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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Despropósitos

Marcelo recebe bicampeões europeus: "Tinha a certeza de que íamos virar o  jogo na meia-final e na final" - Futsal - SAPO Desporto

 

Foi só a mim que pareceu que, falar dos fundos europeus na homenagem aos campeões europeus de futsal, foi como falar das contas da campanha na noite das eleições?

No despropósito é tudo igual. A única diferença é que o presidente Marcelo aproveitou a vitória que tinha à frente para falar de uma derrota que (ainda) não aconteceu; enquanto Rui Rio teve que inventar uma vitória para não falar da derrota que tinha à frente!

Falta de jeito e azar

Rui Rio: O homem que espera pela sua vez - Domingo - Correio da Manhã

 

Há gente com jeito para tudo, e como eu os invejo. Que tem jeito para a música, que dá umas pinceladas com propósito e graça, para quem não há Adamastor de bricolage que custe a dobrar. E ainda por cima bem disposta e de piada fácil. 

Não são muitos, mas ainda assim tantos que cada um de nós, nas nossas relações, é capaz de fazer uma listazinha com, pelo menos, meia dúzia de nomes.

Não sei se Rui Rio pinta alguma coisa de jeito, nem sei nada da sua vocação para trabalhos manuais. Mas parece que se julga com jeito para o humor. Tanto que acha que deve fazer da piada a sua afirmação política, ao ponto de pretender fazer dela o trampolim para outra coisa para que também não tem grande jeito para fazer - política!

Depois sai isto - cada tiro, cada melro!

Acabou por demonstrar ignorar o que é, e como funciona, o voto antecipado. E por lançar para a campanha, logo no primeiro dia, um tema que não tem nada de assunto, quando há tantos assuntos para tratar. Quando viu o ridículo emendou. E, como é também frequente, a emenda saiu-lhe pior:: Quem quiser levar isto muito a sério, que não vote em mim, vote naqueles que levem muito a sério !

Só porque acha que tem jeito para a piada, Rui Rio, que quer ser sério, e fazer disso a sua vantagem comparativa, queixa-se de o levarem a sério. E acaba a aconselhar quem o levar a sério a não votar nele!

Temos de reconhecer que Rui Rio não só não tem muito jeito para isto como ainda tem azar. É que até tem jeito para a bateria, mas na política a música é mais para violino!

Debates - o jogo grande

 

Chegou ao fim o campeonato,. Fechou com jogo grande, o clássico PS - PSD.

Este era o jogo grande do campeonato. O decisivo, mesmo que provavelmente decida pouco. Foi tudo em grande, e durante o dia não se falou de outra coisa. Foi um dia inteiro de pré-match. Foi grande mo tempo - os jogos não têm todos a mesma duração. Este teve o quádruplo do tempo dos outros. Passou em directo nas televisões todas. E por tudo isso até teve três equipas de arbitragem.

Tudo isto é capaz de dizer alguma coisa sobre a competição. Um campeonato em que os grandes não têm só os benefícios da arbitragem, são também favorecidos pela Organização.

Mas pronto, é a vida. Os grandes são sempre maiores!

António Costa entrava em campo com o élan das sondagens, donde vinha justamente de um dia bom. O que, pelo que se sabe, não era mau para Rui Rio. Se precisa de estar picado, hoje elas picaram-no. E bem, ao ver o PS a alargar a diferença, que até aqui tinha vindo a ser encurtada nas últimas semanas, para a maior distância até à data.

O tempo de jogo, o quádruplo de todos os restantes, também jogava a seu favor. António Costa assenta o seu jogo no rigor táctico e na concentração competitiva. E na vertigem. Isso favorece-o nos jogos mais curtos, mas penaliza-o nos muito longos. Rui Rio é mais a gasóleo, precisa de tempo para embalar. Depois de embalado solta-se.. E liberta o seu jogo solto, muitas vezes até anárquico. Sem a exigência dos rigores tácticos, sempre de grande desgaste mental, o tempo de jogo não lhe pesa. 

Por isso Rui Rio chegou ao fim do jogo em condições de desferir o golpe final. Fê-lo mesmo no fim do jogo, em cima do minuto 90, quando Rio levantou voo com a TAP.  Não se sabe se apanhou o avião em Madrid se em Lisboa, mas ganhou aí o jogo, nesse lance fulgurante da sua última jogada de ataque. Foi uma jogada estudada, bem treinada durante a semana, e que resultou em cheio. António Costa ainda tinha tempo para repor a igualdade, mas acusou o golpe, e não foi capaz de reagir.

Não foi um grande espectáculo. Os jogos grandes raramente o são. Está muita coisa em jogo para se preocuparem com o espectáculo. Mas foi muito disputado, intenso e sempre competitivo. E equilibrado, até àqueles últimos minutos que Rui Rio tinha guardado para o  golpe final!

Na flash interview, no fim do jogo, António Costa reconheceu que o adversário foi superior. Quando utilizou esse espaço para o jogo falado para, como nunca tinha feiro, falar - em gíria política diria dramatizar - em maioria absoluta, Costa reconheceu que neste jogo não tinha somado pontos às sondagens. Já Rui Rio aproveitou esse espaço para continuar a jogar, como se fosse uma espécie de tempo extra. E a acentuar a sua superioridade no jogo, como se não tivesse terminado, cortando pela base o jogo falado de Costa. Que foi bem pior que o que tinha jogado no tempo regulamentar!

Debates - dia de empat(e)(a)s

 

À medida que o campeonato avança os jogos vão perdendo interesse. Por desgaste das equipas, por demais evidente, mas especialmente por saturação das propostas de jogo. Já nada de novo têm para mostrar nesta altura do campeonato.

Ontem foi mais um dia cheio, mas não um dia em cheio. Foi um dia de empatas. E de empates. Pela primeira vez ninguém ganhou. Mas o empate também servia para toda a gente!

O jogo inaugural, entre o Bloco e o PAN, foi enfadonho. Tinha o aliciante de ser completamente feminino, mas nem isso lhe deu grande alma. Com tanta convergência, Catarina Martins e Inês Sousa Real acabaram por afunilar sempre o jogo, retirando-lhe versatilidade e encanto. Quando afunilaram, não remataram. E só conseguiram jogar ao ataque quando partiram o jogo. E já se sabe - quando o jogo parte ganha emoção, mas perde rigor e consistência.  Foi o que aconteceu, e ninguém ganhou com isso. Nem o espectáculo!

No jogo seguinte encontraram-se - não se confrontaram - PSD e IL, uma espécie de Porto - Portimonense. Aquilo pareceu muito mais um baile dos de antigamente - "a menina dança?" - do que um jogo de competição. E dançaram... dançaram ... 

Para Rui Rio não podia correr melhor. A dois dias do jogo do campeonato, o único que realmente tem que ganhar, e no qual há muito concentra todo o trabalho semanal de treino físico e táctico, nada melhor que um baile para descontrair. E foi até bonito de ver como, em vez de jogar, dançaram. Com os passos sempre acertados, e sem pisadelas. Ninguém se queria aleijar, e por isso tiveram muito cuidado com os pés. E com o sítio onde os colocavam. Às vezes Cotrim de Figueiredo dava um apertãozinho mais malandreco, entusiasmava-se um bocadinho e lá saía uma pisadelazinha. Mas nada de grave, e voltava a encostar a cabeça.

Não foi desagradável à vista, e um foi um bocado bem passado. Mas estávamos à espera de um jogo, de uma competição que se resolve com golos, e não de uma dança de engate, que nem notas dá para a competição.

Rasgadinho foi o último da noite, sem surpresa, de resto. Livre e CDS não podiam fazer a coisa por menos!

Esperava-se um jogo de contrastes, e assim foi. A maior capacidade técnica de Rui Tavares teria de se haver com o jogo duro de Francisco Rodrigues dos Santos - que não é Xicão por acaso - agora, depois da chicotada psicológica que afastou Lito Vidigal, em versão Sá Pinto.

Rui Tavares também já acusa algum desgaste. Foi a sua penúltima participação, a competição já vai longa, e isso notou-se. A ideia de jogo esteve lá, mas a condição física para a desenvolver já não é a melhor. Xicão não tem ideia de jogo - tem umas vagas ideias, com um ou dois séculos, do tempo em que o jogo nem sequer tinha ainda sido inventado - mas tem um novo fôlego (Sá Pinto que me perdoe...) que acrescentou uns truques (soundbytes) ao jogo de Lito Vidigal com que iniciou o campeonato. Continua a ser canela até ao pescoço, só que, em vez de cara fechada e dentes cerrados, é agora de riso aberto e boca escancarada. Pode até não doer mais, mas irrita ainda muito mais!

 

Debates - Os jogos fofinhos vieram para ficar

Debate entre António Costa e Inês Corte Real

 

Já se percebe que começam a surgir os jogos fofinhos. À medida que o campeonato vai avançando, e com a aproximação do   os dois verdadeiros candidatos ao título vão entrando em poupanças, a guardar forças para o grande clássico, o jogo de todos os jogos. 

Depois do jogo fofinho de ontem, outro hoje. PS e PAN replicaram o PSD-CDS de ontem, e ofereceram-nos um jogo idêntico. A diferença esteve no espectáculo, que foi de muito melhor qualidade. Sem a pressão da competição, António Costa e Inês Sousa Real protagonizaram um bom espectáculo, com muita bola e tratada com propósito na área das alterações climáticas. É um jogo que, ao contrário do que sucede nos países com as melhores competições, não é muito jogado por cá.

Na verdade não haveria melhor oportunidade para este modelo jogo destes que um amigável. E especialmente um amigável destes, em que a sedução tomou o lugar da competição. Como é da praxe, estes jogos têm jogadas de encher o olho, acabam - têm de acabar - com muitos golos, mas empatados. Mesmo assim, sem ganhar, foi o melhor resultado da Inês Sousa Real na competição. E António Costa só não queria perder, o empate bastava-lhe. 

O outro desafio, entre o Livre e o PSD, foi naturalmente diferente. Não foi exactamente fofinho - nem poderia ser - mas também não foi , nem de perto nem de longe, um jogo de faca nos dentes, onde valia tudo, como outros a que temos assistido. Rui Tavares, voltou a confirmar que tinha o jogo bem preparado, e teve sempre atitude competitiva, mesmo sem nunca passar das regras do fair-play. O adversário jogava à distância - nos estúdios da RTP no Porto - e isso também ajudou. Dificultava a competitividade e facilitava o fair-play. 

Curiosamente isso não influenciou tanto assim o jogo de Rui Rio. Que não foi tão competitivo como Rui Tavares, mas também não teve o mesmo desportivismo. Rui Rio não jogou propriamente duro, mas mandou-se algumas vezes para o chão a rebolar, a fazer fita.  E isso não fica bem a um candidato ao título!

Aconteceu assim nos momentos em que a bola era jogada para os apoios sociais. Logo que a bola entrava nessa zona Rio atirava-se para o chão a rebolar, com as mãos na cara como se tivesse sido apanhado pelos cotovelos do Rui Tavares. E, como todos que é fita quando o Octávio, do Porto, faz essas figuras, também vimos perfeitamente que os apoios sociais do Rui Tavares não eram nada as cotoveladas que Rio fingia.

 Na maior parte das vezes o Octávio sai-se bem. E a sua equipa ganha. Rui Rio não se saiu bem, e voltou a perder. Não foi apenas por isso, porque perdeu praticamente em todas as zonas do campo.  E Rui Tavares não perdeu ainda um jogo neste campeonato. O pior é outro, que vem a seguir!

Debates - um jogo fofinho

Visão | Debate Legislativas: Rui Rio finca os pés ao "centro" e Rodrigues  dos Santos acusa PSD de estar a preparar "arranjinhos" com António Costa

 

Foram mornos, mesmo que surpreendentes, os jogos de hoje. Dois apenas, mais uma vez, pelas razões conhecidas. Para que houvesse os três do programa, teve de haver o do Sporting. Esse não foi morno, foi nos Açores e mais surpreendente ainda. Não correu nada bem ao campeão. Mas não é deste campeonato…

O primeiro opôs o PAN à IL. João Cotrim de Figueiredo parecia vir em ascensão, mas hoje apenas mostrou que já esgotou o reportório. Nada do seu jogo é já novidade, e não mostrou golpe de asa para nos manter agarrado ao jogo. Até o pontapé de saída é invariavelmente o mesmo E quando assim é sujeita-se a que até a Inês Sousa Real lhe ganhe.

O segundo jogo era um clássico. E dos clássicos espera-se sempre qualquer coisa mais. Se bem que deste, entre o CDS e o PSD, não se soubesse muito bem o que esperar - tanto poderia ser um daqueles jogos amigáveis, de mera exibição, que acabam sempre empatados e com muitos golos; como poderia ser um jogo entre adversários picados. Um, Rui Rio, que diz que joga melhor quando picado e, outro, Chicão, que, picado com toda a gente, tinha razões de sobra para estar picado com a tampa que Rio lhe deu há tão pouco tempo.

Percebeu-se logo ao apito inicial que iríamos assistir a um amigável. E percebeu-se que Rui Rio já sabia que seria assim. Sem pressão, com espaço para jogar à vontade, Rio apresentou-se distendido. E negou a sua tese do picanço.

E percebeu-se que o Chicão tinha percebido que não ganhava nada em entrar no jogo com a frustração da rejeição. E que estava ali mais para procurar o colinho que lhe falta do que propriamente para vingar a tampa. Percebeu-se ao longo do desafio como lhe é difícil pôr em prática esse modelo de jogo. Mas resistiu bravamente aos impulsos caceteiros, e apenas por uma vez resvalou para os "Mesquita Guimarães", que para ele é "os Mercedes à porta" do coiso.

E assim foi. Acabou por ser um jogo fofinho, com muitos abraços e promessas para o futuro, com um resultado que agradou a ambas as partes e, que, no fim, deixou ambas as bancadas agradadas.

Debates - Três jogos, mas um foi para a Taça

Visão | Debates Legislativas: Rio quis que lhe lessem nos lábios o que não  tinha para dizer e deixou líder do BE gabar-se das contas do Governo

 

A jornada de hoje tinha um cartaz variado, com jogos potencialmente interessantes. Iniciou-se com o jogo entre equipas do mesmo campeonato, de resto o único dos três, mesmo que João Cotrim de Figueiredo diga que não. Ou que não é bem, mesmo que a Iniciativa Liberal e o CDS disputem-essa zona classificativa da direita ponto a ponto.

O jogo foi interessante, com o Xicão a insistir no estilo trauliteiro. Até parece que o treinador é o Lito Vidigal, mas a referência continua a ser o coiso. Já se percebeu que não tem outra táctica, com um sistema de jogo muito virado para trás. Nada para a frente, e deixa claro que dificilmente deixará a rectaguarda da tabela. Tão retrógrado, dificilmente poderia ser de outra forma. Ao contrário, Cotrim de Figueiredo apresentou-se com um jogo mais arejado, e mais virado para a frente. E mais tranquilo, também. O que fez toda a diferença, e por isso ganhou claramente..

O segundo do dia era um jogo entre equipas de campeonatos bem distintos. Parecia mais um jogo da Taça, e aconteceu Taça. Ganhou o mais pequeno. Rui Rio voltou a não jogar bem. E quando se não joga bem, o mais provável é perder-se. Entrou praticamente com um auto-golo, numa jogada demasiadamente repetida para ser por acaso. É aquela de fazer do coiso uma coisa normal. Uma jogada ensaiada nos Açores, há pouco mais de um ano, trazida a jogo anteontem, e repetida hoje. 

Em vez de defender a bola da prisão perpétua, nem que fosse a chutar para canto, agarrou-a com as duas mãos para normalizar o coiso. "O Chega não quer a prisão perpétua, mas uma coisa mitigada"! Não foi penalti, mas entrou com a bola nas mãos pela baliza dentro. E ficou baralhado: "sou católico, mas não sou crente. Não tenho fé"! 

E entregou o jogo à adversária. Acabou submetido, vergado à verbalização de "estou de acordo consigo". Catarina Martins nem queria acreditar!

A fechar a jornada, um jogo curioso, e de alguma forma surpreendente. Perspectivava-se que o coiso, no seu lamaçal, trucidasse o adversário. Só que o Rui Tavares.já não ia às cegas, e safou-se bem. E acabou por se superiorizar, no jogo jogado. Golos é que não. Mas só porque a bola do Rui Tavares nunca entra. Nem num Livre!

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Debates - o mesmo lamaçal, mas agora também com poeira ...

Rio rejeita coligação com Chega ″instável″, Ventura admite ″conversar″ para  afastar Costa

 

No campeonato dos debates, ainda na fase inicial  - e são 30 jornadas - coube hoje a Rui Rio deslocar-se ao campo do Canelas. O campo estava hoje um pouco mais seco, o que até deu para, aqui e ali, ser levantada alguma poeira. Mas não deixava de ser o lamaçal habitual. 

Não sei quantos jogos deste campeonato são disputados neste lamaçal. Mas já dá para perceber que o campeonato está claramente desenhado para favorecer quem se mexe melhor na lama. 

Rui Rio passou todo o tempo a desviar-se das caneladas, o que lhe permitiu chegar ao fim sem ter sido completamente amassado. Não marcou, e só não sofreu porque este adversário não vai a jogo para marcar golos. O André, do Canelas, não consegue fazer uma jogada com princípio, meio e fim. Não precisa de marcar golos. Ganha sempre, mesmo sem marcar. E ri, ri sempre, porque sabe que não mata, mas mói!

Rui Rio quis jogar o jogo assim, sem nada fazer para lhe mudar o ritmo e o compasso, vá lá perceber-se por quê... Ao contrário do que sucedera ontem, com a Catarina Martins, foi sempre atrás do jogo do adversário, nunca tomou a iniciativa. E no entanto podia tê-la tomado. Mas não quis levar porrada, preferiu esquivar-se, e saltar o tempo todo. 

E essa táctica deixa sempre espaço aberto para algumas interpretações. E normalmente ninguém aprecia muito quem se furta à luta. Há quem perdoe os quem o fazem por não poder.  Por não querer, é mais difícil haver quem perdoe!

 

Rio a meio da ponte

Rui Rio - Grande Entrevista - Informação - Entrevista e Debate - RTP

Depois da sua vitória eleitoral interna - não tanto pela expressão dessa vitória, que foi mesmo por poucochinho, mas por ter sido a terceira consecutiva - Rui Rio até poderá ter feito renascer a sua carreira política, e surgir finalmente aos olhos dos portugueses como potencial primeiro-ministro. Mas a verdade é que, mais uma vez, não está a saber capitalizar essa espécie de ressurreição e, em vez de se afirmar como alternativa credível para tomar em mãos os destinos do país, escolheu envolver-se em trapalhadas que, em vez de o credibilizarem como verdadeira alternativa, lhe engordam  a imagem de um certo populismo e emagrecem a da estadista.

As suas declarações sobre a detenção de Rendeiro, mas também as listas de candidatos a deputados, ambas virais no espaço mediático, são um manual de como desperdiçar capital político em dois tempos. Rui Rio recusou o debate com o seu adversário com o argumento que não queria perder com as eleições internas o tempo que tinha por precioso para tratar das do país. Em vez de o gastar a preparar debates com Paulo Rangel, preferia gastá-lo a preparar-se para as eleições de 30 de Janeiro. 

Passadas as eleições, e ganhas, esperava-se um Rui Rio cheio de propostas para o país, bem preparadas. Mas não, nem uma. Surgiu nas redes sociais a acusar a PJ e o seu director de foguetório ao serviço do PS, quando o país, as instituições e todos os restantes partidos enalteciam a detenção de Rendeiro. Na entrevista de ontem ao Vítor Gonçalves, na RTP,  acrescentou mais nós aos tinha dado no Twitter e apertados, depois, pela sua porta-voz para os assuntos da Justiça. Mas quando, sobre o anunciado propósito de António Costa num governo mais curto, foi questionado sobre o número de ministérios do seu governo se viesse a ganhar as eleições, respondeu que não se lembrava. Que tinha estudado isso há muito tempo, e já não se lembrava. Mas que seria mais ou menos os mesmos 16 de Costa.

Quis legitimar e reforçar a acusação ao Director da PJ de estar ao serviço do governo do PS com o facto de ser um cargo de nomeação governamental, sem perceber o que, à luz das justificações das suas escolhas para as listas de deputados, isso poderia dizer das sua próprias escolhas se, e quando, no governo. 

A bota do "anti-institucionalismo" de Rio não joga lá muito bem com a perdigota da alternativa que pretende, e lhe caberia, protagonizar,. O rio corre debaixo da ponte, mas este Rio está a ficar parado no meio da ponte. A ponte entre o populismo anti--regime e a alternância no regime. E, pior que estar no meio da ponte sem saber bem se voltar para trás ou prosseguir em frente, é estar no meio da mesma ponte cada vez mais despido, praticamente nu!

Bem sei, da estória do rei, que a multidão não vê. Mas bastou uma criança gritar que o rei ia nu...

Qualquer coisa de macabro

Macabro – Macabro (2019, Digipack, CDr) - Discogs

 

Rui Rio não estendeu a mão ao náufrago, e deixa-o entregue ao seu irremediável destino. Sem boia, ao Xicão restava a esperança da mão piedosa de Rio que, como se vai vendo, não é muito dado a sentimentos de piedade. Ao vê-lo afastar podia acusá-lo disso mesmo, de impiedoso. De falta de solidariedade com um velho aliado. Mas não, Xicão não o via afastar-se de si próprio, via-o afastar-se de Sá Carneiro 

Há aqui qualquer coisa de macabro!

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