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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Vasco Graça Moura (1942-2014)

Por Eduardo Louro

 

 

Morreu Vasco Graça Moura, um intelectual de enormíssima dimensão e um dos maiores vultos da cultura portuguesa. Poeta, ensaísta e seguramente o maior tradutor/poeta que o país conheceu.

Na política, raramente estive ao seu lado. Pelo contrário, estava quase sempre no lado oposto. Fazia-me impressão que um intelectual da sua dimensão, dono de uma inteligência verdadeiramente superior, pudesse ter opções políticas como as que expressava, particularmente quando no centro estava Cavaco Silva. Nunca consegui perceber como é que uma personalidade tão cheia se podia perder por outra tão vazia…Mas nem por isso lhe neguei, por uma vez que fosse, o enorme respeito que sempre achei dever-lhe.

A doença ganhou, uma vez mais. E levou ainda cedo, aos 72 anos, um dos nossos melhores!

Trocas e trocos

Por Eduardo Louro

 

 

Vasco Graça Moura, visivelmente debilitado pela doença, foi publicamente homenageado no final da semana passada, e de novo condecorado, desta vez com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada, pelo Presidente da República.

Foi uma justa homenagem. A um vulto da cultura portuguesa como Vasco Graça Moura faltarão sempre, sem que nunca sobrem, homenagens. É um dos maiores intelectuais portugueses vivos, de uma inteligência fora do comum, um virtuoso das letras, ensaísta de méritos imensos, seguramente o maior tradutor literário do país e um dos maiores do mundo. Ímpar na tradução de poesia!

Tive sempre uma enorme admiração por este intelectual. Maior mesmo só a desilusão provocada pela sua intervenção política. Muitas foram as vezes em que me interrogava como poderia um homem intelectualmente tão superior ser politicamente tão limitado.

Não estranhei por isso que Cavaco tenha ido procurar na dimensão política de Vasco Graça Moura a justificação para a homenagem e o motivo da condecoração. Que Cavaco tenha distinguido a “figura do intelectual, do cidadão empenhado, que ao longo das últimas décadas tanto contribuiu para a valorização da nossa vida democrática, que tem representado um papel da maior importância para a consolidação, entre nós, de uma sociedade que preza os valores da liberdade e da cultura”!

Porque, na verdade, de Cavaco não se esperam outras coisas. Perde-se em trocas. E com trocos. É mesmo o homem dos trocos! 

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