Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Montenegro a fazer-se desentendido

Montenegro mantém confiança em Pinto Luz. Relatório da IGF já está no MP -  ZAP Notícias

Tinha aqui dito que o Relatório da Inspecção Geral de Finanças sobre a privatização da TAP não trazia grandes novidades. A não ser que revelava provas de  sinais de crime, o que era, afinal, central.

Mal sabia então eu que, "não ter novidades", seria precisamente o argumento de Luís Montenegro para tentar evitar a primeira crise política no seu governo. 

O argumento de Luís Montenegro tem, no entanto, uma série de problemas. Pelo menos cinco!

O primeiro é que as "não novidades" eram conhecidas por terem sido divulgadas por toda a gente que denunciou a marosca daquela privatização de 2015. Mas desmentidas quer por todos os envolvidos na marosca quer pelos envolvidos na defesa desse governo, incluindo o próprio Luís Montenegro.

O segundo é que essa privatização foi feita à pressa, na última hora de um governo que não o chegou a ser, por não ter passado na Assembleia da República, e por isso ilegítimo.

O terceiro é que foi o então secretário de Estado das Infra-estruturas, Miguel Pinto Luz, e a então secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco que, literalmente pela calada da noite, se encontraram com David Neeleman e Humberto Pedrosa para estabelecer e assinar a venda ilegítima, mas também ilegal.

O quarto é que, sabe-se hoje, a ilegalidade (financiamento da empresa para compra das próprias acções) provocou um prejuízo directo na TAP de 444 milhões de euros (254 milhões pagos acima do preço de mercado para os 53 aviões A320, A321 e A330, entregues a David Neeleman; mais os 190 milhões do valor abaixo do preço de mercado por que tinha adquirido os A 350).

O quinto é que, há pouco mais de um ano, uma indemnização de 500 mil euros a uma administradora da TAP fez cair um secretário de Estado e um ministro, e abriu uma crise política no governo de que não mais recuperou.

Não fica fácil a Luís Montenegro fazer-se de desentendido, confirmar Maria Luís Albuquerque para a Comissão Europeia e entregar nova privatização da TAP a Miguel Pinto Luz.

Privatização da TAP em 2015 - "crime, disse ela" (a IGF)

Da "confiança política" e "trapalhada" a "ativo tóxico sem idoneidade".  Pinto Luz debaixo de fogo da

O relatório da Inspecção-Geral de Finanças, solicitado pelo anterior ministro das finanças, Fernando Medina, por recomendação da Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela política da gestão da TAP, foi hoje conhecido.

E não traz grandes novidades: diz que não houve racionalidade económica no negócio de entrada no capital da VEM Brasil, a empresa de manutenção da Varig, e isso já sabíamos (faltava a quantificação da perda, calculada em 906 milhões de euros); conclui que no negócio da privatização da TAP,  David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares da Airbus, em troca do compromisso da compra pela companhia aérea de 53 aviões, garantido pela TAP, que ficou ela própria obrigada a pagar os 226 milhões de dólares emprestados a Neelman, se não comprasse os aviões; daí tirando a conclusão, como há 10 anos muitos andamos a denunciar, que a TAP foi comprada com o próprio dinheiro da TAP.

Também não é absolutamente novidade que esta estratégia era do conhecimento da Parpública e do Governo da altura, de que Passos Coelho era primeiro-ministro e, Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças.

Novidade é que o dá como provado. E que, perante as provas, a Inspecção-Geral de Finanças conclua que tal deve ser comunicado ao Ministério Público para investigação.

Estranho é que o documento não refira o nome de Miguel Pinto Luz, na altura secretário de Estado das Infra-estruturas, Transportes e Comunicações, e nessa qualidade responsável directo por toda a operação, e actualmente ministro com a tutela da TAP. Que vai voltar a privatizar!

Já que o próprio Miguel Pinto Luz entenda que nada disto o põe em causa, e se entenda legitimado pelo primeiro-ministro pelo simples facto de ser membro do seu Governo, é normal. Não é nem estranho, nem novidade!

 

Acompanhe-nos

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D

Mais sobre mim

foto do autor

Google Analytics