Um segredo (não) bem guardado
As revelações deste fim de semana da investigação do chamado Suisse Secrets, com epicentro no Credit Suisse - o segundo maior banco suíço e um dos maiores do mundo, até há poucas semanas liderado por António Horta Osório - confirmam o sistema financeiro helvético como o paraíso do dinheiro sujo e criminoso.
Lá constam os nomes de Álvaro Sobrinho e Helder Bataglia, ao lado de outros grandes nomes da corrupção instalada em governos e administrações das mais diferentes latitudes, da Venezuela ao Egipto, da Jordânica ao Paquistão, passando por toda a África.
É para que esse paraíso se mantenha que os pedidos da Justiça por parte de países que se proponham a investigar crimes financeiros caem sistematicamente em saco roto. Que as cartas rogatórias ficam sem resposta, até que os processos prescrevam. Ou que estas revelações não sejam sequer notícia na Suíça por, desde 2015, os jornalistas estarem legalmente impedidos (pena até três anos de prisão) de tratar fugas de informação de dados bancários.
O segredo do segredo bancário suíço não é um segredo assim tão bem guardado!