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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

E vem-nos à memória...

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(Imagem daqui)

 

Está a decorrer no Tribunal de Leiria a fase de instrução do processo dos incêndios de Pedrogão Grande, em Junho de 2017, com treze os arguidos, entre os quais os presidentes, então em funções, dos três municípios abrangidos: Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande. 

Na última sessão, um então administrador (José Revès, assim se chama) da empresa (Ascendi Pinhal Interior) concessionária da manutenção da "estrada da morte", explicou ao juiz de instrução  que "aquando da intervenção da troika no nosso país houve uma renegociação do contrato de concessão com o Estado, em Maio de 2013, o que obrigou a diminuir os serviços. Por isso, a faixa de gestão de combustível passou para exclusivamente três metros".

Puxamos um bocadinho pela memória e lembramo-nos todos das apregoadas renegociações das PPP rodoviárias do governo de Passos Coelho. E dos anunciados ganhos para o Estado que se festejaram. Mas já não precisamos de puxar tanto pela memória para nos lembramos das responsabilidades de António Costa, e de todos os seus ministros, nas trágicas mortes naquela estrada...

Pois é ... e o Estado falhou.

E vem-nos à memória, não uma frase batida, como canta o Sérgio, mas o que se está a passar na Saúde...

Poderosa ambiguidade

Resultado de imagem para mario centeno saida limpa da troika

 

As declarações de Mário Centeno sobre, finalmente, a saída da Grécia do(s) programa(s) da troika gerou grande polémica no quadrante político que suporta (nunca uma palavra conseguiu ser tão poderosamente ambígua!) o governo. Na verdade, o paternalismo de Mário Centena não é nem mais, nem menos, que a hipocrisia do presidente do eurogrupo.

Sempre foi assim. E sempre assim será, com nomes mais ou menos fáceis de pronunciar... E já se sabia que teria de ser assim quando Centeno ficou com a guarda da capoeira... 

É como estas saídas... são sempre limpas. Ou a poderosa ambiguidade em todo o seu esplendor!

Mais um buraco negro

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Ficamos ontem a saber que, enquanto éramos espremidos até não mais termos para dar, em colossais aumentos de impostos que "ai aguentamos, aguentamos", e a troika por cá andava para tudo encobrir, 10 mil milhões de euros voavam para offshores com a complacência da máquina fiscal de Paulo Núncio, a mesma que nos penhorava até as cuecas.

E ficamos a saber que ficamos a saber isto porque passaram a ser publicadas umas estatísticas que no governo dos senhores Passos e Portas, no ministério das finanças do senhor Vítor Gaspar e da Senhora Maria Luís, o senhor secretário de estado Paulo Núncio, muito dado a tratamentos VIP, tinha deixado de publicar. E entre as últimas publicadas e as primeiras vindas a público, pela mão do actual ministério das finanças do senhor Mário Centeno, que os comparsas da senhora Maria Luís e do senhor Palulo Núncio querem demitir por causa de uns sms, havia um hiato de 10 mil milhões. Um buraco bem negro de 10 mil milhões!

Um buraco negro que mais negra faz a história daqueles quatro negros anos...

Gente Extraordinária

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O BCE vem dizer, num Relatório que consta da terceira edição da Rede de Dinâmica Salarial (Wage Dynamics Network), um projeto de investigação de economistas do BCE e de 25 bancos centrais nacionais da União Europeia, incluindo o Banco de Portugal, que depois da troika, do chamado programa de ajustamento, ficou mais fácil para as empresas despedir e baixar salários. 

É o Relatório que o diz, mas quem o declarou nos inquéritos conduzidos pelo Banco de Portugal, em 2014 e 2015, foram os empresários portugueses. É o que entra pelos olhos dentro, e toda a gente vê. Mas é aqui que a "porca" do patrão da CIP, António Saraiva, "torce o rabo": não é nada disso - garante -, "as conclusões do BCE são excessivas". Os empresários é que estão confundidos, e misturam despedimentos com ... despedimentos. Extraordinário!

 

 

 

Preocupações

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Faz hoje 5 anos que Portugal pediu ajuda externa ou, dito de outro modo, se entregou às mãos da troika. O que veio a seguir já sabemos... A dívida é maior, muito maior, os bancos são menos e piores. Como nós, afinal. Somos menos, grande parte foi embora, e provavelmente piores. Certo é que, se não somos, estamos. Pior. Ainda.

Ainda não sabemos quem são os portugueses - e as portuguesas - entre a fina flor da vigarice mundial nos papéis do Panamá. Mas sabemos que por cá, com ou sem recurso a offshores, mais dois destacados membros da Polícia Judiciária cederam à corrupção, e passaram para o lado de lá, ao serviço do narcotráfico, que diziam combater. Não são os primeiros, nem serão os últimos. A boa notícia é que foram apanhados. A má não é notícia, é preocupação: e quantos não são?

Preocupantes são também as declarações do Governador do Banco de Portugal, ontem na Comissão Parlamentar de Inquérito  ao Banif: não tem culpa de nada - nunca tem culpa de nada, coitado -, culpados são o governo anterior - ingrato! -, a administração do banco, o BCE e a Comissão Europeia. Ele é que não. Não tem culpa, porque não tem poderes... Coitado. Outra vez...

Atitudes

 

Ainda - e sempre - com os resultados eleitorais de Outubro atravessados na garganta, e esgotada a pausa para as presidenciais, a direita pafista - em especial o CDS, que agora precisa ainda de gritar mais alto para se ouvir a si próprio - volta a atacar a agenda informativa, socorrendo-se dos inestimáveis serviços das agências de rating e aproveitando a oportunidade da discussão do orçamento com Bruxelas, bem como a visita de inspecção dos técnicos da troika, para recriar o ambiente de há um ano atrás, então com a Grécia como centro.

É muito fácil de perceber o que está hoje e aqui em causa. Em causa estão duas opções de política económica: uma centrada na continuação do que ficou conhecido - e continuemos a chamar-lhe assim, para facilidade de expressão - por política de austeridade, apadrinhada pelas agências de rating e impostas pelos técnicos das diferentes instituições, mesmo da União Europeia, e outra que, atentos os resultados que essa gerou, entende que a solução não está na retracção mas no crescimento económico. 

Sabemos no que deu a primeira. E sabemos como foi acolhida nas instituições europeias, como sabemos qual foi a atitude submissa e reverencial do governo que a conduziu. Não sabemos no que dará a segunda, mas sabemos que os grandes problemas do país, o desemprego e a pobreza, não se resolvem sem crescimento económico e sem investimento. 

Por isso vai mal a direita mais ressabiada em invocar as agências de rating e chamar pelo papão europeu. E vai mal o CDS e a sua futura nova liderança - se não houver mais revogações - se não tem outros argumentos. E vai bem António Costa quando diz que são apenas técnicos os senhores da troika que estão em Lisboa. E quando não se ajoelha aos primeiros recados de Bruxelas. E quando estica a corda porque sabe esticá-la. E sabe que a pode esticar...

São outras opções políticas. E económicas. Mas é também outra atitude, mais corajosa e mais digna. E mais inteligente, por que não?

 

 

 

 

As tretas da campanha e a campanha das tretas

Por Eduardo Louro

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Prometi voltar à tretacomo lhe chamei – quem chamou a troika porque me parece que transporta o verdadeiro paradigma da actual campanha eleitoral. Por isso cá está!

Se bem nos lembramos veremos que tudo começou numa daquelas frases feitas, chame-se-lhe sound byte ou o que se quiser, de que se faz a política: ir para além da troika. António Costa, a páginas tantas do seu debate televisivo com Passos, acusou-o de ter sido um entusiasta do programa da troika, ao ponto de se ter anunciado disposto a ir mais longe: para além da troika.

Passos Coelho, que a última coisa que quer é falar destes quatro anos de governação, e a primeira é (ou era) falar de Sócrates, fez o seu papel, respondendo de imediato que não fora ele, mas o PS, a chamar a troika.

E a coisa ficou por aqui. Seguiu para bingo, e ninguém viu António Costa acusar Passos de ter sido ele a chamar a troika, para que o debate passasse a ficar marcado por esta polémica que nunca existiu. Mas alguém quis que existisse. Alguém tratou de a deixar no centro do debate, assim como se lá tivesse sido deixada por esquecimento. E como se sempre lá tivesse estado.

Não sei quem foi, mas sei que há gente que se dedica a isso. E que faz isso muito bem, para rapidamente inundar todo o espaço mediático, cada vez mais cheio de gente que faz, sem se preocupar muito por que faz.

E de repente, o mais importante na campanha era mesmo apurar quem tinha chamado a troika, como se não estivéssemos perante um acontecimento com apenas quatro anos, presente na memória de toda a gente. Como se não estivéssemos todos fartos de saber quem chamou a troika, por que chamou a troika, e quem queria e quem não queria chamar a troika.

Como se não soubéssemos que naquela altura, já então eminente figura do aparelho, Marco António Costa decidira que era hora de pôr a mão no pote, e fizera a Passos um aviso solene: “se o país não fosse a votos, teria que ir o partido”!

Como se não estivéssemos todos fartos de saber que o país, todo o país à excepção de Sócrates e a sua reduzida corte, não via já qualquer alternativa. Como se não soubéssemos todos que muitos dos portugueses viram então a chegada da troika como motivo de esperança. Não para os castigar, mas para castigar uma classe política e um regime esgotados, esses sim, habituados a viver acima das possibilidades. Convencidos que vinha aí quem os obrigasse a fazer o que por iniciativa própria nunca tinham querido fazer.

Podemos não estar fartos de saber, mas temos a obrigação de saber, que o regime não tem, como continua a não ter, mais que uma alternativa. E que, naquelas circunstâncias, em que o mais importante era o país libertar-se do socratismo e de tudo o que ele representava, a alternativa era Passos Coelho. Nem precisaria de fazer as promessas para não cumpriu, bastava-lhe cavalgar a onda…

A questão não é, como nunca foi, quem chamou a troika. A verdadeira questão é o que Passos e Gaspar, e depois Portas, fizeram com um programa que os portugueses tinham visto como redentor. O problema é que executaram o programa sem nunca atingir nenhum dos seus objectivos, falhando-os todos, ao ponto de Gaspar fazer as malas e partir para o FMI. O problema é que nenhuma das reformas que a intervenção externa anunciara, e que os portugueses esperavam, foi executada. Em vez de cortar nas gorduras anunciadas que entupiam veias e artérias que deviam alimentar o desenvolvimento, cortaram a eito na economia e nos rendimentos dos portugueses.

O problema é que Passos, Gaspar e Portas agarraram no programa e viraram-no do avesso, para que assentasse que nem uma luva na matriz ideológica que pretendiam instalar na sociedade portuguesa. Não para fazer de Portugal um país para os portugueses, mas para fazer de Portugal uma coutada dos interesses mais poderosos. À custa de todos os outros.

O problema é que Gaspar já cá não está para responder por nada disso. Mas Passos e Portas estão. E não estão nada interessados em que nada disso seja discutido. E para que não se fale em nada disso lá estão os spin doctors sempre a arranjar umas tretas para incorporar no espectáculo mediático em que transformam as campanhas eleitorais.

 

 

Hoje sabemos muito mais coisas...

Por Eduardo Louro

 

 

Fez ontem precisamente quatro anos que Sócrates anunciou ao país o que, poucas horas antes, Teixeira dos Santos, num golpe de traição, cirurgicamente comunicara à Helena Garrido, do Jornal de Negócios: Portugal ia pedir ajuda externa!

Poucos então previam o que estaria para vir. Poucos achavam que o PEC IV pudesse resolver o que quer que fosse. Como os anteriores não tinham resolvido. Achava-se simplesmente que chegara ao fim o estado de negação em que o país vivia. Que aquele era um destino há muito anunciado, há muito à vista de todos… Menos dos que insistiam em negar a realidade.

Hoje sabemos muito mais do que sabíamos então. Começamos por saber pelo que passamos… E por saber que não valeu a pena. Que nada se regenerou… Que, antes, tudo se acomodou…

Basta isso para olharmos para este dia, há quatro anos, com olhos bem diferentes dos que então o vimos…

Mas hoje sabemos que o PEC IV - em que ninguém acreditava - estava negociado com as instituições europeias e era alternativa à intervenção externa. E sabemos que falhou porque o PSD entendeu que eram horas de deitar a mão ao pote. E que a ordem veio de Belém, com Cavaco - deixado á margem da negociação desse último instrumento - a optar pela vingança, fazendo da tomada de posse para o seu último e desgraçado mandato uma declaração de guerra. Não havia espaço para mais austeridade, sentenciou!

Afinal havia. E de que maneira… E não mais o incomodou!

Mas hoje sabemos ainda muito mais coisas...

São uns brincalhões...

Por Eduardo Louro

 

Vamos lá a ver se percebemos alguma coisa disto. Então o presidente da Comissão Europeia está agora a dizer, em pleno climax da crise grega, que pecaram contra a dignidade da Grécia, de Portugal e da Irlanda... Que a troika tem de acabar, porque não tem legitimidade democrática... 

"Eu era presidente do Eurogrupo, e pareço estúpido em dizer isto, mas há que retirar as lições da história e não repetir os mesmos erros", diz o tipo que tem nome de esquentador. 

Brincalhões... É o que são!

 

 

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