Não há coincidências
Começou a greve, e com ela um tsunami de informação e contra-informação, a precipitar tudo o que era dado por inevitável pela sua ligação ao momento eleitoral. Se o que estamos a assistir fosse um incêndio diríamos que a definição dos serviços mínimos tinha apenas sido a ignição.
O país gosta de autoridade - sabe-o Marques Mendes, como ontem anunciou, e sabe-o António Costa. Em mercado eleitoral a autoridade vende. E bem! Daí que estejamos à distância de um clique para um Conselho de Ministros electrónico que declare a requisição civil. Ou que um desproporcionado dispositivo de segurança esteja fortemente mobilizado, e prontinho para a festa...
É certo que o cenário eleitoral que foi colocado no centro desta greve tornou quase tudo isto inevitável. Mas não é menos visível que nunca, em conflitos desta natureza, um governo esteve tão declaradamente ao lado dos patrões. Se calhar, tão provocatoriamente ao lado dos patrões... A ligação do seu porta-voz ao PS e ao governo poderia ser mera coincidência ... se em política houvesse coincidências.
Mas não há!