Nada que não se soubesse
Por Eduardo Louro
Os estudos servem normalmente para isso mesmo, para nos dizerem aquilo que já sabemos. O estudo hoje - nem de propósito, em dia de debate do Estado da Nação - promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos e coordenado por Augusto Mateus, conclui que o nível de vida dos portugueses recuou 25 anos, que Portugal tem a taxa de população emigrada mais alta da União Europeia, ou que o emprego é hoje dos mais precários da Europa.
Nestas "Três Décadas de Portugal Europeu" começamos por nos aproximar dos níveis de vida da média europeia, mas em 2013 já estávamos 25% abaixo dessa média. O mais grave é que, mesmo assim, isso foi à custa do endividamento das famílias que, com a adesão ao euro, passou de 35% para 118% do seu rendimento disponível, período em que o aumento do peso da dívida no rendimento das famílias portuguesas foi superior a 50 pontos percentuais, cerca de duas vezes mais intenso que o padrão europeu.
Nada que não se soubesse, é certo. Mas que é bom que se saiba assim, desta forma. Preto no branco. Num estudo mesmo...