Aí está de novo o maior espectáculo do mundo na estrada. Arrancou hoje, em terras holandesas, a 102ª edção do Tour de France, com o habitual prólogo, este ano um pouco mais longo que o habitual. Do contra-relógio individual de quase 14 quilómetros (13,8), corrido nas ruas de Utrecht, veio a primeira surpresa: um australiano desconhecido - Rohan Denis - estabeleceu a marca canhão de 14 minutos e 56 segundos (que faz deste contra-relógio apenas o mais rápido de sempre do Tour) logo no início da prova. Ninguém mais a conseguiria bater. Nem os súper especialistas e ultra favoritos Tony Martin e Fabian Cancellara, respectivamente segundo e terceiro, a cinco e a seis segundos!
Dos principais candidatos à vitória final - Vincenzo Nibali, o vencedor do ano passado, Chris Froome, o anterior, Nairo Quintana e Alberto Contador, a tentar o raro feito de juntar o Tour ao Giro, que acabou de ganhar há pouco mais de um mês - o melhor foi o italiano (Nibali), na 22ª segunda posição, e a 43 segundo do jovem australiano, a confirmar que o Tour é, sem dúvida, uma competição de muitas especialidades. E por isso de tantos encantos!
Amanhã, ainda nas estradas holandesas, começa a primeira das três semanas da competição. Por incrível que pareça a mais temida de todas. Porque não são as altas montanhas dos Alpes e dos Pirirnéus os maiores inimigos dos corredores. Aí decide-se a corrida entre quem está melhor preparado: frontalmente, na verdade da essência da competição. Nesta primeira semana decide-se - ninguém ganha o Tour na primeira semana, mas muitos perdem-no - na fatalidade de uma queda num pelotão superlotado, onde não cabe mais uma palha, ou no azar de um furo no terrível pavé, onde só passa uma bicicleta de cada vez. E é tão provável que, sorte, é escapar a estas incidências da primeira semana!
A 99ª edição do Tour chegou hoje aux Champs Eliysés, onde precisamente acaba todos os anos. Nem sempre foi assim – embora tenha acabado sempre em Paris - mas é assim nos últimos largos anos!
Foi o dia da consagração final de Bradley Wiggins (na foto), o digno vencedor, mas também de Mark Cavendish, que ganhou a etapa que toda a gente quer ganhar e, ganhando-a, igualou com três vitórias os seus rivais do sprint que na fase inicial da competição: o eslovaco Peter Sagen – uma das principais revelações deste Tour – e o alemão Andre Greipel, e tornou-se no ciclista em actividade com mais vitórias (23) em etapas desta que é a maior competição mundial de ciclismo, ultrapassou Lance Amstrong – vencedor de sete edições do Tour e de 22 etapas – e ameaça o recorde de 34 vitórias do mítico Eddy Merckx. Ao fazê-lo pela quarta vez consecutiva, igualou este lendário belga - o Canibal, como ficou conhecido - também ele vencedor por quatro vezes em Paris.
Hoje a festa foi britânica: um inglês inscreveu pela primeira vez o seu nome na lista de vencedores do Tour, outro inglês foi o segundo classificado e ainda outro ganhou a etapa. Todos da mesma equipa, a Sky, também inglesa!
Foi o corolário normal e esperado de três semanas de competição que estes ingleses dominaram por completo. Um domínio que não foi ainda maior pelos contratempos de Cavendish na primeira semana da competição, quando duas quedas lhe retiraram a possibilidade de outras tantas vitórias. Este trio inglês é composto apenas pelo melhor contra-relogista e campeão mundial da especialidade (Wiggins), pelo melhor trepador, mas também o segundo melhor no contra-relógio (Froome) e pelo melhor sprinter e campeão mundial de velocidade. E todos na mesma equipa!
Wiggins é um justo vencedor deste Tour, aquele que aqui dávamos pelo mais aberto dos últimos anos: Lance Amstrong já arrumara a bicicleta, Alberto Contador estava ainda impedido de competir e Andy Schleck estava afastado por lesão. Cadel Evans vencera no ano anterior, mas nunca estaria à altura destas três super estrelas. Tinha vencido um Tour onde não estava nenhum deles. Nem Wiggins, vítima de queda na primeira semana.
É injusto retirar mérito à vitória de Cadel Evans na competição do último ano pelo seu desempenho na deste ano. Mas já não é a imagem do ano passado que subsiste. Essa está esbatida. Bem nítida é a da sua impotência para seguir na roda do seu jovem companheiro de equipa – Van Garderen - nas montanhas deste ano nos Alpes e nos Pirenéus. Ou a da dobragem por esse mesmo jovem no contra-relógio de ontem, que tinha partido 3 minutos depois.
Wiggins justificou a vitória essencialmente nos dois contra-relógios. Que ganhou, sempre com o seu colega Froome logo atrás. Mas ficará para sempre a dúvida se o que lhe ganhou nessas duas etapas seria suficiente se Froome tivesse podido atacar nas montanhas, onde deixou evidente ser bem mais forte. Mas Wiggins justificou ainda pelos elogios que soube dirigir a este seu colega, e pela forma como soube trabalhar para as duas últimas vitórias de Cavendish: hoje e anteontem.
As figuras neste Tour não se esgotam nestes nomes. Voeckler, o vencedor do Prémio da Montanha, é uma figura incontornável do Tour. Como o já referido Peter Sagen, o vencedor da classificação por pontos que, aos 22 anos, deixou indicações para o futuro. E mais três jovens de respeito: o americano Van Garderen, também já referido, o melhor – no sexto lugar, à frente de Cadel Evans, o líder da equipa, que tanto rebocou - e por isso o camisola branca, e ainda as esperanças francesas Pierre Rolland e Thibaut Pinot, os melhores franceses, que fecharam o top tem.
Dos portugueses não há muito a acrescentar ao que foi dito nas últimas edições. Sérgio Paulinho não justificou mais qualquer registo. Já Rui Costa esforçou-se por dar nas vistas nas três últimas etapas em linha, sucessivamente em fuga. Incluindo hoje, em plenos Campos Elísios, onde tentou ganhar a mais improvável das etapas. Andou na frente, primeiro num grupo de onze fugitivos e, depois, num trio que seria alcançado pelo pelotão já nos últimos três quilómetros. Acabou num 18º lugar da geral que, sabendo a pouco, está longe de ser uma desilusão.
Acabou o Tour número 99. Viva o Tour centenário!
PS: Uma nota para a cobertura televisiva da RTP Informação. Um trabalho excelente, com o saber e a capacidade de comunicação de Marco Chagas a merecerem nota alta. Um reparo apenas para o excesso de patrioteirismo colocado na avaliação do desempenho dos portugueses. Acho que não se justifica e prejudica o excelente trabalho produzido!
O Tour despediu-se dos Pirenéus, que mais não fizeram que confirmar os Alpes e a superioridade de Bradley Wiggins e Chris Froome e da sua equipa, a Sky. E confirmar ainda que entre os dois ingleses é o segundo quem está melhor, como ainda hoje ficou provado, quando Froome esperou várias vezes pelo seu chefe de fila na última subida do dia, inclusivamente deitando fora a vitória na etapa, que sobrou para Alejandro Valverde por escassos 19 segundos. Tivesse Froome seguido seu ritmo, sem outras preocupações, e o espanhol teria sido apanhado antes de cortar a meta em Peyragudes.
A dupla jornada de alta montanha pirenaica, para além de confirmar este domínio britânico, confirmou todos os restantes jovens de que aqui se falou da última vez. E confirmou as desgraças de Cadel Evans, longe de confirmar a vitória do ano passado – em que Wiggins se viu obrigado a desistir, logo no início, vítima de uma das muitas e frequentes quedas que invariavelmente marcam a primeira semana desta prova – e de Frank Schleck, este mesmo afastado antes de subir ao Tourmalet. E pela pior das razões: teste positivo no controlo anti-doping. Sem que antes tivesse oportunidade de confirmar a condição de favorito que injustificadamente – a sua participação no Tour nem estava sequer prevista e resultou de uma imposição provocada pela ausência forçado do irmão - lhe era atribuída.
À falta de outra dimensão do espectáculo – porque uns estão ausentes, pelas deficientes condições do australiano e do luxemburguês e porque a Sky não permite veleidades a ninguém (o italiano Nibaldi voltou a tentar, mas na hora da verdade nem sequer conseguiu acompanhar os dois ingleses) – surgem alguns heróis. Nos Pirenéus o protagonismo maior coube a Thomas Voeckler (na foto), um francês que parece ter mau feitio mas que é um ciclista desconcertante. No ano passado andou 10 dias de amarelo, lutando pela manutenção desse símbolo de forma verdadeiramente heróica. Perdê-lo-ia na montanha. Desta vez foi em plenas montanhas dos Pirenéus que brilhou: venceu duas etapas e desatou a ganhar metas de montanha, a ponto de, vindo em branco dos Alpes, ter aí conquistado os pontos que lhe garantem já o troféu de melhor trepador deste Tour.
Os portugueses também aproveitaram os Pirenéus para dar nas vistas. Sérgio Paulinho e Rui Costa entraram em fugas, chegaram a andar na frente e a deixar a ideia de poderiam ganhar uma etapa. O Sérgio ainda conseguiu ser terceiro numa dessas oportunidades e o Rui Costa – que se queixava que o pelotão não o deixava fugir – teve hoje a sua melhor oportunidade. Andou no grupo da frente, onde tinha mais dois colegas de equipa sem que disso tirasse qualquer vantagem. Atacou e isolou-se, sendo depois de alcançado pelo seu colega Alejandro Valverde. Estranhamente não seguiram juntos, dividindo esforços, com o espanhol a deixá-lo para trás quando faltavam 30 quilómetros para a meta, onde chegaria no trigésimo segundo lugar, com 7 minutos de atraso para o seu colega de equipa (?) e vencedor da etapa. Porque Froome foi leal colega de equipa de Wiggins!
Assim não admira que tenha sido Miguel Relvas o português com maior destaque nos Pirenéus!
Se depois dos Alpes se percebia que seria um inglês a ganhar (pela primeira vez) o Tour, agora já se sabe que será Wiggins. Mas não deixaria de ser irónico que, depois de tudo o que tem acontecido para que seja assim, Froome ganhasse os pouco mais de dois minutos a Wiggins no contra-relógio do próximo sábado. Porque aí ninguém tem de esperar por ninguém!
Mas contra-relógio é à medida do seu chefe de fila… a rolar. Se fosse a subir… seria bonito. Lá isso seria!
A segunda semana do Tour começou a definir as coisas, com o contra-relógio de segunda-feira e com as montanhas dos Alpes, a que hoje os ciclistas disseram adeus e até para o ano. É certo que ainda faltam os Pirenéus, e o longo contra-relógio do penúltimo dia da competição, mas os contornos da história desta pré-centenária edição do Tour estão já bem definidos.
Bradley Wiggins e Chris Froome – que já vencera a primeira etapa de montanha, no sábado -, ingleses e companheiros de equipa na Sky, dominaram o contra-relógio – consolidando então Wiggins a amarela que retirara a Cancellara, como aqui se previra, na mesma etapa de sábado – e, depois, chegava-se aos Alpes. Onde, para além de um duelo entre Cadel Evans e o camisola amarela, se esperavam grandes espectáculos de ciclismo.
A verdade é que, lá chegados, sentimos imensas saudades de Lance Amstrong e lamentamos as ausências de Andy Schleck e Alberto Contador. Os momentos de espectáculo foram raros, e neles não vimos nem Evans nem Wiggins: o primeiro porque não pode e o segundo porque, podendo ou não, não precisa. Conta com a equipa mais poderosa da prova e nem precisa de se incomodar, até porque o seu maior adversário é o seu compatriota e colega de equipa: Chris Froome. Que, tendo sido o único a estar ao seu nível no contra-relógio, provou estar bem melhor a trepar montanhas. Na etapa de ontem – a etapa rainha dos Alpes, com duas montanhas de categoria especial (Col de la Madeleine e Col de la Croix de Fer), uma de segunda categoria e outra de primeira, precisamente na meta – Froome, depois de rebocar o líder da equipa para anular um ataque do italiano Vicenzo Nibaldi (terceiro da classificação geral), fez-se de distraído e, alcançados os fugitivos, manteve o ritmo. Não abrandou e deixou Wiggins para trás, sendo logo mandado parar. As coisas são como são!
Frank Shleck, derrotado logo no contra-relógio, também não conseguiu justificar a sua fama de grande trepador, percebendo-se que afinal o irmão, em vez de o libertar, faz-lhe falta. E o espectáculo nos Alpes acabou por ser dado pela equipa da Sky – pela forma como controla e comanda a corrida, pelas soluções que tem para sucessivamente impor ritmos e cadências que destroçam os principais adversários – e por uns jovens que vão aparecendo e prometendo muito para os próximos anos: dois franceses – Pierre Rolland, vencedor de ontem e do prémio da juventude do ano passado, com 25 anos e Thibaut Pinot (na foto), o segundo na etapa (e vencedor no domingo) e o mais jovem em prova, com 22 anos – e o americano Van Garderen, líder da classificação da juventude e colega de equipa de Evans que, para o rebocar e minimizar as consequências do estoiro do australiano, acabou impedido de maiores feitos.
Claro que anda por lá a coragem – e a capacidade - do italiano Nibaldi e do belga Van den Broeck. Mas que nada podem contra o poderio da Sky: vão-se aguentando, o que já é para poucos!
Como as coisas estão a correr só uma catástrofe evitará que o vencedor deste Tour seja um inglês. Pela primeira vez na História!
Rui Costa – o melhor português, nem se tem dado por Sérgio Paulinho, que anda lá pelos lugares incógnitos do meio da classificação – fez um excelente contra-relógio, que o deixou à porta do top ten. Mas apenas se aguentou no primeiro dia de montanha, ontem perdeu perto de quinze minutos e deu um grande trambolhão na classificação geral. E um lugar entre os dez primeiros, que estava ali tão perto, não passa agora de uma miragem!
Ainda entraria na primeira fuga da etapa de hoje, na despedida dos Alpes – a maior mas que praticamente não teve história – mas sem sucesso.
Está a chegar ao fim a primeira semana do Tour e, com ela, a primeira fase - dos traçados planos – feita para roladores e dominada pelos sprinters!
Em seis etapas de estrada apenas três vencedores: o inglês Cavendish, por uma vez, o alemão Greiphel, por duas e o eslovaco Peter Sagan – de apenas 22 anos e proveniente do BTT, a grande revelação da prova até ao momento (na foto) – por três vezes, a última das quais hoje.
Mas já com gente importante suficientemente atrasada para poder manter a candidatura à vitória final como, principalmente, o espanhol Alejandro Valverde e o luxemburguês Frank Scheleck - este ano sem o seu irmão mais novo que, sem lhe roubar protagonismo, lhe limita a ambição - ambos vítimas da queda colectiva de hoje.
Esta fase da prova foi acima de tudo marcada pelas quedas. Várias em todas as etapas, e sempre influentes no desfecho final das etapas. E não se pense que são aquelas quedas clássicas, em que os ciclistas são normalmente vítimas daquela mistura explosiva do pavée com a chuva. Nada disso, nem o piso nem a chuva tiveram nada a ver com as quedas que invariavelmente se sucederam em todos estes dias. Foram sempre quedas em bom asfalto, lá para o meio do pelotão. Ou porque a estrada afunilava, ou porque uma ou outra curva apertava mais, ou ainda sem razão à vista, como ontem e hoje.
As principais quedas aconteceram, nos dias anteriores, já nos últimos dois quilómetros e, por isso e face à regulamentação, ninguém foi particularmente penalizado pelo cronómetro oficial. Já o mesmo não sucedeu quanto à discussão da etapa. Anteontem foi Cavendish que, apanhado na queda, não pode discutir o sprint - onde é sempre um dos principais candidatos à vitória – que daria a primeira vitória a Greiphel. Ontem foi Sagan – o miúdo maravilha – que, numa chegada à sua medida, a subir, ficou para trás no meio de bicicletas e ciclistas por terra, impedido de discutir o sprint com o alemão, que repetiu a vitória perante um Cavendish ainda combalido da queda no dia anterior. Hoje chegou a altura de ser ele próprio vítima: diminuído pelo envolvimento na queda do dia – a 25 quilómetros da meta - não conseguiu, numa chegada em terreno plano, bem mais ao seu jeito, evitar que o eslovaco se superiorizasse e fizesse o tri.
Pior ficaram Valverde e Scheleck – este mesmo em mau estado, que se espera seja recuperável – que perderam mais de dois minutos. Tempo que dificilmente será recuperado, numa prova que nos últimos anos se vem decidindo ao segundo…
Cadel Evans é que tem sempre escapado destas quedas, fruto de um trabalho da sua equipa que lhe oferece sempre a protecção máxima bem na frente do pelotão, longe da confusão. Aqui no Tour, como afinal em tudo na vida, a sorte dá muito trabalho!
O australiano parte para esta fase crucial do Tour, que se inicia amanhã com a chegada da montanha e dos contra-relógios, a apenas 7 segundos do surpreendente Cancellara, o suíço que vestiu a camisola amarela no prólogo de sábado passado e que conseguiu manter até hoje – também ele imune às quedas, por gozar da protecção devida a quem viaja de amarelo – a vantagem aí conseguida. Irá cumprir uma semana de amarelo, coisa que nunca lhe terá passado pela cabeça.
Chegou agora a altura de a despir. Já amanhã, muito provavelmente!
Aí está o Tour! Está na estrada um dos maiores espectáculos desportivos do mundo, que anima o Verão europeu, depois do europeu de futebol e antes dos jogos olímpicos. Pontualmente em Julho!
Vai já no terceiro dia e é 99ª edição. Prestes a atingir o centenário!
Com Lance Amstrong já jubilado, e sem Contador e Andy Schleck será provavelmente o mais aberto dos últimos anos. Mas está Cadel Evans, o categórico vencedor do ano passado!
Iremos, de vez em quando, lá dar uma espreitadela. Quando as coisas aquecerem, como se espera, lá mais para a frente!
Andy Shleck não podia ficar fora dos dez primeiros no contra-relógio. Ficou bem fora e, pela terceira vez consecutiva, faz segundo.
Justo? Injusto? Não adianta, o Tour é a maior prova do ciclismo mundial e o contra-relógio faz parte da corrida. Diz-se até que é a prova da verdade… Será?
No Alpe d´Huez ganhou o jovem francês – primeira, e muito provavelmente única vitória francesa na prova – Pierre Rolland, líder e provável vencedor do prémio da juventude, mas o espectáculo foi de Alberto Contador, o derrotado de ontem. Contador atacou na penúltima subida – no Telegraph – e, com Andy Shleck – que não acusou o desgaste de ontem – na companhia do nosso Rui Costa, treparam ainda sozinhos o mesmo Galibier de ontem, hoje por outra vertente. Onde Thomas Voeckler foi novamente herói na defesa da sua camisola amarela e Cadel Evans parecia irremediavelmente derrotado.
Na longa descida que se seguiu tudo se reagrupou, iniciando-se a subida final com tudo a zeros. O primeiro a sair, logo no início, seria o jovem francês. Mas o ataque a sério partiria novamente de Contador que foi por ali acima e deixou tudo para trás: espectáculo Contador! Mas o espanhol Sanchez – que se viria a sagrar rei da montanha – fugiu dos manos Shleck e de Evans. Rapidamente alcançou o jovem Rolland que ainda por ali andava e, rebocando-o até lá acima, alcançou Contador e entregou-lhe a vitória.
E pronto: o Tour decide-se no contra-relógio de amanhã, entre Evans e Andy Scleck – agora de amarelo – separados por 57 segundos.
Thomas Voeckler – hoje a imagem do desespero - despiu finalmente o maillot jaune! Que, depois de tanto sangue, suor e lágrimas, já pouco tinha de amarelo!
Andy Shleck – brilhante – ganhou hoje no Galibier a mais dura etapa dos Alpes e do Tour. Dobradinha dos manos Shleck, já que Frank fez segundo. O australiano Cadel Evans fez, sozinho, todas as despesas da perseguição a Andy – que atacou bem cedo, na penúltima subida - e, com isso, reforçou a sua candidatura à vitória final e afastou Alberto Contador, a grande decepção de hoje. E Thomas Voeckler, o herói improvável deste Tour, foi mesmo heróico na defesa da sua amarela, que mantém presa à pele por 15 segundos.
E amanhã há mais: o mítico Alpe D`Huez na despedida dos Alpes, na véspera do contra-relógio que tudo decidirá.
Ao rubro este Tour! Vive le Tour!
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