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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

"No More Minister"

Por Eduardo Louro

 

 "Varoufakis demitiu-se", era a surpreendente notícia desta manhã. "Mo More Minister", escreveu no twitter...

A notícia não era: "Depois da vitória no referendo, Tsipras demitiu Varoufakis". E no entanto foi isso que, evidentemente, aconteceu. Depois de surpreender com o anúncio do referendo, Tsipras não perdeu tempo para voltar a surpreender.

Com uma vitória estrondosa no bolso, com redobrada legitimação de poder e sem oposição, Tsipras voltou a mostrar que é um político sagaz, e pouco diferente dos outros, que usam gravata. Porventura mais esperto, e provavelmente mais desconcertante!

"Eles não desistiram de nós, nós é que estamos a desistir deles"

Por Eduardo Louro

 

Preparava-me para começar a escrever sobre o incontornável tema do dia (da semana, do mês, do ano...), sobre o claro e rotundo NÂO que é um SIM à honra de um povo, como ontem, em cima da hora, aqui expressei, quando me deparei com este texto do Pedro Santos Guerreiro. Li-o, e quando acabei percebi que não tinha nada a acrescentar: era aquilo!

O melhor é mesmo não escrever mais nada. Para não estragar... O título é o mesmo, como não poderia deixar de ser. A fotografia também de lá vem, e percebe-se por quê.

Sei que há gente que não gosta. Só tenho a acrescentar que... desses, tenho pena.

BRINCAR COM O FOGO

Por Eduardo Louro 

 

O bluff - ou o ensaio de roleta de russa, como também lhe chamei - de Papandreou chegou ao fim, como ontem aqui avançava. Aquilo que alguns socialistas da nossa praça se apressaram a louvar – Manuel Maria Carrilho achou mesmo que se tratou de uma jogada de mestre – não passou, afinal, de um tiro de canhão nos próprios pés.

Percebeu-se que, por trás do espalhafatoso anúncio do referendo ao acordo que tinha acabado de assinar com a UE, Papandreou não tinha outras preocupações que não as da sua própria sobrevivência política, como facilmente se percebe quando, agora, recusa demitir-se e abrir caminho a uma outra qualquer espécie de solução governativa. Aquilo que poderia estar sustentado pelos mais elogiáveis princípios da democracia – sempre arredados do processo europeu – da liberdade e da dignidade dos povos não passava, afinal, de uma das mais simples manobras do cardápio da baixa política.

Foi grande o susto! Espera-se que se tirem sérias conclusões. Se foi assim com a Grécia, o que será com a Itália? E com a Espanha? E com a Bélgica? E (com Itália e a Bélgica) com a França?

A Europa poderá ter aproveitado alguma coisa com este susto, porque viu bem ali à mão aquilo que, sem lideranças, fazia por não ver, preocupado que estava cada um com a sua vidinha.

A Grécia nada ganhou com este disparate de Papandreou. A nível interno – independentemente do que mais logo aconteça no Parlamento, com a votação da moção de confiança, e do que seja o futuro político de Papandreou, a sua grande preocupação, mas de mais ninguém – as condições pioram significativamente. A rua terá naturalmente argumentos mais fortes e decisivos para aumentar a contestação. O povo, depois de prometido o referendo, sente-se enganado e traído, mais uma vez. E o poder político mais desacreditado ainda: toneladas de gasolina lançadas naquelas ruas que há muito estão a arder!

Mas também no plano externo a Grécia sai a perder. Perde qualquer réstia de margem de manobra, porque agora só pode contar com a desconfiança dos parceiros. E assinou a guia de marcha para a saída do euro! Que sendo dolorosa poderá vir a ser a menos má de todas as dores…

Papandreou brincou com o fogo, coisa que hoje na Grécia é muito, muito perigosa!

PUNIÇÃO

Por Eduardo Louro 

 

Não tenho tido oportunidade de me aperceber das opiniões publicadas sobre a decisão do governo grego de submeter a referendo o plano de apoio financeiro comunitário, mas não me custa nada admitir que as opiniões se dividirão. Que haverá quem ache que Papandreou assumiu uma atitude com tanto de cobardia quanto de ingratidão, como quem ache que assumiu a única atitude que lhe era possível tomar: procurar a legitimidade democrática para suportar um dos mais violentos ataques à soberania e à dignidade de um povo! Que haverá quem o ache um louco e quem o ache muito esperto!

Sou dos que acham que, na realidade, não lhe restavam muitas alternativas. E também dos que acham que a democracia é sempre solução! E que os problemas crescem desmesuradamente quando se escondem dela!

Mas o ponto que me traz aqui não é esse exactamente esse. É a ironia da história!

É muito provável que o “não” ao pacote saia vencedor deste referendo, com o consequente abandono da moeda europeia e o regresso à velhinha dracma. E que os gregos venham a cair num buraco muito negro, com o empobrecimento imediato brutal e a garantia da perda contínua de poder de compra, com taxas de inflação verdadeiramente assustadoras. Cairão num inferno profundo, do qual nunca se saberá quando sairão!

Circunstâncias em que o euro, muito provavelmente, implodirá. Dificilmente resistirá a esta desgraça mas, se o conseguir, o sistema financeiro europeu sofrerá um abalo do qual demorará muitos anos a recompor-se!

Toda a gente perde. E muito! E é a vitória definitiva do espírito punitivo que marcou a estratégia que a UE escolheu para fazer frente à crise das dívidas soberanas. É a punição da Grécia por todos os seus abusos, ao longo de anos e anos. Mas também a punição da União Europeia pelas suas hesitações, pela falta de capacidade de decisão e pela ausência de liderança!

 

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