenado a prisão perpétua. Pena leve, como se vê!
Com as confusões - eleitorais e não só - que se têm sucedido, e com a desesperança instalada no Egipto e com a manutenção do poder nas mãos dos militares, talvez esta morte represente mais para os que fizeram brotar a Primavera na praça Tarik do que propriamente o caminho onde a revolução desembocou!
PS: Deveria ter começado por: "Morreu - ou talvez não - Hosni Mubarak".
Esta não é uma das mortes em que as notícias sejam manifestamente exageradas. Mas uma daquelas em que as notícias se confirmam e desmentem à velocidade de um raio!
Com a Primavera aí à porta, a sugerir a dinâmica de renovação que atravessa a Natureza, este foi um domingo de arranque de novas épocas. De renovação também!
Arrancou a época da Fórmula 1 - juntando pela primeira vez seis campeões mundiais em pista -com o Grande Prémio da Austrália. E com a Maclaren Mercedes deixar a sensação que este ano vai dar luta à Red Bull Renault. Ganhou Button, Vettel foi segundo e Hamilton completou o pódio.
Arrancou também a época de toiros. Estive lá, em Santarém, na bonita praça Celestino Graça. A meio-gás, com uma corrida murcha, própria de início de época, e com pouco público. Salvou-se uma boa lide de João Ribeiro Telles Jr, no seu segundo, e as pegas, a cargo dos grupos de Montemor e Santarém, com estes últimos uns furos acima.
Mas perdemos um campeão. António Leitão partiu, com apenas 51 anos. Uma partida que não é um arranque. Já não é Primavera!
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