A selecção nacional de sub-21 de futebol apurou-se hoje para as meias finais do Campeonato da Europa, ao vencer a Itália, por 5-3, no prolongamento. Mas não é - não foi - aquela fantástica equipa que, há apenas dois meses, encantou a Europa do futebol na fase de grupos desta competição, que se continua a disputar entre a Hungria e a Eslovénia.
É certo que lhe faltam quatro jogadores - três, em relação a essa fase de grupos - decisivos. E que jogadores. Dois perdidos para a selecção A, Pote e Nuno Mendes, e dois para a Covid - Trincão e Thierry Correia. Mas o que hoje mostrou colectivamente contra a Itália ultrapassa, em muito, a perda da soma das partes.
A selecção chegou facilmente a 2-0, mas o melhor desses primeiros 30 minutos foram mesmo os golos. Ambos na sequência de cantos, ambos de Dany Mota, o luso-luxemburguês, e ambos espectaculares. O primeiro num excelente pontapé de bicicleta, e o segundo num grande movimento de recepção larga dentro da área, seguido de um autêntico fuzilamento. Mas nunca conseguiu controlar e dominar o jogo, e acabaria por deixar reabrir o resultado, no último lance antes do intervalo, num golo também de canto.
Voltou à vantagem de dois golos logo no início da segunda parte, com um golo de excelente execução de Gonçalo Ramos. Mas voltou também a não conseguir controlar o jogo. Os italianos voltaram a reduzir, e desta vez de imediato. Logo no minuto seguinte. E acabaram por chegar ao empate a 3 em cima do minuto 90, depois de se mostrarem sempre mais agressivos e competitivos em todas as disputas.
O prolongamento era castigo merecido para a selecção nacional, com os jogadores sempre a parecerem mais interessados em acções individualizadas que nas da dinâmica colectiva da equipa.
Logo no início do prolongamento, com a expulsão de um jogador italiano, abriu-se uma nova oportunidade à equipa portuguesa. Mas nem assim, em superioridade numérica, a selecção conseguiu dominar o jogo. Na primeira parte nem se notou que jogava com mais um. E nem as substituições de Rui Jorge valiam de muito. A primeira, a entrada de Florentino fez sentido, a saída de um avançado (Gonçalo Ramos) é que não; e só Jota parecia acrescentar qualquer coisa, até porque o Francisco Conceição ficara intimamente ligado ao golo do empate dos italianos.
Na segunda parte as coisas mudaram. Mas mudaram porque cedo o Jota fez o quarto golo - mais um de grande execução, e finalmente em resultado de uma bem concebida jogada colectiva. Mesmo assim os italianos ainda poderiam ter voltado a empatar, antes do Francisco Conceição ter arrumado com a questão, aproveitando um contra ataque à sua exacta medida. E muito bem concluído.
Mas que as expectativas para a meia-final (com a Espanha) são hoje mais baixas que há dois meses, lá isso são. E que Rui Jorge já não está, como tem estado, acima da crítica, também é verdade. A começar pelas suas opções para a defesa, que nunca se entenderam.
A notícia não é que a selecção nacional de futebol de sub 21 está na final do campeonato da Europa, que se está a disputar na República Checa. Notícia mesmo é que se apurou para a final esmagando a selecção alemã, a tal que se tinha em conta de grande favorita. Notícia é que "no fim não ganharam os alemães". Notícia é que, no fim, os alemães foram goleados por cinco a zero... E pelo meio levaram um banho de bola dos antigos. Daqueles que já nem se usam, que deixaram os alemães de olhos trocados, a precisarem de sair a correr para o oftalmologista...
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