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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Encanitado

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Nem sei o que me encanita mais. Se os penaltis do fim de semana vistos aos olhos dos grunhos da bola, se o eurojaoelhar de Passos Coelho, se as preocupações de  Duarte Marques, o de Mação, com a poluição de celuloses no Tejo, se os apelos de Vítor Bento á nacionalização do Novo Banco e ao reforço da banca pública...

Zangam-se as comadres...

Por Eduardo Louro

 

 

Numa altura em que a questão da Grécia divide – artificialmente, diria eu – a opinião pública europeia com, de um lado, os que perceberam e reconhecem que a política económica imposta pela Alemanha falhou em toda a linha e, do outro os que, tendo-o igualmente percebido, se recusam pelas mais diversas razões a reconhecê-lo, Vítor Bento, cavaquista inveterado e esteio ideológico do governo português, publicou no insuspeito Observador um interessante artigo que não poderia ser mais oportuno.

Vítor Bento foi sempre, mais que um apoiante desta política económica, uma espécie de reserva moral do governo (e do presidente da república). O homem que lhe emprestava alguma seriedade e alguma respeitabilidade, e com isso alguma autoridade. A Passos Coelho e Paulo Portas não é possível reconhecer grande competência. São – um mais que outro, mas para o caso pouco importa – de seriedade duvidosa, e sua respeitabilidade é engolida pela pantominice. São pessoas como Vítor Bento que vêm por trás disfarçar isso tudo…

É este mesmo Vítor Bento que vem agora explicar, como poucos ainda terão explicado, como tudo estava errado e como deu, como só poderia ter dado, errado. Analisou os últimos seis anos (2008 a 2014) em três blocos económicos distintos: Estados Unidos (EUA), União Económica e Monetária (UEM - zona Euro) e União Europeia sem euro (UE), para concluir que só na UEM o PIB caiu, que na UEM o desemprego cresceu cerca do dobro e que só as contas externas, mas na UEM à custa disso, tiveram idêntico desempenho. Sendo que a crise financeira teve um efeito mundial, e que nada neste três blocos os distingue mais que a receita seguida, os resultados não podem ter outra causa que justamente a política económica seguida. Detalhou a zona euro e dividindo-a entre países excedentários (Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo, Holanda e Finlândia) e deficitários, concluiu que o que o ajustamento (desemprego, e quebra de salários para compensar o efeito cambial) retirou aos países deficitários entregou aos excedentários, que reforçaram a sua competitividade.

Conclui ainda Vítor Bento que “… a assimetria do ajustamento é o resultado da divergência entre as também assimétricas distribuições dos custos e do poder de decisão” e que “só reequilibrando a segunda se conseguirá reequilibrar a primeira”. Que de outra forma a zona euro continuará estagnada por muito mais tempo…E que o tratado orçamental é mais disto mesmo...

É também disto que os dois agitadores do governo grego começam a convencer cada vez mais gente. E que Merkel e Schauble não querem ouvir. Nem Rajoy, nem Passos Coelho… Mas desses já sabemos por quê!

Não deixa de ser estranho que Vítor Bento só agora tenha percebido tudo isto. Se calhar tem alguma coisa a ver com a sua passagem pelo BES… Quero eu dizer ... só depois de de lá sair é que ficou com algum tempo para estudar estas coisas! 

"Zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades"? Não acredito... Isso são coisas do povo!

 

 

Sempre a tentar passar entre os pingos da chuva

Por Eduardo Louro

 

Ao que se vai sabendo pelos jornais de hoje, Marques Mendes não terá tirado ontem grandes coelhos da cartola, daquelas coisas que faz questão que se saiba que só ele sabe e que nós sabemos que nem ele deveria saber, e que até preferíamos saber por outras vias mais covencionais. 

Depois de na semana passada ter revelado que o o Novo Banco é para vender todo, de uma só vez e de imediato - uma das "circunstâncias que se alterararam profundamente", e que levaram à demissão de Vítor Bento - desta vez o que a imprensa, sempre ávida das revelações do comentador bufo, salienta é a crítica de Marques Mendes à actuação do governo nos desenvolvimentos que se vão conhecendo no Novo Banco. 

"É muito feio o que o governo está a fazer" - diz ele. É, mas é muito feio há muito tempo, não é apenas de agora. O governo sempre quis dar o ar de quem não tem nada a ver com aquilo. Com aquilo tudo, desde os crimes praticados que levaram à destruição de um terço do sistema financeiro nacional, à solução negociada com a comissão europeia que, em vez dos anunciados banco bom e banco mau, criou dois bancos maus, passando pelo meio pelo crime de lesa pátria, o maior atentado ao instituto da confiança que foi o aumento de capital. 

O governo quer fingir que aparece de mãos limpas nisto tudo, mas tem-nas cada vez mais sujas. Não se sabe se os ziguezagues de Carlos Costa em todo este processo são ziguezagues do governador do Banco de Portugal ou do governo. Mas é muito fácil de perceber que, mesmo que sejam exclusivamente do Banco Central, ao governo exigia-se que lhe corrigisse a trajectória, e nunca que andasse a tentar passar entre os pingos da chuva!

E passou a haver outras coisas para contar... (IX)

Por Eduardo Louro

 Expresso

 

Não bastava tudo o que já se conhece. Não bastava a mácula inapagável de um Banco bom que, ficando - ao que nos disseram, sem que ninguém pedisse para explicar melhor - com tudo do que do BES era bom, deixando para o mau tudo o que era mau precisa, logo à cabeça, de quase 5 mil milhões de euros. Ainda era preciso que já ninguém se entendesse, que em apenas um mês o Banco de Portugal, cada vez mais enterrado neste lamaçal, se pusesse de candeias às avessas com a administração que escolheu…

Isto continua cheio de histórias mal contadas… E vai correr mal, muito mal!

PRC - Processo de Regeneração em Curso

Por Eduardo Louro

 

A ideia não é nova. Já há umas semanas atrás Vítor Bento a tinha lançado e começa a perceber-se que a estratégia é a do costume. Já passou pelas cirúrgicas fugas de informação, e agora passa por umas bocas cirurgicamente repetidas por figuras gradas do regime tidas por independentes e conceituadas.

Ontem foi a vez de Teodora Cardoso e sabe-se lá quem se seguirá. A coisa fica no ar, quanto mais nebulosa melhor. Quanto mais estúpida parecer, melhor. O governo lá a haverá de agarrar, lá a sacará das nuvens e tratará de lhe dar forma…

Quando Vítor Bento abriu o caminho - então como medida de combate à fuga e vasão fiscal - ninguém deu muito por isso. Ninguém ligou nada. Só quando - agora como medida de incentivo à poupança - chegou a vez de Teodora Cardoso pegar no testemunho se começou a perceber que a ideia está aí, já a correr em velocidade de cruzeiro, e em estafeta. Não há aqui nada de grande novidade!

Nem adianta muito puxar pelo absurdo. Um imposto sobre o levantamento de dinheiro das contas bancárias para onde foram transferidos os salários ou as pensões, apresentado como incentivo à poupança, não é apenas absurdo. É o cúmulo da hipocrisia!

Ninguém se lembra de tributar nenhum outro movimento financeiro. Ninguém se lembra de tributar transferências para off-shores, nem outras operações financeiras mais ou menos especulativas. Mas lembram-se de voltar a tributar aquilo que já foi cortado e tributado com a hipócrita justificação que esse seria um imposto que teria a vantagem de não incidir sobre salários e pensões…

As pessoas recebem os cada vez mais curtos salários ou pensões por transferência para as contas bancárias que, em boa parte dos casos, foram obrigadas a abrir. Chega-lhes cada vez para menos. Pagam as contas mensais, muitas vezes já atrasadas, o supermercado – cada vez com menos carne e peixe –, o passe, a escola dos filhos… Pagam o que mais for, até onde chegar o vencimento que sobrou dos impostos.

E por isso esta gente acha que os portugueses são uns depravados gastadores, gastam até mais não ter, obstinados em viver acima das possibilidades. Há evidentemente que castigá-los. E se o castigo os obriga a poupar, tanto melhor…

A regeneração passa por aí, pelo regresso aos bons costumes: pobrezinhos, mas poupadinhos!

Gente Extraordinária XLIII

Por Eduardo Louro

 

O Presidente da República sugeriu hoje aos jovens que, em vez de emigrar, investissem na agricultura, aproveitando os fundos comunitários que aí vêm. Para Belmiro de Azevedo os portugueses só terão legitimidade para reivindicar aumentos de salários quando atingirem a produtividade dos alemães, acrescentando que trabalham quatro ou cinco vezes mais que nós. Ou dos ingleses.  E o Vítor Bento, um dos economistas do regime, veio sugerir o lançamento de imposto de selo sobre os levantamentos de dinheiro, aos balcões dos bancos ou no multibanco. É - garante – a melhor maneira de combater a fuga ao fisco, a economia paralela e até a corrupção!

Tudo isto tem tanto mais graça quanto menos vergonha tem esta gente. Como se Cavaco Silva nada tivesse a ver com a destruição da agricultura portuguesa, nem com os desmandos dos fundos europeus utilizados para acabar com ela.

Ou  não fosse Belmiro um dos maiores, se não o maior, empregador português. Que, repare-se, não disse que os portugueses só poderiam aspirar aos salários dos alemães quando tivessem a mesma produtividade. Isso era evidentemente normal. Não, falou de simples aumentos dos salários, que são dos mais baixos da Europa e em escandalosa erosão de há pelo menos três anos para cá.

Ou Vítor Bento não fosse um homem da banca – e já se está a ver, a banca cobraria imposto de selo e não se importaria nada com mais umas comissões – e o presidente da SIBS…

Extraordinária …esta gente extraordinária. E sem vergonha…

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