Um dia histórico e uma frase histórica
A aguardada sessão de ontem no INFARMED transformou-se numa espécie de "dia da libertação". Por muito que "apenas" se tenha "fechado uma página", como disse o Presidente Marcelo, e que não tenham faltado avisos sobre os riscos que ainda permanecem, ontem foi mesmo o dia em que "ganhamos a guerra", na expressão de Gouveia e Melo, o herói maior entre os muitos heróis que a pandemia deu ao país.
Ontem foi pois um dia histórico. A História faz-se destes dias, e das palavras que destes dias ficam. Das de ontem, de Marcelo, estas não poderão deixar de ficar para a História:
"O povo português votou, e uma forma de voto foi vacinar-se, e aqui votou com uma maioria que até agora nenhuma eleição deu a ninguém. E é bom que isso seja retido".
Associar a resposta nacional à vacinação - que orgulho no Portugal campeão mundial da vacina contra o covid, com 85% da população vacinada! - à de uma expressão eleitoral, a dimensão cívica à democrática, é a mais inteligente resposta aos movimentos negacionistas, obscurantistas, e reaccionários que nos últimos tempos têm engrossando a conspiração contra os valores da democracia.
É mostrar como são inexpressivos na sociedade portuguesa. E, mais ainda que isso, é mostrar que esses movimentos não representam nada mais que a oportunista exploração dos desencantos que atingem boa parte da sociedade portuguesa na sua expressão eleitoral democrática.
Mas esse é outro problema. Que, mais do que nunca, terá de ser decididamente enfrentado!