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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Má consciência vs casos e casinhos

Costa esteve em Budapeste a convite da UEFA e ao lado de Orbán - Política -  RTP Madeira - RTP

Não há volta a dar - nem os casos e casinhos largam este governo, nem o governo os quer largar. Desta vez é o próprio primeiro-ministro, o mais improvável do mais provável, a prová-lo. 

O que é que terá levado António Costa, em trânsito para Chisinau, capital da Moldova, para uma Cimeira da Comunidade Política Europeia, num Falcon, da Força Aérea Portuguesa, a fazer escala em Budapeste para assistir a um jogo de futebol, ao lado Orban?

Funções de Estado, não foram, isso está fora do campo de hipóteses. Não é credível que tenha sido a sua paixão pelo futebol, e o abraço a Mourinho, que o Presidente Marcelo (desta vez tão compreensivo e benevolente ) dá como justificação, nunca o poderia ser. 

Já hoje, como sempre depois do assunto ter migrado para mais um caso, António Costa veio dizer que simplesmente respondeu a um convite do Presidente da UEFA. Que, ou não fez a nenhum dos primeiros-ministros dos países das equipas envolvidas (Roma e Sevilha); ou, se o fez, ambos declinaram. Entre as duas, venha o diabo e escolha a menos abonatória. 

E o que é que o terá levado a pensar que o poderia esconder, sem que ninguém o viesse a saber?

Aqui, a resposta é fácil: má consciência. Com razões de sobra!

Na verdade, António Costa vai acumulando ainda mais actos e omissões de má consciência do que mesmo casos e casinhos!

 

 

 

Feios, porcos e maus

Há países da UE a usar os fundos para fazer chantagem política″

 

Ouvir um fulano como Viktor Órban, numa língua que não se percebe e dizerem-nos, por palavras ou legendas, as alarvidades que está a dizer, já custa um bocadinho. Ouvir as mesmas alarvidades pronunciadas num inglês impecável, por uma jovem bonita e bem posta como é a ministra da Justiça húngara, custa muito mais.

Voltei há pouco a passar pela experiência, e garanto que não é nada agradável... Há coisas que só deveriam poder ser ditas por feios, porcos e maus. E velhos, acrescentaria...

Mais uma machadada na União

Covid-19: Hungria e Polónia bloqueiam aprovação do pacote de recuperação

Sem qualquer surpresa, a Polónia e a Hungria anunciaram que não viabilizariam os fundos europeus com que a União Europeia tenta fazer face aos dramáticos efeitos da pandemia.  Que irão bloquear o Quadro Financeiro Plurianual (2021-2027) e o Fundo de Recuperação, que acrescenta 750 mil milhões de euros aos 1,1 biliões do primeiro.

Estando o acesso a esses fundos europeus condicionados ao respeito pelo Estado de direito, que os regimes de  Viktor Orbán e de Rafal Trzaskowski desprezam despudoradamente, e a sua aprovação dependente da unanimidade, este desfecho era inevitável. 

É certo que depois de amanhã toda a gente vai tentar desatar o nó, e que o mais provável é que seja encontrada uma forma qualquer de mitigar o respeito pelos princípios democráticos e pelo Estado de direito, seja na fórmula da obrigação, seja na medida do incumprimento. No fim, nem o respeito pelas regras do Estado de direito será assim tão sine qua non, nem Orbán e Trzaskowski as violam assim tanto.

E acaba, evidentemente, em mais uma machadada na União. Por mais um equívoco demolidor: o respeito pela democracia e pelo Estado de direito não é uma condição de acesso a fundos; é a condição primeira de integração na União desde as sua fundação. E sendo condição de acesso tem, evidentemente, de ser condição de permanência.

Há muito, há pelo menos dez anos, que a União Europeia aceita, tolera e pactua com a Hungria de Orbán. Essa tolerância permitiu que a Polónia seguisse o mesmo percurso. Não resolveu um problema e já tem dois. E não resolvendo estes dois, terá a curto prazo um terceiro, um quarto, um quinto ... 

É também disto que se faz o suicídio da mais bonita ideia que um dia surgiu na Europa, e do mais decisivo exemplo que tinha para dar ao mundo.

 

 

O vírus

Hungria. Orban vai governar por decreto, por entre críticas da ...

 

Entretanto na Hungria o Parlamento reforçou poderes a Viktor Orbán. Que, à boleia do coronavírus, perpetuou o estado de emergência. Vigora enquanto quiser, sem qualquer limite de tempo. E enquanto vigorar, isto é, enquanto quiser, Orbán poderá governar por decreto, sem qualquer necessidade de consultar o Parlamento. Pode adiar ou cancelar a realização de eleições e alterar todas as leis que quiser. 

Em tempos passados a democracia era condição indispensável para a entrada na União Europeia. Nos tempos que correm não é já condição necessária para a permanência. Se fosse já teríamos provavelmente visto algum ministro holandês a recomendar que se investigasse o que há mais de dez anos se está a passar na Hungria. Ou alemão, ou austríaco, ou finlandês... Ou até - quem sabe? - se um qualquer primeiro-ministro, de um qualquer país do sul, não estaria já a achar isto repugnante. 

Se calhar querem convencer-nos que é só uma estratégia de confinamento do vírus ...

 

"Agora estão me levando"...

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O primeiro-ministro  húngaro, o fascistoide Viktor Orbán, tem feito tudo o que lhe dá na real gana sem provocar grandes incómodos na UE. 

Orbán, e o Fidesz, o partido de extrema-direita que lidera e integra o Partido Popular Europeu, tem podido fazer dos fascismo uma bandeira. Aboliu a separação de poderes, e permitiu-se abater o Estado de Direito num país membro da UE,  levantou muros num espaço livre de fronteiras, perseguiu imigrantes (mas também emigrantes) e declarou o racismo e a xenofobia pilares dos seus princípios políticos. 

Nada que incomodasse ninguém na Comissão Europeia. Nada que fizesse esboçar o mais leve protesto a qualquer partido da direita europeia, incluindo naturalmente  os nossos PSD e CDS, reunidos no Partido Popular Europeu (PPE).

 De repente, tudo mudou. O PPE não se conforma, avisa Orbán que assim não pode continuar e ameaça mesmo expulsar o Fidesz. Paulo Rangel afinal há muito que em silêncio não tolerava o fascistoide, e até o CDS acha Orbán intolerável. Bastou que Orbán espalhasse por toda a Hungria uns cartazes a atacar pessoalmente Jean Claude Juncker, o Presidente da Comissão Europeia que é também o líder do Partido Popular Europeu!

Ainda se se lembrassem de Bertolt Brecht... 

"Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso. Não era negro..."

 

A epidemia*

Resultado de imagem para racismo fascismo xenofobia

 

Na América, Trump refinou o que chama de tolerância zero contra os imigrantes ilegais, mesmo que para isso arrancasse crianças às famílias e as prendesse em jaulas, que uma senhora do seu governo, com a pasta da imprensa, comparou a campos de férias. No fundo, são campos de férias para as crianças, garantiu a senhora. Coisa que, rezam as crónicas, lhe valeu sérios incómodos num restaurante em que jantava um destes dias. Se é que é senhora para se deixar incomodar…

Sim, porque nesta administração Trump não há muita gente para se deixar impressionar por estas coisas, havendo até quem, perante hipóteses de comparação com os nazis, negue qualquer semelhança: na Alemanha nazi, eles queriam evitar que os judeus partissem; agora, na América, pretende-se evitar que entrem. Não os judeus, evidentemente… Ou até quem, de mãos erguidas, invoque a Bíblia para justificar as suas monstruosidades. Soube-se que Melanie Trump se sentiu fortemente incomodada mas, como se sabe, não pertence à administração. É apenas primeira-dama. E mesmo assim só quando convém…

Em plena União Europeia, em cujo coração a Srª Merkel, outrora inimiga da Europa e agora sua última esperança, trava uma dura luta de sobrevivência com o seu ministro do interior exactamente por causa destas coisas, o Sr Viktor Orban, anteontem, em pleno dia mundial dos refugiados, fez aprovar no parlamento da Hungria um pacote legislativo que criminaliza, e pune com prisão, qualquer auxílio a qualquer imigrante ilegal ou refugiado. Ou quem ouse auxiliar alguém a pedir asilo.

Na Europa, um país membro da União Europeia, não se limita a inscrever na Constituição que “uma população estrangeira não pode fixar-se na Hungria”. Persegue quem defenda ou preste qualquer tipo de auxílio a estrangeiros que pretendam entrar no país de onde muitos cidadãos tiveram que sair para procurar melhores condições de vida. Como George Soros, hoje um dos maiores investidores e filantropos do mundo, e um dos maiores financiadores das organizações de defesa dos direitos dos imigrantes, também na Hungria.

Mas de tal forma objecto da ira fascista do líder húngaro que o regime não encontrou melhor designação oficial para esta legislação agora aprovada que, justamente, “STOP SOROS”.

 

* A minha crónica de hoje na Cister FM

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