Tour de France 2015: Ponto final.
Por Eduardo Louro
E em Paris ganhou um alemão... Não é grande novidade. Nos Campos Elíseos ganhou Andre Greipel!
Ganhou pela quarta vez, como fizera o seu compatriota Kittel no ano passado, confirmando-se indiscutivelmente como o melhor sprinter doTour. Não se sabe se o melhor do mundo, porque Kittel, não tendo podido - por doença - estar lá, está aí.
Desceu o pano sobre um dos maiores espectáculos do mundo, para o ano há mais. Porque este é, entre todos os grandes acontecimentos desportivos mundiais, o único que se repete todos os anos.
Ontem, quando tudo ficou resolvido, referi-me aqui à forma como este Tour se decidiu, ao erro de cálculo da Movistar, que ganhou colectivamente mas podia também ter ganho com Quintana, e aos protagonistas maiores da classificação geral. Falta referir outras figuras de uma competição fantástica, mas demasiado previsível.
Começo por aqui, pela previsibilidade. Que é o maior inimigo do espectáculo desportivo, da própria competição. Sem um verdadeiro contra-relógio individual - no mínimo um, é indispensável - e com inevitáveis estratégias de equipa a determinarem tudo o que se passa na corrida, este Tour tornou-se demasiado previsível. Repare-se como até os momentos mais espectaculares - os ataques de Quintana - eram previsíveis. Todos iguaizinhos... Primeiro Valverde, a ganhar uns metros. Sabia-se que depois viria o colombiano.
Há que referir Peter Sagan, o vencedor por pontos (camisola verde) pela quarta vez consecutiva. Ao contrário dos anos anteriores, o (ainda) jovem eslovaco não ganhou uma única etapa. Mas foi o rei dos segundos lugares...
E os portugueses. Rui Costa foi forçado a abandonar muito cedo, nunca se recompondo da queda colectiva em que se viu envolvido logo na terceira etapa, mas também vítima de uma série de problemas gástricos. O Sérgio Paulinho não esteve presente, ficou-se pelo Giro, para ajudar o Contador a ganhar, e vai regressar na Vuelta, para ajudar o polaco Rafal Majka (27º, a mas de hora e meia). Os três restantes estiveram muito discretos, quase não ouvimos falar deles. O Nelson Oliveira (44º, a pouco mais de 2 horas, no meio de gente grande: logo atrás - mais 37 segundos - de Sagan, e à frente de Richie Porte) foi o melhor, e ainda apareceu uma ou outra vez. Como hoje, quando deu umas voltas aos Campos Elíseos na frente, que lhe valeu... muita televisão. O Tiago Machado (67º, a quase 3 horas), numa equipa de ponta - a Katusha, de José Azevedo - não teve qualquer protagonismo. E o José Mendes (134º, a mais de 4 horas) ainda conseguiu entrar numa fuga, no dia em que ganhou o Ruben Plaza, o colega do Rui e do Nelson que foi um dos animadores - entrou em todas as fugas - dos Alpes.
Para o ano há mais. Para os portugueses, também...