Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Atentado de Moscovo

Atentado em Moscovo: número de mortos sobe para 182 | Rússia | PÚBLICO

O que aconteceu na sala de concertos de um complexo comercial (Crocus City Mall) em Moscovo, que provocou 137 mortos já confirmados - o número final ultrapassará provavelmente a centena e meia - é um atentado terrorista, tenham sido quem foram os seus autores. Mas é também um festival de desinformação e de manipulação.

Notou-se desde as primeiras notícias, e em pequenos detalhes. Por exemplo: para uns, o atentado ocorreu em Moscovo; para outros, nos arredores. Não é um pormenor, percebe-se bem a diferença. 

Desde o primeiro momento, Putin quis integrá-lo na guerra - sim, agora já é guerra, e não a "operação especial" que não podia continuar a ser - acusando a Ucrânia.  Foi reivindicado pelo chamado "Estado Islâmico", mas não é evidente que "as peças encaixem". Ao não encaixarem, abrem a porta a teorias da conspiração. Já, com Putin a retirar óbvio proveito do acto terrorista e, sabendo-se como é capaz de tudo o que o beneficie, admitir o dedo dos serviços secretos do Kremlin, não pode ser reduzido a uma simples teoria da conspiração.

 

Putin bate recorde de Estaline

Putin sem oposição em eleições consideradas as "menos transparentes de  sempre" por grupo independente

Eliminados fisicamente todos os adversários, Putin foi a votos. Voltou a ganhar com os habituais 90%!

Longe vão os tempos em que tinha de alternar com o fantoche Medvedev... Isso foi até dar a volta à Constituição, agora já nem precisa de entreposta pessoa para se eternizar no poder ... "por vontade do povo". Que no entanto protesta... Na Rússia, sendo preso. E um pouco por todo o mundo, sem esse risco imediato, à porta das embaixadas russas...

Neste mandato Putin baterá o recorde de Estaline - que governou 29 anos -  e tornar-se-á no líder russo que mais tempo permaneceu no poder. Provavelmente também o mais temível. E o menos escrupuloso!

Morrem todos!

Where Is Alexei Navalny Now? Vladimir Putin's Biggest Critic Goes Missing

"Morreram todos" - foi com esta expressão, que se tornou viral, que o José Rodrigues dos Santos abriu um telejornal, aqui há tempos, referindo-se àquela malograda experiência do submersível Titan. Não sei se será ele a abrir o de hoje mas, se o for, bem poderia repeti-la mudando apenas o tempo do verbo.

Morrem todos! 

Com Putin, é assim. Morrem todos os que se lhe oponham. Morrem todos, e em todas as circunstâncias. Caem de uma janela, ou de um avião. Comem ou bebem o que não devem. Morrem até na prisão, onde a única perurbação que lhe podem causar é ... estarem vivos. 

A Navalny aconteceu tudo isso, menos cair de uma janela. Aconteceu-lhe de tudo em aviões, mas nenhum caiu. No último em que viajou, o voo foi desviado para ser preso pela última vez. Hoje foi conhecida a notícia que morreu na prisão.

Não tenho a certeza que Navalny fosse exactamente dos bons, nem isso agora importa. Mas era o rosto internacional da oposição a Putin. Tenho a certeza que Prigozhin não era melhor que Putin, mas bastou enfrentá-lo para ter idêntico destino.

Morrem todos porque Putin tem medo. Mata-os por medo de estarem vivos. Não faltará muito para que tenha também medo dos mortos!

Nada bate certo, mas no fim dá certo ...

Prigozhin annuncia la rivolta. Putin risponde: "Chi ha tradito verrà  punito" | LA7

Ainda ninguém percebeu nada do que se passou naquelas 36 horas que mediaram entre o momento em que Prigozhin pôs uma coluna de 400 viaturas de guerra a caminho de Moscovo, no sábado, e aqueloutro, a meio de domingo, mais de mil quilómetros de estrada depois, e a apenas 200 do destino, em que, para evitar derramamento de sangue - estranha preocupação de uma criatura destas - pôs fim à marcha, rendido às negociações de Lukashenko.

Se calhar não há muito para perceber. Ali nada bate certo. Nem nada é que o que querem que pareça que seja. Afinal, o que se percebe é que o poder militar da Rússia se esgota num botão. Que a Putin basta o medo que o botão mete. E que Prigozhin haverá, mais dia menos dia, de lançar a mão à moleta de uma porta, pegar numa chávena de chá, ficar ao alcance da ponta de um chapéu, ou abeirar-se de uma janela num qualquer quinto andar.

Criaturas e criador

Líder do grupo Wagner vai para a Bielorrússia, processo criminal contra ele cairá

O que estava a acontecer na Rússia deixou de estar, a 200 quilómetros de Moscovo. E foi como se nada tivesse acontecido. Mas aconteceu - a criatura não matou o criador, mas deixou-o em mau estado. 

Putin sai mais fraco. E ainda mais desacreditado. Yevgeny Prigozhin ... perdeu o negócio, que não a ambição. Para já  terá apenas ganho uma reforma dourada no albergue do Lukashenko. Outra criatura.

Alguma coisa está a acontecer na Rússia

Who Is Yevgeny Prigozhin, Russian Tycoon and Putin's Ex-Confidant

 Entretanto, na Rússia, alguma coisa está acontecer ...

Depois de muito falar, Yevgeny Prigozhin está a mexer-se.  A caminho de Moscovo, diz-se.

Do líder do Grupo Vagner nada de bom há a esperar. Independentemente do sucesso desta sua aventura a caminho de Moscovo, uma coisa parece certa: nada vai continuar como está. A começar pela guerra na Ucrânia. Que Prigozhin declara inaceitável, e exclusivamente assente na mentira do Kremlin e na ambição da nomenklatura militar russa.

A rota de colisão com Putin parece estabelecida. Se é para levar a sério, não é ainda uma certeza. Certeza é que Prigozhin não é melhor, por muito que muitos o achem útil.

 

Dez meses de guerra

Expresso | Guerra na Ucrânia: Rússia disparou Zircon, o míssil de cruzeiro  hipersónico que Putin diz ser “invencível”

Dez meses depois Putin refere-se pela primeira vez à guerra como guerra. A palavra proibida, que dava até pena de prisão, é agora palavra apropriada ao que continua a passar-se na Ucrânia, 10 meses depois do dia da invasão..

O que mudou?

Nada. Simplesmente uma "operação militar especial" não pode durar 10 meses, um ano, dois, três... Sabe-se lá quantos...

Não. Não é "lapsus linguae" de Putin. É apenas a confirmação de boca própria que a estratégia falhou em toda a linha. E a forma que encontrou de o continuar a negar!

Previsível mesmo no mais imprevisível

Análise: Putin dobra a aposta e torna a guerra mais perigosa e imprevisível  | Mundo | Valor Econômico

Após praticamente 7 meses de guerra, e numa altura em que acumula reveses,  Putin surgiu hoje num discurso previsível. Depois de anunciado para ontem, e depois adiado - sem outra razão aparente que não o dar espaço aos líderes fantoches das ditas Repúblicas da região do Donbass de anunciarem previamente os referendos, já para o final da semana, para acelerar a integração de facto -, o discurso de Putin acentua a escalada da guerra, expressão que utiliza pela primeira vez, e a que dificilmente poderia fugir, depois de anunciar a mobilização parcial que, pela legislação que fizera publicar na véspera, é o eufemismo de mobilização geral.

Não é surpresa. Com derrotas sucessivas no terreno, em debandada de boa parte do território antes ocupado, e com as perdas sofridas, em homens e equipamentos, mais um passo na mobilização forçada, que evidentemente alargará aos novos territórios imediatamente a seguir aos referendos, era esperada. 

Não seria de todo inesperado que, neste contexto de insucesso militar, lançasse, agora ele próprio, a ameaça de uso do armamento nuclear. Fê-lo de forma expressa: "Temos meios mais poderosos que a NATO. Se necessário utilizaremos tudo o que temos à disposição". E isso é bem mais preocupante que os anteriores recados anteriormente enviados por Medveded.

Pode haver quem veja nesta ameaça a fanfarronice do "agarrem-me se não vou-me a eles". Não partilho dessa visão, e receio que a ameaça nuclear, tida desde a primeira hora por distante, esteja mais próxima e seja agora real. Putin já perdeu o suficiente para entrar em pânico. Se um louco é perigoso, um louco em pânico é capaz de tudo!

Mas, no fim, nem isto é surpreendente ...

 

90 dias de guerra

O início da guerra. As imagens das primeiras horas de invasão russa à  Ucrânia - Renascença V+

 

Passam hoje 90 dias sobre o dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de Fevereiro. Três dias antes Putin tinha praticamente confirmado o que no Ocidente há muito se vinha anunciando, e que Moscovo desmentia. Declarando que a nação ucraniana não existia, nem nunca tinha existido, Putin declarava a sua intenção de eliminar a Ucrânia da lista de Estados soberanos, invadindo-a e anexando-a, tal qual Hitler fizera há mais de oito décadas.

Era quinta-feira, e Putin tinha por certo tudo deixar resolvido no fim-de-semana. Como tinha por certo que tudo se resolveria como em 2014, quando anexara a Crimeia. Que o mundo anunciaria umas sanções que nunca cumpriria, e tudo voltaria à realidade do facto consumado, e ao esquecimento em poucos dias. 

Sabe-se que não foi assim, e não se sabe ainda como será. Sabe-se apenas que o mundo já não é o mesmo que era há 90 dias ... e que também não será o mesmo que é hoje!

 

Dia D

Destino incerto para os ″heróis″ da Azovstal após a rendição

A guerra na Ucrânia aproxima-se do seu terceiro mês, e é hoje absolutamente claro que se prolongará por muito mais tempo. Quanto, não se sabe, mas será muito. 

Com muita História para contar. Do que já mudou o mundo, e do muito que ainda tem para mudar. Basta pensarmos na escassez e nos preços dos cereais para imaginarmos quanta guerra estará ainda para vir em muitas das regiões mais pobres do mundo.

Da História da invasão da Ucrânia fazem já parte Bucha, Hostomel ou Irpin. Mas será Mariupol, e Azovstal - o complexo siderúrgico de Mariupol transformado em campo de batalha - que certamente a História irá perpeptuar. Renderam-se hoje os últimos militares das forças ucranianas de Azovstal, e serão estes quase três meses que hoje terminaram que serão contados em livros, e que alimentarão a indústria de Hollywood por muitos e bons anos. 

Hoje poderá ser o dia D desta guerra. Mas porque é bem capaz de ser o dia em que Putin celebra a sua vitória de Pirro!

 

 

 

 

Acompanhe-nos

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D

Mais sobre mim

foto do autor

Google Analytics