Depois de Barcelona, o Benfica apresentou-se hoje em Vila do Conde para o jogo que lhe cabia nesta 26ª jornada da Liga, contra um adversário que, em casa, apenas tinha perdido um jogo. Com o rival Sporting.
Ao contrário do que chegara a ser anunciado, Bruno Lage - a contas com uma virose que o afastou da equipa nos últimos dias - apresentou-se no banco. Não viajou com a equipa, chegou mais tarde, mas lá esteve, ao comando. No onze inicial, algumas alterações, com o regresso de Carreras e Bruma. E com Amdouni, não propriamente um regresso, já que raramente tem sido titular. De pedra e cal, lá estavam os habituais Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Florentino, Aursenes, Kokçu e Pavlidis.
O Benfica entrou não só a mandar no jogo, mas também a jogar bem. Muito bem, mesmo. Sem deixar o Rio Ave sequer sair do seu meio campo. Trubin tocou na bola pela primeira vez já depois dos 15 minutos, e mesmo assim simplesmente para recolher uma bola perdida, que chegava pela primeira vez à sua área. O Benfica sufocava o adversário, com um futebol fluido e intenso, ia somando oportunidades de golo, mas a bola não entrava. O costume!
Havia sempre uma perna no caminho da bola, um pé a desviá-la da baliza, um segundo de atraso na finalização, um toque a mais... Quando não havia nada disso havia os ferros da baliza, ou havia Miszta, um guarda-redes de (já sobejamente comprovados) grandes recursos. Para que o Benfica marcasse era preciso uma coisa do outro mundo. E ela aconteceu, à meia hora de jogo, na obra de arte de Kokçu. Como as coisas estavam, só assim o Benfica poderia marcar.
Ainda assim, com muita parcimónia. Já à beira do intervalo Amdouni produziu outra obra de arte, e nem assim deu golo. Deixou-o a cargo de Pavlidis, e ele falhou a tarefa.
E assim foi o jogo para intervalo. Como é já costume, com o resultado que, com um mínimo de eficácia nas oito oportunidades claras de golo criadas, deveria estar mais que decidido, completamente em aberto.
A segunda parte abriu com os mesmos dados da primeira. Se o golo do Benfica, à meia-hora, não tinha alterado nada da postura táctica do Rio Ave, a partida para a segunda parte também não. Ficava a ideia que a equipa de Petit apenas esperava que a tempestade passasse. Logo que passasse logo se veria o que poderia fazer. Contra aquele vendaval de futebol é que não havia nada a fazer.
Apesar de tudo o segundo golo não tardou tanto quanto tardara o primeiro. Ainda se não tinham esgotado os primeiros 10 minutos quando Pavlidis, depois de romper com a bola área adentro até ser rasteirado, converteu com irrepreensível rigor o respectivo penálti.
Com 2-0 o Benfica abrandou. Daí a ter começado a relaxar não tardou muito. Daí até pagar a factura pelo relaxamento não tardou nada. Nada mesmo: Otamendi facilitou, e perdeu uma bola numa saída para o ataque; Florentino correu atrás do prejuízo, foi negligente e fez uma falta desnecessária, já perto da linha de grande área, em posição frontal para a baliza. Na cobrança do livre, a bola ressalta em Pavlidis, trai Trubin e entra na baliza.
De repente, ao primeiro relaxamento, o Rio Ave marcava e entrava na discussão do resultado. De repente, o Benfica via fugir a vantagem tranquila que tão difícil tinha sido conquistar. E de repente o Rio Ave ressuscitava, soltava para o jogo os feios, porcos e maus que Petit sempre tem nas suas equipas, e lançava a intranquilidade numa equipa que poucos minutos antes dominava por completo os acontecimentos.
Os acontecimentos desencadeavam-se ao ritmo de 10 minutos. 10 minutos foi o espaço de tempo entre o segundo golo do Benfica, em pleno auge exibicional, e o primeiro sinal de quebra mental. Foi também o espaço que mediou entre o primeiro golo e o do empate, num inacreditável erro de Florentino. Novamente.
Gostamos todos - nem todos, é verdade - muito de Florentino. Acarinhamo-lo sempre, e continuaremos a acarinhá-lo, mas todos sabemos que nunca será um jogador de top. Nunca será transferido pelos valores tantas vezes falados, nem para clubes de topo. Protestamos por não ser convocado para a selecção, e achamos que é perseguição. Mas é por estas e por outras. Não é só azar.
Para voltar a estabilizar a equipa, Bruno Lage (que ao intervalo trocara Tomás Araújo, com insuficiências físicas, por Barreiro, com Aursenes a voltar ao lado direito da defesa) acabara de fazer três substituições, lançado Renato Sanches, Belotti e Akturkoglu. De repente, a equipa que estaria programada para retomar o controlo do jogo, estava obrigada a começar tudo de novo, com apenas 15 minutos para jogar.
Valeu que, conforme o relaxamento do Benfica tirou o Rio Ave lá de trás, também o sucesso no marcador fez com que para lá não regressasse. Se a equipa de Petit voltasse à anterior postura defensiva teria sido mais difícil. Assim, com o Rio Ave a pensar que ganhara direito a tudo, até a poder ganhar o jogo, foi mais fácil ao Benfica exercer a sua óbvia superioridade. E em cinco minutos voltou para a frente do marcador, numa excelente jogada de futebol que passou pelos pés - e categoria! - de Belotti, pela assistência de Aursenes, e pela excelente finalização de Akturkoglu.
Durou 5 minutos o susto. E 20 a tremideira. Com 10 - que seriam 14 - para jogar, o Benfica não permitiu mais qualquer veleidade aos vila-condenses. Desfrutou ainda de mais uma flagrantíssima oportunidade, em mais uma extraordinária jogada de futebol em que a bola, saída de novo dos pés de Akturkoglu, não quis entrar. Ia a entrar e desviou-se para o poste. Cruzou toda a linha de golo, e acabou por nunca entrar.
Agora, com mais calma para preparar os jogos, convém olhar com olhos de ver para a cabeça dos jogadores. Não será possível ganhar o campeonato - sendo claro que já não há qualquer margem de erro - se não forem resolvidas as paragens cerebrais que vezes de mais afectam alguns jogadores. Ah ... e também dá jeito afinar a finalização!
Quatro dias depois da desilusão na Champions as luzes voltaram a acender-se na Luz. Não tão cheia, apenas perto disso, no regresso ao campeonato, um mês depois, para receber o Rio Ave.
Bruno Lage apresentou uma alteração em relação ao seu onze habitual. E não, não foi Otamendi a sair da equipa, como de alguma forma era esperado - pelas últimas exibições, mas mais por, na ante-visão do jogo, o treinador do Benfica ter referido que não atendia a estatutos - , foi Florentino. Entrou Beste, para a ala esquerda, donde saiu Akturkoglu, para jogar como segundo avançado, atrás de Pavlidis.
Foi uma única alteração no onze, mas uma mudança radical na equipa, com um meio campo, entregue a Kokçu e a Aursenes, mais dado ao risco, mais de tabelas, mais virado para o ataque. Em suma, mais dinâmico, que deu à equipa mais energia.
Beste foi o extremo esquerdo, à moda antiga. Akturkoglu aproveitou aquela posição para fazer a diferença ... e marcar golos. E a energia trazida à equipa acabou por fazer desta a melhor exibição do Benfica de Bruno Lage.
Não se começou logo a notar que iria ser assim. Pelo contrário, os primeiros dez minutos nem foram prometedores. O jogo parecia andar aos solavancos, mas o golo - logo aos 12 minutos, à primeira oportunidade, com Akturkoglu no sítio certo para rematar uma bola perdida na área vilacondense - desentupiu aquilo tudo. Logo a seguir, apenas quatro minutos depois, o jogador turco bisou, desta vez ganhando de cabeça, ele que é baixinho, uma bola entre o defesa e o guarda-redes adversários. À segunda oportunidade, segundo golo. E a partir daí a máquina de produzir futebol passou a funcionar certinha, que nem um relógio suíço.
A de marcar golos, que começara mais afinada, é que passou a apresentar falhas. Ainda assim o intervalo não chegaria sem Akturkoglu fechar o hat-trick, em circunstâncias muito semelhantes às do primeiro, e acabando logo ali com a questão da escolha do homem do jogo.
A segunda parte acentuou a discrepância entre as duas máquinas. O Benfica produzia muito, mas não marcava. Porque emergiu finalmente o guarda-redes do Rio Ave - o polaco Miszta, em promissora estreia -, mas muito por ... Pavlidis. Os colegas faziam tudo para lhe oferecer o golo, mas isso só facilitava a tarefa à defesa adversária. O avançado grego desesperava. Apenas conseguiu uma finalização, num remate facilmente defendido pelo guarda-redes contrário. No resto, ou acabava em fora de jogo, ou em individualismo fracassado.
Fez bem Bruno Lage em envolvê-lo logo na primeira leva de substituições, no fim do primeiro quarto de hora, que mantiveram - ou até melhoraram - a energia da equipa e libertaram-na daquela ansiedade. Saiu com Akturkoglu (bem visto!) para entrarem Cabral e Amdouni.
A segunda leva teve o mesmo resultado, com Schjelderup e Renato Sanches nos lugares de Di Maria e Aursenes (mais duas grandes exibições), e até ao fim a equipa não descansou na procura de mais golos, que dessem ao resultado uma expressão minimamente compatível com a avalanche de futebol produzida. Arthur Cabral e Schjelderup quase marcaram logo na primeira intervenção mas, por mais brilhantes que fossem as jogadas, e por mais claras que fossem as oportunidades para golo, parecia que só Akturkoglu estava autorizado a marcar. E esse há muito que tinha saído!
Em dois minutos - aos 79 (Schjelderup, em estreia a marcar) e aos 81 (Amdouni) - o resultado subiu para os 5-0, e por aí ficou. Curto, para as mais de uma dúzia de ocasiões claras de golo criadas, num jogo que remeteu o da passada quarta-feira para o caixote dos acidentes.
O último jogo do Benfica no campeonato, nos Arcos, com o Rio Ave, foi o retrato da época. Era impossível acabar o campeonato de outra forma.
Foi o jogo de despedida de Ukra, a que o Benfica se associou, com mais três pontos para o campeonato do fair play desportivo, o único que consegue vencer repetidamente. Ao minuto 17 - do número na camisola - Ukra abandonou o campo, colocando o ponto final na carreira, por entre uma ala aberta pelos seus colegas e pelos jogadores do Benfica.
A festa durou três ou quatro minutos, e quebrou o ritmo com que o Benfica tinha entrado no jogo, que lhe trouxera já duas excelentes oportunidades de golo. Durante cerca de 10 minutos o Benfica andou à procura de reentrar no jogo, de re-afinar a máquina. Depois retomou o fio à meada e prosseguiu.
Sem Trubin, Di Maria, Rafa e António Silva (Neres, Cabral e Leonardo já não tinham estado disponíveis no último jogo), substituídos - respectivamente - pelo nervoso Samu, pelo talentoso (tanto talento para potenciar!) Rolleiser, e pelo fiável Morato, o Benfica jogou como normalmente faz.
Tenho aqui repetido que o Benfica não sabe jogar mal. Foi assim durante praticamente todo o campeonato, com as excepções de Guimarães (aí com culpas nas condições climatéricas que tornaram o relvado impróprio para jogar futebol) e do Dragão. O problema não é, nem nunca foi, de qualidade de jogo. Foi de intensidade, nuns jogos. De velocidade, noutros. De estratégia, noutros ainda. E de eficácia em praticamente todos.
Depois de retomar o fio à meada, por volta da meia hora de jogo, o Benfica marcou. Por Kokçu, assistido por Tengstedt, que deve hoje ser o jogador com mais capacidade de irritar os adeptos. Dominou por completo o jogo e desperdiçou mais de uma dúzia de oportunidades claras de golo. Dessas, três ou quatro foram-se em enormes defesas de um guarda-redes de que nunca tinha ouvido falar: Miszta. A que se juntam mais três ou quatro em que foram os jogadores do Benfica (especialmente Tengstedt) a acertarem-lhe com a bola. Duas foram retiradas de dentro da baliza pelos defesas do Rio Ave. E todas as outras morreram em remates por alto ou ao lado.
Foi de tal forma que, mesmo a jogar bem e a dominar por completo o jogo - nenhuma das equipas do topo do campeonato dominou tanto nos Arcos -, a partir do meio da segunda parte a dúvida já não era quando é que o Benfica marcaria o segundo; era quando é que o Rio Ave marcava.
Porque essa era exactamente a história deste campeonato. E a sina de uma equipa que não consegue matar os jogos que domina.
O aviso chegou pouco depois da entrada no último quarto de hora. Na primeira vez que o Rio Ave conseguiu sair em contra-ataque marcou. Mas em fora de jogo, pelo que ficou apenas o aviso. Até que, no último minuto, o VAR descobre uma mão do Florentino na defesa de um pontapé de canto, que até acabou num remate de cabeça ao poste.
Não importa agora que o penálti não tenha existido. O Florentino saltou com a mão "em posição não natural", como justificou o árbitro a sua decisão. É verdade que sim. Mas não tocou, nem poderia ter tocado na bola, pela simples razão que ela não sofreu qualquer desvio. Se as imagens não permitem garantir que tenha, ou não, tocado com a mão na bola, o simples facto de a bola ter saído direitinha da cabeça do jogador do Rio Ave para o poste, sem o mínimo desvio, prova o erro da decisão do árbitro e do VAR.
Para este Benfica a velha lei "do quem não marca sofre" é cruel. Mas justa. Porque a equipa não falha apenas golos. Falha no controlo do jogo. O que só quer dizer que falha na mentalidade.
O Rio Ave fez uma festa. Quis o empate e foi mentalmente forte para o conseguir. E fechar o campeonato com o notável registo de 13 jogos consecutivos sem perder. Enquanto o Benfica o fecha, muito provavelmente, a 10 pontos da frente.
Só uma nota para as estreias demais dois miúdos - Gustavo Varela e Prestianni. E a prova de vida de Barnat, no último jogo. A entrada de Gustavo Varela ainda terá sido a pensar "na fezada" das substituições dos pontas de lança, que às vezes marcam na primeira vez que tocam na bola. As dos outros foram apenas para fazer número.
Não houve diabo, esta noite na Luz. Que não encheu, mas que estava bem composta, com perto de 55 mil adeptos nas bancadas. Mesmo que o primeiro remate, e a primeira oportunidade, tenha pertencido ao Benfica, logo no arranque do jogo para, logo a seguir, no seu primeiro remate, o Rio Ave tenha marcado.
Ainda não tinha dado para perceber o que o jogo teria para dar e, aos nove minutos, o Rio Ave já ganhava. Percebeu-se logo a seguir, quando se começou a ver que que o Benfica não conseguia reagir ao golo sofrido, e que o Rio Ave punha e dispunha do jogo praticamente a seu belo prazer. Dominava o meio campo, onde os seus jogadores chegavam sempre primeiro à bola, e ganhavam todos os ressaltos, e impunha o ritmo do jogo.
Foi assim durante praticamente toda a primeira parte, com o Benfica apenas com um ou outro "salpico". Num deles, às portas da meia hora, numa transição de Rafa (tinha que ser!), ao segundo remate - foram vinte e três minutos sem rematar - e à segunda oportunidade, marcou. A assistência de Rafa foi primorosa para um grande golo de Di Maria, daqueles que só ele mesmo consegue marcar.
Esperava-se que finalmente, e com o golo do empate, se invertesse definitivamente o rumo do jogo. Mas não. O Rio Ave continuou a ser melhor equipa, e o Benfica não conseguiu muito mais que mais dois ou três "salpicos" já com o intervalo à vista, com o guarda-redes vilacondense a evitar o golo com duas grandes defesas. Primeiro a João Mário, com um vistoso chapéu e, logo a seguir a Rafa.
Esses cinco a dez minutos finais fizeram com que, ao intervalo, as estatísticas revelassem um equilíbrio, que na realidade era ilusório. Na posse de bola (52-48%), nos remates (4-5), com todos os do Benfica enquadrados, e apenas um do Rio Ave fora do alvo, e com dois cantos e três oportunidades de golo para cada lado. E fizeram, até porque as últimas imagens são sempre as que mais ficam, as bancadas - de onde tinham começado a sair os primeiros assobios - acreditar que o pior tinha passado, e que a segunda parte colocaria as coisas no devido sítio.
Foi no entanto mais uma ilusão. O recomeço da partida voltou a trazer um Rio Ave melhor, e dominador. Não havia diabo, mas ele estava lá, bem dentro da exibição do Benfica. Nos primeiros três minutos a bola foi parar duas vezes ao poste da baliza ... de Trubin. E o pesadelo (a lembrar aqueles 20 minutos com o Famalicão, no último jogo do ano) prolongou-se até ao fim do primeiro quarto de hora.
Nunca ninguém poderá garantir que, não tivesse sido a expulsão (dois amarelos em menos de dez minutos) do defesa do Rio Ave, dois minutos antes, o pesadelo tivesse acabado tão cedo. Mas que o jogo mudou aí, não há dúvida. E o Benfica tomou então, finalmente, o comando claro do jogo.
O livre resultante da falta (corte com a mão de uma jogada prometedora) que ditou o segundo amarelo ao defesa do Rio Ave, cobrado por Di Maria, acabou numa grande defesa do guarda-redes, para canto. Que repetiu para evitar o golo no canto directo do mágico argentino. Novo canto que acabou no golo da reviravolta, de António Silva.
Logo a seguir, na tripla substituição de Schmidt - que já estava programada - assistiu-se à estreia de Marcus Leonardo (entrou a substituir Arthur Cabral, como Florentino e Tiago Gouveia substituíram Kokçu e Di Maria), a primeira contratação de inverno. Que marcou aos 80 minutos, dezassete depois de ter entrado. Na estreia, a fazer lembrar Jonas. Que foi o que sabemos.
A partir do golo da reviravolta, então sim, foi um festival de oportunidades. E foram apenas mais dois golos (o último, de João Mário, em mais uma assistência espectacular, de trivela, de Rafa, no primeiro dos três minutos de compensação) porque quer Tiago Gouveia, que mexeu completamente com o jogo, quer o estreante Leonardo queriam muito marcar. E, de tanto quererem, e tanto tentarem, acabaram por eliminar as muitas ocasiões de que desfrutaram.
Com aquela meia hora final, o Benfica passou das 3 oportunidades de golo, ao intervalo, para 14; e o Rio Ave das mesmas três para cinco, com as tais duas bolas nos postes, nos primeiros três minutos da segunda parte. E, no fim, as estatísticas não foram mentirosas. O Benfica acabou por ganhar bem, mas lá que podia ter sido o diabo, podia.
Não se recomenda que se repita a experiência. É mesmo perigoso!
Está afastado o fantasma das interrupções do campeonato, para jogos das selecções nacionais. Mas, bem vistas as coisas, só está afastado porque acabaram. Agora, daqui até ao fim, lá para a parte final do próximo mês, é sempre a andar. Sem parar.
Este jogo de Vila do Conde era tido por um dos mais complicados que faltavam cumprir. Pelo adversário - o Rio Ave, especialmente nos Arcos, é sempre um adversário difícil para o Benfica - e, lá está, porque a experiência das paragens para as selecções não era a melhor. Cinco dos sete pontos perdidos até aqui, foram-no nestas circunstâncias de regresso à competição - dois em Guimarães, e três em Braga. Que foram também os piores jogos do Benfica na época.
Depois houve outro que também caiu num nível exibicional bastante abaixo da média, mas sem consequências no resultado. Foi em Vizela.
Pois. Este jogo de hoje tem muitas linhas paralelas com as desse jogo. E talvez isso leve a afastar o tal fantasma, mesmo que retirado.
Roger Schemidt resolveu poupar Florentino, com quatro amarelos. E o próximo jogo é o clássico que, não sendo decisivo, poderá acabar com todas as dúvidas sobre o título. Se o Benfica o ganhar, ou mesmo se simplesmente não o perder. Entregou o meio campo ao regressado (depois do castigo pelo quinto amarelo) Aursenes e a Chiquinho - hoje o melhor em campo -, e manteve Neres na posição - que não nas funções - em que o norueguês é primeira opção, na ala esquerda.
De resto, tudo como de costume. E também o futebol de qualidade do costume, mas menos oleado. A estratégia, e a competência, do adversário também contou, mas era evidente que as coisas não saíam como de costume. A equipa saía bem, na primeira fase de construção não havia problemas. Mas, lá mais à frente, onde o Rio Ave defendia com duas linhas de cinco, o último passe, e as decisões dos jogadores, não eram as melhores. Na última decisão, no último passe, ou no último toque, havia sempre qualquer coisa que não corria bem, e a confiança dos jogadores ia sendo minada.
Os jogadores da equipa vila-condense chegavam sempre a tempo do último corte, ou de tapar o último espaço. Corriam e lutavam muito, ganhavam a maioria dos duelos, e quase sempre as segundas bolas. Neres, Rafa e Grimaldo não conseguiam criar desequilíbrios, e a bola raramente chegava a Gonçalo Ramos.
Foi assim a primeira parte, com pouca baliza e com escassas oportunidades de golo. A maior acabou até por pertencer ao Rio Ave, numa bola que bateu num poste e acabou, na recarga - já em fora de jogo - depois dentro da baliza de Vlachodimos. Onde, estranhamente, as estatísticas até davam mais posse de bola á equipa do Rio Ave. O futebol do Benfica era, no papel, o do costume. O desenho era o mesmo, mas o traço não tinha a firmeza habitual.
Roger Schmidt não mexeu na equipa à entrada para a segunda parte. Também não é frequente fazê-lo, deve dizer-se. E o golo chegou logo no primeiro minuto, sem dar para perceber se alguma coisa era para mudar. E surgiu porque, com um túnel a Patrick William - que na primeira parte tinha cortado tudo o que lhe tinha aparecido à frente, muitas vezes em circunstâncias de último recurso, e quando parecia que já lá não chegaria -, João Mário provocou os desequilíbrios que até aí ninguém tinha conseguido. E a bola chegou a Gonçalo Ramos para, à segunda, a enviar para dentro da baliza. E voltar a igualar o colega no topo da lista dos marcadores, com 17 golos.
Pensou-se, na altura, que o mais difícil estava feito. E estava, mas por outras razões. Nos minutos que se seguiram o Benfica continuou a assumir o domínio e o controlou o jogo mas rapidamente o Rio Ave começou a crescer. O jogo pedia Rafa, mas o Rafa que era necessário "não estava lá". E o Neres, também não.
Foi o primeiro a sair, juntamente com Gonçalo Ramos (trocado por Musa), para a entrada do Florentino. Que era para ser poupado, mas não dava para isso. E que até nem entrou muito bem, logo com um passe falhado, a comprometer.
Parecia que o Benfica já só queria segurar o jogo. Só isso, que é bem diferente de controlá-lo. É certo que ainda teve momentos em que o controlou e até o dominou. Mas não foi isso que consistentemente fez durante toda a segunda parte.
Segurou-o, e segurou o resultado. Mas não se livrou de passar por dificuldades. Nem de nos trazer à memória o jogo de Vizela. Mesmo que, neste, a justiça no resultado não tenha ficado em causa. O que não impede que se diga que, também hoje, na décima vitória consecutiva, o resultado tenha sido melhor que a exibição.
Agora é esperar que a equipa volte rapidamente às exibições a que nos habituou. Que seja já na próxima sexta-feira. Que até é Santa!
O Porto levou um banho de bola do Rio Ave, no Dragão. Pepe agrediu um adversário dentro da sua área, e mandou-se para o chão agarrado à cara. O árbitro assinalou falta contra o Rio Ave. A Sport TV não voltou a mostrar imagens do lance. O VAR não viu nada.
Mais tarde, um jogador do Rio Ave, Hernâni, antigo jogador do Porto, recebeu a bola no peito, dentro da área portista, sozinho. O árbitro parou a jogada e assinalou mão ao jogador do Rio Ave. O VAR não podia intervir, e a Sport TV não queria mostrar.
Um corte a varrer, que em Pepe é imperial, num jogador do Rio Ave é falta e amarelo.
O Porto marcou no último segundo da primeira parte, na única oportunidade de golo de que dispôs. E chegou, para ganhar mais um jogo em que não jogou nada. Passado, grande parte, a "queimar tempo", e que acabou em "chutão" para onde estavam virados.
Para "Luís Feito Bobo", nada a apontar. Só a "naõseiquantésima" vitória do Porto. E o papel que Sérgio Conceição mandou para dentro de campo, e que dele saiu para que ninguém soubesse o que dizia. A não ser "Luís Feito Bobo"... E o melhor em campo foi Eustáquio.
No fim, nada de especial de passou. Sérgio Conceição não cuspiu em ninguém, a vitória foi justíssima, e estava feliz e bem disposto. Como Luís Freire, encantado com a exibição da sua equipa, que teria eventualmente merecido o empate. E sem nada de que se queixar.
É assim. É isto o futebol em Portugal. Com tudo alinhado na forma do costume. Há mais de quarenta anos!
Como era esperado, em razão da grande sobrecarga competitiva desta altura, o Benfica surgiu hoje na Luz, para o jogo com o Rio Ave desta nona jornada do campeonato, com um onze bastante diferente do habitual. Roger Schemidt mudou meia equipa, mas nem parecia.
Há a ideia que o plantel é desequilibrado, e que tem sido isso a obrigar Schemidt a utilizar sempre o mesmo onze. Pode ser, mas pelo que hoje se viu, desde que mantenha Enzo Fernandez, o treinador pode rodar toda a equipa.
Pelo que se viu com uma primeira parte de luxo, e uma segunda, já sem o argentino, apenas razoável. Outras razões haverá certamente para o desnível da primeira para a segunda parte, até porque também Gonçalo Ramos saiu ao intervalo, mas é por demais evidente que Enzo Fernandez é absolutamente decisivo nesta equipa.
A primeira parte foi um hino ao futebol, apenas traído pelo resultado. Aos cinco minutos, tinha o Benfica desperdiçado a segunda oportunidade para marcar, na primeira vez - e única na primeira parte - que o Rio Ave chegou à baliza, marcou. É já um clássico - no primeiro remate que consente, o adversário marca.
A qualidade do jogo do Benfica era tal que isso não mexeu nem com os jogadores, nem com as bancadas da Luz, cheias, com perto de 60 mil adeptos, mais uma vez. As ocasiões de golo continuaram a suceder-se, e o empate demorou apenas 7 minutos, com Gonçalo Ramos a concluir uma triangulação perfeita desenhada por Enzo e João Mário.
O Rio Ave estava asfixiado, em agonia. Mas a bola não entrava, e pareceu que até o guarda-redes terá achado que o melhor seria ele próprio resolver aquilo. Talvez assim os jogadores do Benfica acalmassem. Ou então achava aquilo tão injusto que o melhor seria meter mãos (no caso, os pés) à obra, e fazer o segundo golo, da reviravolta. Tinham passado 6 minutos sobre o golo do empate, e o Benfica já tinha desperdiçado mais três oportunidades.
Numa coisa teve Jonathan razão: com o golo os jogadores do Benfica tiraram o pé do acelerador, e deram-lhe alguma paz. E algum descanso. Mas por pouco tempo. Quinze minutos depois já estava de novo tudo na mesma, mas então também já ele tinha recuperado. E passou também a brilhar. Entre os 34 e os 39 minutos, em apenas cinco minutos, evitou cinco golos. E o terceiro golo - uma assistência fabulosa de Enzo, a picar a bola por cima da defesa, com recepção e remate primorosos de Gonçalo Ramos - chegaria apenas mesmo em cima do intervalo. Depois de 18 remates e uma dezena de oportunidades de golo!
Ao intervalo, aquele 3-1 era um dos resultados mais mentirosos de sempre na Luz. A exibição, essa, era uma das melhores!
A segunda parte começou com Florentino em vez de Enzo, e Musa na de Gonçalo. E com a equipa adormecida, como se tivesse prolongado o intervalo por todo o primeiro quarto de hora. Logo que "regressou", no fim desses primeiros 15 minutos, chegou o quarto golo. O primeiro de Musa, finalmente.
A qualidade da primeira parte é que nunca mais voltou, e pouco mais há para salientar que as duas ovações da noite: para João Mário - o melhor em campo pelo que acrescentou na segunda parte ao brilhantismo da primeira, a par de Enzo - e, acima dessa, logo a seguir, ao minuto 65, para Samaris. Provavelmente o mais benfiquista dos antigos jogadores do Benfica, retribuiu com lágrimas. Momento bonito na Luz!
Para além desses momentos, só a primeira defesa de Vlachodimos, aos 81 minutos. E, aos 86, logo a seguir ao menino António Silva ter ficado mais uma vez à beira do seu primeiro golo - quem não marca sofre - o belo golo de Guga - mais um miúdo do Seixal - a fixar o resultado final num inacreditável 4-2. Num jogo que acabou com o golo anulado (fora de jogo de Draxler) a Rodrigo Pinho, e com o recorde de 29 remates. E para aí com dezena e meia de oportunidades de golo para o Benfica.
De negativo fica a goleada falhada. De positivo ficam os desempenhos de boa parte dos jogadores que hoje tiveram oportunidade de se mostrar, especialmente de Ristic, uma agradável surpresa. Mas também Diogo Gonçalves, apenas prejudicado pela ânsia do primeiro golo na Luz, já que Gilberto continua a confirmar que tem tudo para ser titular. De Draxler é que terá sempre de se esperar mais.
O Benfica regressou hoje às vitórias, ganhando por 2-0 na Luz, ao Rio Ave, mercê da sorte do jogo na primeira parte, e de uma exibição já aceitável na segunda.
Na primeira parte, à excepção dos primeiros 10 minutos, em que até teve uma bola nos ferros, precisamente no ângulo entre o poste (direito) e a barra, num remate de Everton que merecia golo, o Rio Ave foi sempre melhor em todos os capítulos do jogo, mesmo que apenas com um terço da posse de bola.
Nos insucessos desta época, e particularmente na Luz, o Benfica tem sempre podido queixar-se de o adversário marcar sempre na primeira vez que chega à baliza. Foi quase sempre assim, a jeito de cada cavadela cada minhoca. Tivesse hoje sido assim e provavelmente estaríamos agora a lamentar mais um desaire. Não foi. O Rio Ave teve - também - uma bola no poste, e teve ainda mais três oportunidades claríssimas para marcar. Quatro, ao todo, contra apenas aquela do Everton para o Benfica.
Mas nem foi só isso, nem o Rio Ave apenas rematou o dobro do Benfica. Deu um verdadeiro banho de bola.
Sabemos que a culpa é do covid. É pelo covid que a equipa não joga nada e é vulgarizada por qualquer adversário. É também por culpa do covid que a equipa não sabe o que fazer com as bolas paradas, as únicas ocasiões que, depois dos 10 minutos iniciais, o Benfica teve para responder ao melhor futebol do Rio Ave. Foi simplesmente ridícula a forma como foram cobrados os cantos e os três ou quatro livres laterais de que a equipa dispôs.
Sabe-se lá por quê, o covid foi para os balneários ao intervalo e ficou lá. Não regressou, e a segunda parte foi outro jogo completamente diferente. Mesmo sem nunca chegar - nem lá perto - a um nível exibicional que satisfaça os adeptos e galvanize os jogadores, o Benfica superiorizou-se claramente ao adversário que, pelo tempo que demorou a regressar ao relvado, parecia estar a adivinhar o que iria suceder. A não ser que se tenha atrasado apenas para não se cruzar com o covid que tinha ficado nas cabines.
No primeiro quarto de hora da segunda parte o Benfica fez o dobro dos remates que fizera na primeira, e criou o triplo das oportunidades de golo, com o Rio Ave sem conseguir sair da sua área. Porquê tamanha diferença? Pelo covid?
Não. Apenas porque os jogadores puseram intensidade no jogo, coisa que nunca tinham feito na primeira parte. O primeiro (Seferovic) chegou mesmo no fim desses primeiros quinze minutos, e já era sobejamente justificado. Esperar-se-ia que o golo espevitasse os jogadores, e os fizesse embalar para uma exibição bem conseguida. Fosse pelo tempo que demorou a validar, que arrasa por completo os factores motivacionais do golo, fosse pelo covid da primeira parte, o que se seguiu ao golo não bateu certo com o que o antecedera, e o Rio Ave teve oportunidade de se mostrar e de lembrar o que fizera até ao intervalo.
Foi sol de pouca dura, o Benfica conseguiu reequilibrar-se, também com as substituições que, desta vez viradas para o desgaste da condição física dos jogadores, bateram certo. Mesmo que a saída de Waldschmidt, que não está fisicamente muito castigado, e que estava então a jogar bem, tivesse sido pouco compreensível.
O segundo golo (Pizzi, que entrara na primeira leva para o lugar de Taarabt) apareceu já à entrada do quarto de hora final, depois de dois ou três falhanços (de Seferovic e do próprio Pizzi), e antes de outros tantos e de mais duas ou três grandes defesas do guarda-redes vila-condense, que até é polaco, nos dez minutos finais.
Pode ser que o covid se vá embora de vez. E que agora só falte mesmo jogar mais um bocado à bola.
Não foi uma exibição de nota (artística) 20, mas foi a mais sólida deste campeonato, esta que hoje o Benfica realizou em Vila do Conde.
Com a possibilidade de, logo à quarta jornada, aumentar a vantagem sobre os principais adversários na luta pelo título, e particularmente para alargar para 5 pontos a diferença para o maior rival nessa compita, o Benfica não vacilou, ao contrário do que acontecera na última jornada. Sabendo bem o que teriam de fazer para contrariar o futebol do Rio Ave, os jogadores iniciaram o jogo com grande pressão sobre a saída de bola do adversário, nunca lhe permitindo qualquer tipo de conforto e, acima de tudo, retirando-lhe a confiança que é sempre a alma de qualquer equipa.
De tal forma que, quando o Rio Ave passou pela primeira vez a linha do meio campo, já perdia por 1-0, com o primeiro golo de Waldschmidt, aos 7 minutos. E nem a primeira contrariedade - e grande - da grave lesão de André Almeida, mesmo que a entrada de Gilberto tenha sido assustadora (acabando por remediar com o decorrer do jogo, e até por convencer os adeptos que poderá ser solução), introduziu qualquer grão de areia na engrenagem da exibição do Benfica.
Nem isso nem o tamanho dos pés dos jogadores do Benfica, grandes demais para o VAR anular dois golos e um penalti. Quando nos atiram para os olhos linhas com foras de jogo de 10 centímetros, como aconteceu no segundo golo anulado, ficamos na dúvida. Presos ao absurdo, mas na dúvida. Quando nos querem impingir linhas de mais de 40 centímetros - 42 e 46, mais precisamente - como aconteceu no primeiro golo anulado, e no penalti transformado em fora de jogo, vemos bem que não vimos nada daquilo.
Apesar de golos e penaltis anulados, de faltas e faltinhas que não matam mas moem, e de amarelos que destabilizam, a equipa nunca se perturbou, manteve o jogo controlado, e prosseguiu sempe na procura do golo. E o segundo, de novo por Waldschmidt, surgiria no período de compensação da primeira parte.
Na segunda parte o Benfica não foi tão pressionante, até porque o Rio Ave, percebendo que não poderia continuar a tentar sair a jogar, passou a optar por um jogo mais directo. Mas nem aí alguma vez perdeu o controlo do jogo, acabando por revelar a solidez que ainda se não tinha visto.
E o terceiro golo, por Gabriel - também ele, e inesperadamente, com uma grande exibição - acabaria por, já aos 86 minutos, dar uma expressão ao resultado mais condizente com aquilo que se passou no jogo.
E esperemos que libertadora, que seja o ponto final no caminho desastroso que o Benfica vinha a trilhar há quase seis meses, onde se incluem os três do defeso forçado que nada mudaram. Antes pelo contrário, o regresso foi ainda mais penoso.
Na verdade este jogo de hoje com o Rio Ave, em Vila do Conde, não foi - nem ninguém esperava que fosse - de retoma, nem sublimou grande coisa do que de mau o Benfica tem vindo a fazer. Os pecadilhos continuaram lá todos, mesmo que haja que assinalar que os jogadores se bateram, correram e lutaram como já haviam feito na primeira parte do último jogo, em Portimão. Desta vez o jogo todo, talvez porque nunca tivesse estado ganho.
Bruno Lage voltou a mexer no onze inicial. Teria sempre que o fazer face às lesões de Grimaldo e Jardel, e ao impedimento, por amarelos, do André Almeida. As estas três trocas, juntou ainda o regresso de Gabriel e a incompreensível estreia a titular de Dyego Sousa.
Nenhum dos que entraram esteve especialmente bem e o avançado esteve até especialmente mal. Esteve no golo do Rio Ave, provocou a anulação do que seria o golo do empate, ainda na primeira parte, e não fez rigorosamente nada mais. Os outros tiveram altos e baixos, com mais altos de Nuno Tavares, mas também com alguns baixos. E mais baixos do Ferro.
O Benfica até entrou bem no jogo. Escolheu começar a favor do vento - que no campo do Rio Ave é sempre factor importante - a demonstrar que queria desde logo tomar conta do jogo e ganhá-lo.
Não criou grandes oportunidades de golo, é certo. Mas pressionou, jogou e impediu o Rio Ave de fazer o que sabe e faz bem - jogar à bola. Estava o jogo nisto, submetido ao domínio do Benfica quando, pouco depois de a primeira parte chegar a meio, na primeira vez que o Rio Ave chegou à frente, marcou.
O costume. E também na forma do costume. Um lançamento da linha lateral, Ferro aborda mal o duelo com o Taremi e comete falta. Livre lateral, defesa aos papéis, e Dyego Sousa assiste o mesmo Taremi, para fazer o golo, sozinho em frente a Vlachdymos.
E mais uma vez o costume. A equipa caiu, e foi o Rio Ave que passou a mandar no jogo. Naqueles vinte minutos finais apenas aquela arrancada de Taarabt, concluída no bom golo do Rafa, anulado pelo árbitro (!!!) em consulta ao monitor por fora de jogo do Dyego Sousa, que não tocou na bola. Mas tentou disputá-la.
O Benfica voltou a entrar melhor na segunda parte, com Seferovic no lugar do Dyego, que nunca deveria ter entrado. Pressionante, mais rápido e a encostar o Rio Ave, que agora desfrutava dos favores do vento, lá atrás.
O melhor marcador da última época mexeu com o jogo, e começou a fazer a diferença. A diferença no jogo, e nas decisões de Bruno Lage. Que esteve quase a lançar a Zivkovic, o que só não aconteceu porque o golo da vitória chegou primeiro. E valeu o regresso de Samaris.
Logo de entrada cabeceou para golo, mas bola bateu com estrondo na trave. Não entrou aí, e tardou a entrar. Tardou um quarto de hora, em simultâneo com a primeira expulsão, por segundo amarelo indiscutível, de um jogador do Rio Ave. Marcado por Seferovic, pois claro. Apenas o terceiro neste campeonato do melhor marcador do anterior.
Dispôs ainda de mais duas grandes oportunidades para aumentar o seu score, mas ficou-se por um golo apenas, e muita influência no jogo que a equipa fazia por ganhar.
Pouco mais de dez minutos depois, e ainda com cerca de vinte para o apito final, por vermelho directo claro, mas que o árbitro só mostrou por indicação do VAR, o Rio Ave ficou reduzido a nove. E ficou-lhe ainda mais difícil evitar a derrota.
O golo da vitória surgiria apenas a três minutos dos 90, e a sete do fim do jogo. O primeiro de Weigl. Num canto. Dir-se-ia improvável, tal a ineficácia da equipa nas bolas paradas. Mas já tinha sido também de canto que Seferovic rematara à trave!
Agora, que pela primeira vez aproveitou os também sucessivos deslizes do Porto, que nem os penaltis que lhe continuam a oferecer aproveita, só é preciso aproveitar esta vitória para não voltar a falhar. E esperar que o concorrente continue a jogar o que não está a jogar.
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