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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Há racismo na sociedade portuguesa, sim senhor!

Racismo nas redes sociais portuguesas é sintoma social? | NOTÍCIAS ...

 

Não há dúvida que as manifestações de ódio racista se voltaram a instalar no nosso mundo ocidental, onde volta não volta se põem à vista coisas que não gostamos de ver. Mas que existem.

Não é por Rui Rio afirmar que não há racismo na sociedade portuguesa, que não constatamos todos os dias evidências que a descriminação étnica está enraizada em Portugal.  No último Eurobarómetro sobre racismo, 67% dos portugueses inquiridos indicavam isso mesmo, que a discriminação com base na origem étnica estava profundamente difundida na sociedade portuguesa.

Quando ouvimos responsáveis políticos, como Rui Rio, dizerem que não há racismo na sociedade portuguesa podemos sempre admitir que estão mesmo convencidos disso, ou que estão deliberadamente a desvalorizar o tema. na expectativa que, não lhe dando importância, se mantenha mais ou menos adormecido, e limitado a ocorrências mais mediáticas, que de vez em quando o tragam para o topo da actualidade.

Nenhuma das razões é boa. E se uma declaração não está suportada por boas razões, não vale para grande coisa. Se numa determinada declaração política o seu autor nega a existência problema, nunca poderá ter a solução. Ninguém procura soluções para o que não é problema. Se o quer manter adormecido, vai dar no mesmo: o problema existe, mas como se quer esconder, é como se não exista.

Há coisas que têm de ser enfrentadas com coragem. Esta, do racismo na sociedade portuguesa, é uma delas. Porque a Constituição, se não se fizer cumprir, não basta. E nem sempre se consegue escapar por entre os pingos da chuva...

 

Desumanidades*

Resultado de imagem para filhos acorrentados na california

 

A notícia que nos chegou no início da semana, de um casal americano que mantinha os seus 13 filhos em cativeiro, dentro de casa, é um dos mais atrozes exemplos da desumanidade dos nossos dias.

Na Califórnia, não muito longe da capital do glamour e do mundo cor-de-rosa – Los Angeles, mesmo que agora com algumas assombrações e vestidos pretos, continua feita de cor-de-rosa sobre passadeiras vermelhas – uma menina de 17 anos conseguiu saltar por uma janela e fugir da casa que, em vez de lar, lhe servia de prisão. A ela e aos seus 12 irmãos, sete adultos – cinco raparigas e dois rapazes – e outras cinco crianças, a mais nova com 2 anos. Subnutridas, que vegetavam acorrentadas num ambiente pérfido sem sol, nem luz, nem sequer ar…

Não há maior exemplo de desumanidade que estes pais, capazes de manter nestas condições inumanas os seus próprios filhos. Que condição humana, que sentimentos, ou que dignidade podem ter este homem e esta mulher que, ao longo de uma vida, geraram e colocaram no mundo seres humanos para lhe negarem essa condição?

Não é porém menos significativa a “desumanidade social” revelada nesta trágica notícia. Que humanismo pode haver numa comunidade que não se apercebe de uma realidade destas?

De que forma nos socializamos? Que relações de vizinhança criamos quando, por mais nauseabundo que seja, nem “cheiramos” o que se passa ao nosso lado?

Quando parece que mais comunicamos, menos nos relacionamos. Quanto mais fácil é comunicar, parece que mais difícil é estabelecer relações. E a fragilização dos laços sociais é um sério obstáculo à construção da dignidade humana!

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

 

 

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