O deputado do CDS João Almeida não se limitou, ontem no Parlamento, à mais ignóbil demagogia, à mais miserável manipulação e, em suma, ao mais reles que a política pode ter. Quando proclamou que o Parlamento "não pode proibir a celebração da Páscoa, mantendo a celebração do 25 de abril" o deputado do CDS reduziu a sua estatura política à simples dimensão do ressabiamento.
Ressentido pela derrota que o Partido lhe infringiu, amarrado à frustração, e desesperadamente à procura de espaço, João Almeida pode ser contra o 25 de Abril e contra todas as formas de o celebrar. Tem esse direito e a liberdade de o manifestar, que o 25 de Abril lhe garantiu ainda antes de nascer. Não pode é, sem passar a fronteira da pulhice, comparar a celebração do 25 de Abril na Assembleia da República, nos termos em que foi votada, com a proibição de celebrar a Páscoa, que simplesmente não existiu para lá das condições gerais de recolhimento estabelecidas para o país.
Nada de novo na reunião da comissão política do PS. Confirma-se a pulhice: Seguro acaba de apresentar a proposta para realizar as primárias em 28 de Setembro ou 5 de Outubro!
Vista esta proposta, mesmo que apresentada à noite, à luz do dia de hoje, quer dizer, tendo em consideração o que está na ordem do dia, dir-se-ia que é uma irresponsabilidade. Que Seguro é um irresponsável!
É verdade que sim, mas é também a confirmação da pulhice. Não sei se todos os pulhas são irresponsáveis. Seguro pode não ser, mas está um pulha irresponsável!
Mas não conseguiu mais que mostrar de vez a massa de que é feito – uma massa mole, líquida, peganhosa e desprezível. Um molusco em vez de gente!
Sabíamos que, com esta geração que actualmente lidera os partidos da governação, a política tinha chegado ao grau zero. A combinação perfeita entre a mediocridade e a pulhice só podia dar no que deu!
Tínhamos de António José Seguro a ideia que seria eventualmente mais medíocre ainda que Pedro Passos Coelho mas, com aquele ar de sacristia, de quem não parte um prato, julgávamo-lo menos pulha. Puro engano, revelou-se a pulhice em pessoa!
Perante porventura o maior desafio jamais colocado ao partido que lidera, e perante o primeiro teste à sua maturidade e à sua dignidade pessoal e política, pegou na bola e levou-a para casa, deixando o jogo suspenso. E o partido – e também o país – na indefinição, no pântano… E a caminho de um buraco fundo donde dificilmente voltará a sair!
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