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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Nas meias finais da Taça

Luz novamente cheia, mesmo que um pouco menos cheia que o normal, para este jogo com o Braga, que decidia o acesso às meias-finais da Taça de Portugal. Para assistir a um excelente jogo de futebol, e a uma grande exibição do Benfica, particularmente na primeira parte.

Bruno Lage regressou ao onze que, nas actuais circunstâncias - com a quantidade de jogadores lesionados -, mais se aproxima do que têm sido as suas primeiras opções, com Tomás Araújo a lateral direito, Akturkoglu na ala direita, e Pavlidis na frente do ataque. Dahl, na esquerda, é já claramente primeira opção - Schjelderup, que entrou aos 79 minutos, precisamente a substituí-lo, confirmou isso mesmo. Na baliza continuou Samuel Soares. E poderá não ter sido apenas rotação de Taça.

Ricardo Horta, o capitão do Braga, escolheu campo, e escolheu como fazem os pequenos - a baliza grande. Não teve qualquer impacto, e o Benfica entrou endiabrado, partindo para uma grande primeira parte. Jogou-se apenas futebol (quatro faltas, duas para cada lado), e o que o Benfica jogou foi do melhor que por cá se pode ver: pressão alta sobre o adversário, a recuperar imediatamente cada bola perdida; criatividade e fantasia; passes a rasgar; mudanças rápidas de flanco.

Perante a avalanche de futebol benfiquista o Braga fazia o que podia: defendia como podia, e tentava jogar com os ritmos de jogo, mostrando-se uma equipa adulta, mesmo que composta por muita juventude. Pode dizer-se que Carlos Carvalhal reinventou a equipa do Braga neste início de ano.

A longa série de oportunidades de golo abriu logo aos cinco minutos: Akturkoglu recebeu a bola na área, desbaratou com classe a defesa bracarense e atirou de pé esquerdo. Ao poste. Na recarga, de baliza aberta, Pavlidis não acertou na baliza. Pouco depois, novamente Pavlidis. Descaído para a direita e, de ângulo apertado, atirou forte às malhas laterais, quando poderia ter deixado para dois colegas bem posicionados á entrada da pequena área. Depois foi Bruma a marcar, numa excelente execução, com o golo a ser anulado por fora de jogo de Pavlidis.

Depois, ainda, entrou em acção Hornicek, o novo dono da baliza bracarense: está aberta a época das grandes exibições dos guarda-redes na Luz. Negou o golo a Pavlidis, depois a Akturkoglu, isolado por Kokçu, e depois ainda a Bruma, também isolado.

Nesta sequência chega finalmente o golo, já aos 39 minutos, à sexta oportunidade de golo, quando o Braga tinha disposto de uma, no remate de cabeça de Racic, ao lado, na sequência de um canto. A pressão alta do Benfica deixou Paulo Oliveira em maus lençóis, obrigado a despachar a bola para onde estava virado. Acabou interceptada por Dahl, que assistiu Pavlidis que, depois de ajeitar a bola, rematou de pronto, ainda de fora da área, batendo Hornicek.

A séria da primeira parte ficaria fechada no último lance antes do intervalo, quando nem Bruma nem Pavlidis, sozinhos em cima da linha de golo, conseguiram desviar o cruzamento de Carreras.

Ao intervalo o Benfica poderia estar tranquilamente instalado nas meias finais da Taça. Bastaria um coeficiente de eficácia de 30 ou 40% para o marcador assinalar 3 ou 4 a zero.

Carlos Carvalhal mexeu na equipa para a segunda parte. Talvez por fezada  fez entrar Fran Navarro e Robson Bambu, que tinham marcado os golos da vitória na Luz, para o campeonato. O Braga subiu um pouco de produção, e ganhou algum oxigénio. Mas era o Benfica que continuava a somar oportunidades de golo, e continuava a ser Hornicek o jogador mais influente m campo.

O tempo passava, o Braga ia tendo mais bola, mas foi sempre e apenas o Benfica a construir oportunidades para alargar o marcador. Claro que à medida que o jogo caminhava para o fim, e com o resultado a manter-se, era inevitável que um certo nervoso miudinho se espalhasse pelas bancadas, onde não caiu bem a primeira leva de substituições de Lage, quando tirou Tomás Araújo e Bruma, para lançar Belotti e Barreiro. Mas o Braga nunca verdadeiramente ameaçou a eliminatória.

No fim, na lista das oportunidades de golo do Braga continuou, sozinha, aquela do remate de cabeça do regressado Racic, a meio da primeira parte. A do Benfica é um rol extenso.

Com a consolidação do nível exibicional, o actual bom futebol do Benfica está apenas a pecar na finalização. Por enquanto sem consequências de maior, mas vêm aí jogos que não vão perdoar.

As últimas imagens é que ficam

Ao terceiro dia o Benfica - não, não ressuscitou, isso aconteceu só na segunda parte - depois do dérbi, e dos festejos da conquista da Taça da Liga, apresentou-se no S. Luís, em Faro, para disputar os oitavos de final da Taça de Portugal. 

Para um jogo ao terceiro dia, com outro já para fazer em três dias, este na Luz, com o Famalicão, para o campeonato, logo seguido da recepção ao Barcelona, para a Champions, no meio de um ciclo de cinco jogos em menos de duas semanas, Bruno Lage poupou Tomás Araújo, Kokçu e Pavlidis. Na realidade foram quatro as alterações no onze, mas Trubin não foi por poupança, foi para a clássica oportunidade a Samuel Soares, na Taça.

Ao contrário do que até tem sido mais habitual, o Benfica entrou no jogo a todo o vapor, deixando claro que a ideia era resolver depressa o problema do resultado, para depois poder gerir o jogo e o cansaço acumulado. Logo na jogada de saída Barreiro desmarcou Scheljderup na esquerda, que virou a bola para a direita, para o extraordinário remate de Di Maria, que saiu a milímetros do ângulo superior direito da baliza de Ricardo Velho. Seria mais um golaço à Di Maria, mas foi apenas o mote para os cinco minutos iniciais de domínio absoluto do Benfica. E de bom futebol!

Na primeira vez - parece que é sina - que o Farense conseguiu sair daquele colete de forças, e chegar à frente, num canto resultante de um ressalto no António Silva, com toda a gente do Benfica a dormir - se não era de sono era de hipnose - marcou. Havia 7 minutos de jogo. Que mudou, naquele momento!

O Farense fechou-se lá atrás, defendendo com competência e gerindo, com manha, o tempo de jogo. Com Florentino e Barreiro faltava dinâmica e visão de jogo ao meio campo do Benfica. Aursenes, que também não atravessa um grande momento de forma, não podia resolver tudo. O regressado Bah não acertava uma, e o futebol do Benfica engasgava-se sistematicamente. Os cantos sucediam-se, uns atrás dos outros, mas só isso. A reforçada defesa do Farense não passava por grandes incómodos. Esperava-se que Di Maria resolvesse mas, se não estava fácil, pior ficaria com a sua saída, queixando-se do que parecia ser uma dor muscular. 

Entrou Amdouni, a frio. Como frio se arrastou o jogo até ao intervalo, sem que o Benfica tivesse conseguido acrescentar grande coisa ao que tinham sido os primeiros cinco minutos.

No intervalo Amdouni fez aquecimento, e Bruno Lage diz que alterou uns posicionamentos, e que explicou aos jogadores o que era o campo no S. Luís. Estranho é que só ao intervalo tenha dito aos jogadores que o campo é mais pequeno, e que não dá largura para explorar as alas, nem comprimento para a profundidade. 

A verdade é que a segunda parte foi completamente diferente. Admito a ignorância, mas a mim pareceu-me mais que foi por ter marcado três golos em cinco minutos que propriamente por grandes alterações tácticas. É que nem o primeiro quarto de hora da segunda parte foi muito diferente dos últimos quarenta minutos da primeira, nem nenhuma alteração foi introduzida no onze.

Aconteceu que Scheljderup - hoje, para além de Di Maria (mas noutro registo) o único jogador do Benfica com capacidade para desequilibrar no drible e na velocidade - novamente lançado por Barreiro, fez um grande jogada individual e um grande golo. E que no minuto seguinte num espectacular cruzamento de Carreras - este sim, em grande forma - Arthur Cabral marcou o segundo, numa execução irrepreensível.

Depois de tanto terem defendido, de tanto terem queimado tempo, e de tanto terem acreditado que eliminariam o Benfica, os jogadores do Farense caíram a pique. E, quando passavam apenas 5 minutos do golo do empate, de Scheljderup, Bah marcou o terceiro. 

Depois - sim - o Benfica jogou bem e dominou como quis o jogo. E depois é que Bruno Lage fez as substituições. Essa é que é essa!

No fim, com 5 minutos de boa qualidade na primeira parte, e outros 5 na segunda, estes de rara eficácia, o Benfica resolveu uma eliminatória que chegou a parecer complicada. Mas o "futebol é isso mesmo", já diz o futebolês. Se aquele fantástico remate de Di Maria tem entrado logo no primeiro minutos, tudo teria também sido diferente. Assim, o Benfica acabou a dominar completamente o jogo e, como se sabe, o que fica são as últimas imagens. 

Sete (de) golos!

Sete! O 7 de Cardoso. O 7 de Nené, e dos 77 anos que a Luz lhe festejou esta noite. Sete (de) golos!

Foi com sete golos ao Estrela da Amadora que o Benfica selou a passagem aos oitavos de final da Taça, que um destes dias - não se sabe quando - terá que ir disputar a Faro. Com sete golos e com um recital de magia do mago Di Maria. 

Em pouco mais de uma hora em campo - saiu aos 65 minutos, com Bah e Aursenes, para ser substituído por Amdouni, enquanto entravam, em estreia, Leandro (o miúdo em que Lage aposta para lateral direito), e Kokçu (que viria a encher o campo) distribuiu magia e tratou sozinho do marcador. Marcou o primeiro logo aos 2 minutos para, outros dois depois, construir um dos melhores monumentos da sua monumental carreira: primeiro, com um toque, na recepção da bola, fê-la passar por cima do adversário que o marcava; depois, em acto contínuo, todo no ar, rematou-a de bicicleta para o fundo da baliza. Foi preciso pouco mais de 10 minutos para marcar o terceiro, e fechar o mais rápido hat-trick da carreira. 

Depois foram muitos minutos sem mais golos. Com muitas oportunidades, mas sem golos. Falhava Arthur Cabral. Tanto que parecia já um "caso perdido". Falhava Beste, que falhava também a exibição, e já não regressou do intervalo. Veio Aktürkoğlu. Defendia Meixedo, o jovem guarda-redes do Estrela.

Aproximava-se a hora de jogo, e era tempo de Di Maria descansar. E assim foi. Não sem, antes, assistir Aktürkoğlu para o quarto, na mais bonita jogada de todo o desafio. Arthur Cabral continuava desesperadamente a falhar golos feitos. A cada falhanço Bruno Lage pedia aplausos às bancadas, que não tinham como não responder. Percebeu-se que tinha prevista a entrada de Pavlidis, mas não quis. Não podia tirar o 9 do jogo naquelas condições.

O quinto lá chegou, já á entrada dos últimos 10 minutos. Mas por Amdouni, o 7, após um passe fenomenal de Kokçu. 

De repente, nos últimos quatro minutos, Arthur Cabral quebrou o enguiço. E de que maneira: de bicicleta. A segunda do espectáculo. Nem festejou, mas festejaram os colegas, e as bancadas. Já em cima do minuto 90 faria o bis e, aí sim, festejou.

E foi assim a festa do(s) sete. Cantaram-se os parabéns ao 7 que marcava golos sem sujar os calções. Desconfio que Di Maria, o 11, não sabe cantar. E que se tenha limitado a fazer o que sabe para dar os parabéns ao Nené.

E, já agora, parabéns também ao Bruno Lage!

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