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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Coisas que se (não) percebem

A poucas horas de ir ao espaço, Mário Ferreira promete "surpresas" na viagem:  "A bandeira portuguesa terá uma presença especial"

Antes de embarcar para o espaço para se tornar no primeiro português turista do espaço, o que estará para acontecer nas próximas horas, Mário Ferreira, o dono dos barcos do Douro e da TVI, anunciou que prescindiu dos 40 milhões de euros de financiamento do Banco Português de Fomento, ao abrigo do programa de recapitalização do PRR, garantindo que, afinal, vai recapitalizar as suas empresas aumentando-lhes o capital com fundos próprios. 

Faz bem. Se tem dinheiro para viajar pelo espaço, que não deve ser barato, mesmo que para ele possam ser trocos, não lhe ficaria bem que não o tivesse para as suas empresas. O que não se percebe é que, se tinha o dinheiro e não precisa de qualquer cêntimo do PRR, como agora diz, por que é que o pediu?

Também não se percebe por que é que o famigerado e público Banco de Fomento lho concedeu, aplicando num único empresário - que, por acaso, é o 4º maior beneficiário em Portugal, e o 16º maior em toda a União Europeia, de fundos europeus e que, também certamente por acaso, está sob investigação das autoridades nacionais, por branqueamento de capitais e, das europeias, pela utilização dos fundos - 10% da dotação total do programa, e 52% da primeira leva de aprovações. 

Em contrapartida há outras coisas que se percebem sem qualquer dificuldade como, por exemplo, que a TVI/CNN P nunca tenha dado notícia das investigações em curso. Que nunca tenha achado que fosse notícia o "pormenor" de bastarem 30 "Mários Ferreira" para esgotar a totalidade dos fundos para a recapitalização das empresas nacionais. Mas que achasse que deveria pôr todos os seus comentadores económicos a defender o seu patrão e a atacar as "Anas Gomes" e as "Catarinas Martins" deste mundo. Ou cobrir com directos, do outro lado do Atlântico, os preparativos do embarque para esta aventura espacial.

Ah... isso percebe-se bem!

É sempre assim

Ontem foi assim. Já ia ali, e avisamos logo que hoje iria mais longe... Não nos enganamos ... porque é sempre assim!

A TVI deu o passo seguinte para que o tempo faça o seu caminho, ao serviço dos poderes instalados. Pegou num caso há muito conhecido e em investigação - que, evidentemente, não nos orgulha, mesmo estando por provar, como não nos orgulhamos da História de Vieira no Benfica - para fazer desaparecer a vergonha do que se passou na sexta-feira, no Dragão, e a vergonha maior que é o silêncio de Fernando Gomes e de Pedro Proença.

É sempre assim. Sempre que é preciso esconder algo grave no FC Porto surgem suspeitas do Ministério Público sobre o Benfica. Se não houver novas, servem-se requentadas.

 

 

Portugal dos pequeninos

A Joana, a Clara e a Boneca na CNN Portugal

Primeiro foi o segredo bem anunciado e melhor guardado a levar expectativas céu acima. Depois a festa, a passadeira vermelha, por onde desfilou o poder mais alto de um país que também assim se vai fazendo pequenino. Presidente da República, primeiro-ministro, ministros... estavam lá todos. Era finalmente a verdade da notícia a chegar, tudo o que para trás ficara não passava de mentira. Era a revolução da verdade que viria mudar para sempre o panorama informativo deste país. Pequenino!

Finalmente o pano subiu. E o país pequenino abriu a boca de espanto. As caras eram velhas. Velhas conhecidas, bem entendido. De algumas já nem nos lembrávamos bem, vinham bem lá do fundo do baú.. Outras tínhamo-las visto há dez minutos, uma hora, dois ou três dias... O ritmo era o mesmo, como se não tivéssemos passado pelo countdown. Os mesmos formatos, com os mesmos participantes...

As notícias.... ah ... as notícias...  Essas, ou há ou não há. Havia?

 Não, não havia. Mas havia João Rendeiro para estender noite fora, esticando o espectáculo da notícia. Que afinal só precisa de ser espectáculo, isso da revolução e da verdade fica para os separadores promocionais. Tudo como a TVI já fazia sem ter de pagar royalties... Mas é a CNN Portugal. De Portugal dos pequeninos.

Transferências

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À falta da grande transferência por que Luís Filipe Vieira anunciara perder cabeça, a grande bomba da silly season é a mudança de camisola de uma apresentadora de televisão.

A Cristina Ferreira passou-se da TVI para a SIC, e dizem que vai ganhar mais do triplo do patrão, como as grandes estrelas do futebol. Não tenho nada contra o que vai ganhar, mas sinto alguma preocupação com aquilo que hoje se valoriza. 

Bem sei que são as audiências. É isso mesmo que me preocupa...

A ironia de um ciclo

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É sempre assim. Há sempre alguém que faz um esforço enorme para atingir um objectivo e ... corre mal. Logo a seguir, sem o menor esforço, traquilamente, outro qualquer estica a mão e agarra-o.

Todos nos lembramos do esforço de Sócrates para que a PT abarbatasse a TVI. O que o homem fez, pelo que teve de passar... Agora, sem qualquer sinal de esforço, na maior das tranquilidades, aí está a TVI - mais que a TVI, a Media Capital toda, embora já sem as acções da União de Leiria - nas mãos da PT. Que já não se chama PT, e tem agora o afrancesado nome de Altice.

Pelo qual a ex-PT já paga royalties. Sim, porque, tal como nos almoços, também não há nomes grátis. E para duplicar a receita, e ajudar a compor a carteira para ir às compras, vai passará a pagá-las também pela utilização da marca, logo que a mesma Altice substitua a marca MEO. Mas aqui não há nada a dizer, toda a gente percebe uma estratégia de marketing que entra pelos olhos dentro: substituir uma marca desconhecida e sem qualquer notoriedade, como é o caso da MEO, por outra com a força e a imagem avassaladora que a Altice tem no mercado!

Os ciclos abrem-se e fecham-se. Não deixa de ser irónico que o ciclo da destruição da PT se tenha iniciado com a tentação da TVI, e se esteja a fechar com a sua aquisição.

De Espanha ... só bons ventos!

 

 

Em Espanha, o PP de Rajoy, dos negócios e das negociatas, ganhou as eleições. Não se sabe de que lhe serve, mas para já serviu para fazer de conta que ganhou alguma coisa. Não se sabe bem o quê.

Nada que se não tivesse passado com os seus amigos cá deste lado. Passos Coelho, que não teve uma palavra para dizer aos portugueses sobre o Banif que nos deixou, já correu a dizer que espera bem que os espanhóis deixem governar quem ganhou as eleições. Sobre o Banif é que... nada. Empurrou para a frente a atabalhoada Maria Luís e escondeu-se atrás dela.

A TVI,  há precisamente uma semana, com uma notícia falsa, apressou o afundanço do Banif. E com isso deixou-o mais enfraquecido e mais vulnerável no processo de venda que estava em curso e sob forte pressão de calendário. Não se sabe que proveito disso terá tirado o Santander, mas sabe-se que o banco espanhol ficou com o lombo limpinho do Banif, com activos acima da dezena milhar de milhões de euros, por uns meros 150 milhões. Do resto, de tudo o resto, mandaram-nos a factura. E sabe-se que a TVI é detida pela espanhola PRISA que, por sua vez, é participada pelo Santander.

Se calhar estas coisas não têm nada a ver umas com as outras... E de Espanha só vêm mesmo bons ventos!

O tabuleiro de Sócrates

Por Eduardo Louro

 

Entendo a prisão preventiva como um instrumento a que o sistema judicial deverá recorrer em circunstâncias excepcionais e apropriadas. De resto previstas na lei. Deploro o recurso indiscriminado á prisão preventiva, e acho ainda mais deplorável que isso seja feito à custa de uma leitura aligeirada dos respectivos requisitos legais. Recorrer á prisão preventiva para, depois de concluída a investigação, construir a acusação, é uma coisa. Para simplesmente prosseguir a investigação, é outra. Inaceitável num verdadeiro Estado de Direito... Um sistema judicial que nuns casos prende para investigar, quando manda arquivar outros que deixou prescrever sem sequer conseguir investigar, não é próprio de um Estado de Direito!

Um sistema judicial que permite - se não mesmo favorece - a utilização de matéria processual pela comunicação social não prestigia a Justiça. Pior que isso, limita-a. Peia-a!

Como se percebe, tudo isto está a acontecer com José Sócrates. E como se percebe, embora se esconda, tudo isto favorece Sócrates, peando a Justiça. Porque facilita a estratégia do ex-primeiro ministro de transformar tudo isto num processo político, em esvaziar a esfera da Justiça para encher a da Política. É neste tabuleiro que Sócrates se mexe com á vontade e mestria, e por isso tudo faz para tudo colocar nesse espaço. Sem olhar a meios, ora remetendo manuscritos directamente para os jornais, por onde começou, ora contando com a cumplicidade de Mário Soares para fazer publicar na imprensa a troca de correspondência entre ambos, por acaso exclusivamente dedicada à sua estratégia pessoal.

A estratégia está a funcionar de tal maneira bem, que a entrevista por escrito com que a TVI - e Sócrates - conseguiu tornear o sistema, e que ontem fez chegar ao público, começa a pretender instalar na opinião pública a ideia de que se trata finalmente da utilização do direito de resposta, do direito de contraditório, sempre negado a Sócrates. Muitos, e muitos deles verdadeiramente insuspeitos de integrarem a guarda pretoriana de Sócrates, estão agora a saudar esta entrevista como forma da reposição da legalidade democrática, como o legítimo direito de defesa.

Contrariando os propósitos da actual direcção do PS, e em especial de António Costa (não foi por acaso que resistiu até ao limite à peregrinação do partido a Évora), Sócrates tudo faz, e tudo continuará a fazer, para reduzir um complexo processo jurídico recheado de suspeitas de múltiplos crimes a um processo político. À Política o que é da Política e á Justiça o que é da Justiça, não é mais que um jargão. A que António Costa lançou mão, mas que não serve a Sócrates!

Não sei se Sócrates é culpado ou inocente nos crimes de que ainda é mero suspeito. Não sei sequer se virá a ser acusado. Sei tão bem da dificuldade de fazer prova dos factos que lhe são imputados, quanto da fragilidade dos argumentos de defesa que apresenta. E sei bem que, passar para as páginas dos jornais aquilo que se deve apenas passar nas salas dos tribunais, serve só alguns, sempre aos mais poderosos. É por isso anti-democrático, e é a negação da própria Justiça!

 

Combinação perfeita

Por Eduardo Louro

 

 

A entrevista de Judite de Sousa a Cristiano Ronaldo foi, sem qualquer dúvida, o acontecimento televisivo da semana. E mais um grande êxito para a TVI!

O entrevistado é garantia de sucesso de audiências, sem dúvida, mas a entrevistadora, neste momento, não o seria menos. O regresso de Judite de Sousa aos ecrãs, depois do drama pessoal por que passou, e que encheu páginas e páginas das revistas que vivem da exploração sem limites de tudo o que envolva figuras públicas – quanto mais públicas, e quanto mais extremas as circunstâncias que as envolvam, melhor – seria sempre um grande sucesso de audiências. Estou convencido que o entrevistado passaria sempre para segundo plano, fosse quem fosse. Não tenho grandes dúvidas que o sucesso de audiências seria igualmente garantido se o regresso acontecesse nas conversas de domingo com Marcelo Rebelo de Sousa. As pessoas queriam vê-la e ouvi-la – como está vestida, como se apresenta, se está abatida, se a voz lhe treme… – a ela, o entrevistado viria a seguir.

Só que Cristiano Ronaldo não é uma figura qualquer. É, na circunstância, uma vedeta de primeira grandeza mundial e acrescentaria sempre mais que qualquer outro entrevistado. Nestas circunstâncias, juntar à entrevistadora Judite de Sousa o entrevistado Cristiano Ronaldo era simplesmente a combinação perfeita. Uma combinação que, confesso, me surpreendeu.

Ouvi hoje dizer que foi o próprio Cristiano Ronaldo que, virando as coisas do avesso, tratou de procurar a jornalista da TVI e de se lhe oferecer para este regresso … e isso já não me surpreendeu nada.

Acredito que assim tenha sido. Não vejo, de resto, melhor razão para esta combinação perfeita!

Mais que a entrevista, e mais que alguns pormenores de biblioteca, nada inocentes – porque com o valor comercial da imagem de CR7 ninguém brinca, é tudo a sério –, o que mais me impressiona é esta capacidade que Cristiano Ronaldo tem para engrandecer a sua dimensão.

Não é apenas o melhor jogador do mundo. É muito mais que isso! 

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