TOO CLOSE TO CALL
Por Eduardo Louro
Os americanos votam hoje para escolher o seu presidente. Dizem as sondagens que há empate técnico, que não é certo que Obama bata Romney… O que acharia estranho se não tivesse os americanos em tão má conta!
É verdade, até pode ser preconceito, mas acho mesmo que um país desenvolvido – o mais desenvolvido, acham eles - com as crenças e práticas religiosas que por lá se encontram, fechado sobre si mesmo, onde apenas 4% da população tem passaporte, não pode ser tido em grande conta. Admitir que gente que diz que a mulher não engravida por violação, porque o seu organismo dispõe de mecanismos de defesa para o efeito, possa mandar na ainda maior potência mundial faz-me alguma comichão!
Mas enfim, é assim …
Fui dos que, há quatro anos, vibraram com a eleição de Obama. Mas também dos que viram frustradas as esperanças que aí tinham depositado. Hoje, Obama já não tem só a energia que tinha há quatro anos: também já não tem a capacidade de nos fazer sonhar. Mas, mesmo assim, se eu pudesse votar – provavelmente não faz sentido, mas acho que todos os cidadãos ocidentais deveriam poder votar na eleição presidencial americana -, voltaria a votar Obama!
Não sei se o Sandy tem influência na votação: houve quem dissesse que sim, que Obama estaria a tirar dividendos da gestão da crise, mas a verdade é que as sondagens não desequilibram. Mas parece que vai ter influência no apuramento dos resultados – muitos sistemas de comunicações continuam ainda por recuperar, muita coisa está ainda por repor, como se percebeu pela anulação da maratona de Nova Iorque.
O suspense irá, até por isso, ser maior, mais polongado que em 2000, quando o Bush (filho) ganhou a Al Gore, mesmo com menos votos.
Serão muitos os too close to call!