LER OS OUTROS
Por Eduardo Louro
Ainda a propósito do outro que pediria aos outros para tomar no dito, vale a pena ler esta pequena preciosidade do Luís Jorge no Declínio e Queda.
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Por Eduardo Louro
Ainda a propósito do outro que pediria aos outros para tomar no dito, vale a pena ler esta pequena preciosidade do Luís Jorge no Declínio e Queda.
Por Eduardo Louro
Quando o governo castiga os portugueses com impostos como nunca antes, e acha ainda que os deve castigar com multas por não pedirem factura, é evidente que todos temos o direito de expressar como entendermos o nosso direito à indignação.
O recente ex-Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, manifestou no seu blogue a sua revolta perante a absurda legislação com que o governo pretende sobrecarregar os contribuintes com a obrigação de se fiscalizarem uns aos outros. Fê-lo neste post. E neste, que de repente tomou conta dos cabeçalhos dos jornais!
É natural. Usa uma expressão que estava mesmo a pedi-las!
O que me preocupa não é se a expressão é apropriada para alguém que ainda há pouco integrava o governo, este mesmo governo. Ou se fica bem numa carta aberta para um Secretário de Estado que há bem pouco tempo se sentava a seu lado. Nem sequer se, em nome da decência, Francisco José Viegas respeitou – ou se teria de respeitar – um período mínimo de nojo. Muito menos questionar se ele saiu do governo para poder dizer mal ou se diz mal porque saiu do governo…
O que me preocupa é a forma como um escritor, e o até há pouco mais alto responsável pela cultura neste país, mesmo com as suas ambiguidades sobre o Acordo Ortográfico, lida com a língua portuguesa, na sua variante mais popular. O que me interessa é a forma de expressão: se “tomar no cu” já não é coisa que se diga, “pedir para ir tomar no cu” então é qualquer coisa de nos deixar de boca aberta. Mas alguém pede a alguém para tomar no cu? O que é isso? É coisa que peça?
Manda-se. É uma ordem, não é um pedido…
Tomar? Como tomar um copo. Ou um chá? Ou mesmo tomar ar? Ou juízo?
“Vai levar no cu”! Assim é que, “à saída de uma loja, um café, um restaurante ou um bordel “ , em bom português, ele deveria responder ao fiscal…
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