Maria de Belém é quem é. Maria, que já é de Belém, é candidata a Belém porque o aparelho assim quer. Não entusiasma ninguém, mas enerva muita gente... E se calhar separa águas!
Os dois candidatos da sua área política reagiram. Henrique Neto com toda a legitimidade, e ragiu bem na entrevista ao i. Sampaio da Nóvoa sem qualquer legitimidade, e reagiu mal na entrevista ao Expresso.
Sampaio da Nóvo devia ter ficado calado, e falou. Henrique Neto não podia ter ficado calado, e falou. Henrique Neto ganhou. Sampaio da Nóvoa perdeu. O problema é que voltou a perder... O problema é que cada vez que fala perde sempre mais do que ganha!
O seu autor, João Taborda da Gama, ex-acessor de Cavaco Silva, acusa secamente Sampaio da Nóvoa, à época reitor e por inerência presidente do júri, da responsabilidade pelo lamentável desfecho que envergonhou a Universidade, e que Saldanha Sanches então classificou de chumbo político.
Percebe-se, ao contrário do que o longo texto quer fazer crer, que a recuperação do episódio não tem nada a ver com a justa defesa de Saldanha Sanches. Que, nem que para isso tenha de remexer na memória de quem já partiu e que merece descansar em paz, pretende apenas aproveitar o momento para desferir um ataque ad hominem tão vil, se não mais, quanto o episódio que o inspira. Se não fosse assim, diria que o então reitor apenas presidia ao júri por inerência da função, sem qualquer intervenção na votação. Diria que provavelmente aquele que é o seu candidato nestas presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos seis membros do júri que chumbou Saldanha Sanches, como então foi público. Diria que os outros cinco, todos também da sua área política e a maioria até gente destacada do seu partido, foram Diogo Leite Campos, Jorge Braga de Macedo, Menezes Cordeiro, Fausto Quadros e Paz Ferreira... E deveria até dizer que, a favor da agregação, votaram Jorge Miranda, Teixeira de Sousa e Paulo Otero!
Mas, lá está: se o tivesse feito, se tivesse sido sério e objectivo, não teria tido tantas partilhas nas redes sociais...
De todas as reacções à provável candidatura de António Sampaio da Nòvoa - ou, talvez mais propriamente, ao apoio do PS a essa candiatura - a mais cáustica, mas também a mais parva, veio de Sérgio Sousa Pinto.
Um jotinha, mesmo que de barba branca, nem que pareça o Pai Natal, não deixa de ser jotinha. E um jotinha nunca consegue aceitar que alguém possa chegar a algum lado sem o cartãozinho no bolso. Ou bem mais à vista!
Andamos há não sei quanto tempo - mas muito, posso jurar - a ouvir o melhor de Sampaio da Nóvoa. Que não era Guterres, mas era até melhor. Um grande candidato, imaculado do pecado original da filiação partidária, e capaz de fazer o pleno da esquerda. E ganhador, que ganhava a toda a gente!
Bastou perceber-se que o ex-reitor se chegava à frente para deixar de ser tudo isso. Já é o folar da Páscoa de Marcelo. Já não só não une ninguém como até divide o PS... Donde chovem pedras de todos os lados...
Vá lá a gente entender isto!
Pode ser que, assim, quando a candidatura for apresentada a notícia seja que Sampaio da Nóvoa é candidato á presidência da República. E não que Sampaio da Nóvoa é o candidato do PS!
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