Tour 2015 I
Por Eduardo Louro
Aí está de novo o maior espectáculo do mundo na estrada. Arrancou hoje, em terras holandesas, a 102ª edção do Tour de France, com o habitual prólogo, este ano um pouco mais longo que o habitual. Do contra-relógio individual de quase 14 quilómetros (13,8), corrido nas ruas de Utrecht, veio a primeira surpresa: um australiano desconhecido - Rohan Denis - estabeleceu a marca canhão de 14 minutos e 56 segundos (que faz deste contra-relógio apenas o mais rápido de sempre do Tour) logo no início da prova. Ninguém mais a conseguiria bater. Nem os súper especialistas e ultra favoritos Tony Martin e Fabian Cancellara, respectivamente segundo e terceiro, a cinco e a seis segundos!
Dos principais candidatos à vitória final - Vincenzo Nibali, o vencedor do ano passado, Chris Froome, o anterior, Nairo Quintana e Alberto Contador, a tentar o raro feito de juntar o Tour ao Giro, que acabou de ganhar há pouco mais de um mês - o melhor foi o italiano (Nibali), na 22ª segunda posição, e a 43 segundo do jovem australiano, a confirmar que o Tour é, sem dúvida, uma competição de muitas especialidades. E por isso de tantos encantos!
Amanhã, ainda nas estradas holandesas, começa a primeira das três semanas da competição. Por incrível que pareça a mais temida de todas. Porque não são as altas montanhas dos Alpes e dos Pirirnéus os maiores inimigos dos corredores. Aí decide-se a corrida entre quem está melhor preparado: frontalmente, na verdade da essência da competição. Nesta primeira semana decide-se - ninguém ganha o Tour na primeira semana, mas muitos perdem-no - na fatalidade de uma queda num pelotão superlotado, onde não cabe mais uma palha, ou no azar de um furo no terrível pavé, onde só passa uma bicicleta de cada vez. E é tão provável que, sorte, é escapar a estas incidências da primeira semana!