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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Nada bate certo, mas no fim dá certo ...

Prigozhin annuncia la rivolta. Putin risponde: "Chi ha tradito verrà  punito" | LA7

Ainda ninguém percebeu nada do que se passou naquelas 36 horas que mediaram entre o momento em que Prigozhin pôs uma coluna de 400 viaturas de guerra a caminho de Moscovo, no sábado, e aqueloutro, a meio de domingo, mais de mil quilómetros de estrada depois, e a apenas 200 do destino, em que, para evitar derramamento de sangue - estranha preocupação de uma criatura destas - pôs fim à marcha, rendido às negociações de Lukashenko.

Se calhar não há muito para perceber. Ali nada bate certo. Nem nada é que o que querem que pareça que seja. Afinal, o que se percebe é que o poder militar da Rússia se esgota num botão. Que a Putin basta o medo que o botão mete. E que Prigozhin haverá, mais dia menos dia, de lançar a mão à moleta de uma porta, pegar numa chávena de chá, ficar ao alcance da ponta de um chapéu, ou abeirar-se de uma janela num qualquer quinto andar.

Criaturas e criador

Líder do grupo Wagner vai para a Bielorrússia, processo criminal contra ele cairá

O que estava a acontecer na Rússia deixou de estar, a 200 quilómetros de Moscovo. E foi como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu - a criatura não matou o criador, mas deixou-o em mau estado. 

Putin sai mais fraco. E ainda mais desacreditado. Yevgeny Prigozhin ... perdeu o negócio, que não a ambição. Para já  terá apenas ganho uma reforma dourada no albergue do Lukashenko. Outra criatura.

Alguma coisa está a acontecer na Rússia

Who Is Yevgeny Prigozhin, Russian Tycoon and Putin's Ex-Confidant

 Entretanto, na Rússia, alguma coisa está acontecer ...

Depois de muito falar, Yevgeny Prigozhin está a mexer-se.  A caminho de Moscovo, diz-se.

Do líder do Grupo Vagner nada de bom há a esperar. Independentemente do sucesso desta sua aventura a caminho de Moscovo, uma coisa parece certa: nada vai continuar como está. A começar pela guerra na Ucrânia. Que Prigozhin declara inaceitável, e exclusivamente assente na mentira do Kremlin e na ambição da nomenklatura militar russa.

A rota de colisão com Putin parece estabelecida. Se é para levar a sério, não é ainda uma certeza. Certeza é que Prigozhin não é melhor, por muito que muitos o achem útil.

 

Dez meses de guerra

Expresso | Guerra na Ucrânia: Rússia disparou Zircon, o míssil de cruzeiro  hipersónico que Putin diz ser “invencível”

Dez meses depois Putin refere-se pela primeira vez à guerra como guerra. A palavra proibida, que dava até pena de prisão, é agora palavra apropriada ao que continua a passar-se na Ucrânia, 10 meses depois do dia da invasão..

O que mudou?

Nada. Simplesmente uma "operação militar especial" não pode durar 10 meses, um ano, dois, três... Sabe-se lá quantos...

Não. Não é "lapsus linguae" de Putin. É apenas a confirmação de boca própria que a estratégia falhou em toda a linha. E a forma que encontrou de o continuar a negar!

Previsível mesmo no mais imprevisível

Análise: Putin dobra a aposta e torna a guerra mais perigosa e imprevisível  | Mundo | Valor Econômico

Após praticamente 7 meses de guerra, e numa altura em que acumula reveses,  Putin surgiu hoje num discurso previsível. Depois de anunciado para ontem, e depois adiado - sem outra razão aparente que não o dar espaço aos líderes fantoches das ditas Repúblicas da região do Donbass de anunciarem previamente os referendos, já para o final da semana, para acelerar a integração de facto -, o discurso de Putin acentua a escalada da guerra, expressão que utiliza pela primeira vez, e a que dificilmente poderia fugir, depois de anunciar a mobilização parcial que, pela legislação que fizera publicar na véspera, é o eufemismo de mobilização geral.

Não é surpresa. Com derrotas sucessivas no terreno, em debandada de boa parte do território antes ocupado, e com as perdas sofridas, em homens e equipamentos, mais um passo na mobilização forçada, que evidentemente alargará aos novos territórios imediatamente a seguir aos referendos, era esperada. 

Não seria de todo inesperado que, neste contexto de insucesso militar, lançasse, agora ele próprio, a ameaça de uso do armamento nuclear. Fê-lo de forma expressa: "Temos meios mais poderosos que a NATO. Se necessário utilizaremos tudo o que temos à disposição". E isso é bem mais preocupante que os anteriores recados anteriormente enviados por Medveded.

Pode haver quem veja nesta ameaça a fanfarronice do "agarrem-me se não vou-me a eles". Não partilho dessa visão, e receio que a ameaça nuclear, tida desde a primeira hora por distante, esteja mais próxima e seja agora real. Putin já perdeu o suficiente para entrar em pânico. Se um louco é perigoso, um louco em pânico é capaz de tudo!

Mas, no fim, nem isto é surpreendente ...

 

90 dias de guerra

O início da guerra. As imagens das primeiras horas de invasão russa à  Ucrânia - Renascença V+

 

Passam hoje 90 dias sobre o dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de Fevereiro. Três dias antes Putin tinha praticamente confirmado o que no Ocidente há muito se vinha anunciando, e que Moscovo desmentia. Declarando que a nação ucraniana não existia, nem nunca tinha existido, Putin declarava a sua intenção de eliminar a Ucrânia da lista de Estados soberanos, invadindo-a e anexando-a, tal qual Hitler fizera há mais de oito décadas.

Era quinta-feira, e Putin tinha por certo tudo deixar resolvido no fim-de-semana. Como tinha por certo que tudo se resolveria como em 2014, quando anexara a Crimeia. Que o mundo anunciaria umas sanções que nunca cumpriria, e tudo voltaria à realidade do facto consumado, e ao esquecimento em poucos dias. 

Sabe-se que não foi assim, e não se sabe ainda como será. Sabe-se apenas que o mundo já não é o mesmo que era há 90 dias ... e que também não será o mesmo que é hoje!

 

Dia D

Destino incerto para os ″heróis″ da Azovstal após a rendição

A guerra na Ucrânia aproxima-se do seu terceiro mês, e é hoje absolutamente claro que se prolongará por muito mais tempo. Quanto, não se sabe, mas será muito. 

Com muita História para contar. Do que já mudou o mundo, e do muito que ainda tem para mudar. Basta pensarmos na escassez e nos preços dos cereais para imaginarmos quanta guerra estará ainda para vir em muitas das regiões mais pobres do mundo.

Da História da invasão da Ucrânia fazem já parte Bucha, Hostomel ou Irpin. Mas será Mariupol, e Azovstal - o complexo siderúrgico de Mariupol transformado em campo de batalha - que certamente a História irá perpeptuar. Renderam-se hoje os últimos militares das forças ucranianas de Azovstal, e serão estes quase três meses que hoje terminaram que serão contados em livros, e que alimentarão a indústria de Hollywood por muitos e bons anos. 

Hoje poderá ser o dia D desta guerra. Mas porque é bem capaz de ser o dia em que Putin celebra a sua vitória de Pirro!

 

 

 

 

Suécia e Finlândia

EUA e Canadá apoiam adesão de Finlândia e Suécia à Otan - Mundo - SBT News

A adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, abandonando o seu estatuto de neutralidade - na Suécia já com mais de dois séculos - é mais uma consequência natural da detonação da loucura imperialista de Putin que explodiu com a invasão da Ucrânia, e o rompimento definitivo com ordem internacional até aqui estabelecida. 

Estes dois países conviveram bem com a sua neutralidade durante meio século de guerra fria, ali às portas da União Soviética, e ainda há poucas semanas as suas opiniões públicas rejeitavam esmagadoramente qualquer alinhamento com a NATO. A invasão da Ucrânia mostrou-lhes que a ameaça de Putin é bem maior que a representada pela União Soviética, e que só naquele célebre artigo 5º do Pacto da Aliança Atlântica encontram protecção e segurança. Não querem bases militares nos seus territórios, nem armas nucleares, de dissuasão ou não.

É por isso que a adesão destes dois países nórdicos, historicamente neutrais, mas não desprovidos de capacidade militar, ao contrário do que acontece noutros casos de neutralidade, é um acontecimento histórico. Especialmente pelo que representa no reforço da dimensão da natureza defensiva da NATO. Como se sabe essa natureza, sendo estatutária, era muito questionável. Absolutamente questionável pelos ditos pacifistas - que inclui verdadeiros, mas também falsos pacifistas -, mas também muitas vezes contrariada pela prática e pela História.

Trata-se de dois países com democracias maduras e opiniões públicas sólidas e robustas, que afinal estão a dizer que acreditam que lhes basta estarem integrados na NATO para que Putin afaste da cabeça "sonhos húmidos". Dificilmente se encontrarão argumentos mais fortes para sustentar a tese da natureza defensiva da Aliança. 

É também por isso que mais uma vez o PCP se "estatela ao comprido" e se "afoga" no seu esquizofrénico quadro geo-estratégico para ver neste processo uma "escalada da confrontação, uma clara expressão de submissão aos interesses dos Estados Unidos da América". Mas a isso já não há volta a dar!

 

"Arruinaram o nosso feriado sagrado"

Embaixador russo na Polónia é atacado com tinta durante homenagem

 

Celebra-se hoje o dia da Europa, assinalando a Declaração de Schuman, a 9 de Maio de 1950, em que o então ministro dos negócios estrangeiros do governo da França propôs, em plena reconstrução da Europa do pós-guerra, que França e a Alemanha - duas nações com uma longa e sangrenta história - juntassem a produção do carvão e do aço. O objectivo era acelerar a modernização dos dois países, depois da devastação económica e humana da Segunda Guerra Mundial, evitando uma potencial corrida de disputas concorrenciais nessas indústrias críticas e, com isso, evitar condições para o ressurgimento de uma nova guerra.

Um ano depois, a 18 de Abril de 1951, representantes de França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo assinaram o Tratado de Paris e estabeleceram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), uma organização pioneira baseada no princípio do supra-nacionalismo. Depois Comunidade Económica Europeia (CEE) e agora União Europeia (UE). 

Passam hoje 72 anos, assinalados em guerra. Mas num clima de união como há pouco se tinha por imaginável, bem diferente do de há 10 anos, como se pode ver abaixo.

Não era no entanto esta celebração que mais marcava este 9 de Maio. Era a que celebra este mesmo dia, mas de 1945. O dia em que a Alemanha nazi se rendeu à União Soviética, dois dias depois da rendição à Aliança Ocidental. A Guerra, essa, só terminaria 4 meses depois, a 2 de Setembro, com a rendição do Japão, menos de um mês depois das bombas atómicas americanas sobre  Hiroshima e Nagasaki.

Aguardava-se que Putin puxasse por uma qualquer carta da manga. Da "operação especial" já não tinha nada para tirar, ao contrário de tudo o que teria esperado. O melhor que tinha para apresentar seria um desfile em Mariupol, encabeçado pelo  líder separatista da auto-proclamada República de Donetsk. Nada mais!

Afinal, para a parada militar da Praça Vermelha, Putin não tinha nada. Nem na manga. Não teve nada mais para apresentar que não fosse o seu discurso repetido e repetitivo. A novidade foi nada. Foi nada de meios aéreos, o habitual prato forte da manifestação do poderio militar russo, neste dia, na Praça Vermelha. Que, sendo nada, não é uma novidade menor. Nem nada que se pareça...

Não correu nada bem a Putin neste 9 de Maio, com muitas brechas abertas. Sem aviões e com vários artigos publicados contra a guerra em sites sob o seu controlo, onde era definido como “ditador paranóico deplorável” e responsável pela “guerra mais sangrenta do século XXI”. Com três estações de televisão a serem alvo de ataques informáticos, substituindo as designações da programação por declarações contra a guerra, e com legendas a denunciar que "as vossas mãos estão cheias de sangue de milhares de mortos de ucranianos e crianças". Da cor do sangue foi também a tinta que manifestantes projectaram para a cara do embaixador russo em Varsóvia, à chegada a uma cerimónia de homenagem aos soldados soviéticos mortos durante a II Guerra Mundial.

"Arruinaram o nosso feriado sagrado" - declarou o embaixador, na mais lúcida declaração da diplomacia russa dos últimos largos tempos!

 

 

 

A mesa do desentendimento

A longa mesa de Putin: espanhol e italiano disputam a autoria da peça | CNN  Brasil

 

É uma mesa, mas mais parece um muro. Podia até chamar-se-lhe o nome dado a tantos muros - a mesa da vergonha.

São seis metros de comprimento por quase três de largo. O tampo é uma peça única de madeira, lacada a branco e, dizem, que com folhas de ouro e  pintada à mão.  Obra do italiano Renato Pologna, dono da Oak, uma empresa familiar italiana, de Como,  que diz tê-la feito em 1995-96. Ou será do espanhol Vicente Zaragozá, dono de uma empresa homônima com sede na localidade de Alcàsser, na Comunidade Valenciana?

Se nem quanto à sua autoria há entendimento, como poderia não ser esta a mesa do desentendimento. Não admira que Putin apenas a utilize para encontros a dois com quem não se entende. Lá não se vê gente que seja visita habitual. Nunca se viu por lá Lukashenko. Nem Bolsonaro... Naquela mesa Putin só recebe gente com quem não se entende. Que lá vai fazer coisas que não se entendem!

 

 

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