Valeu o resultado
Não foi muito diferente o Benfica que hoje se apresentou hoje no Estádio Olímpico de Roma, onde estranhamente - se é que nestes intermináveis tempos da pandemia ainda há coisas para estranhar, em particular no futebol - para disputar o jogo que lhe cabia na condição de visitado, na disputa com o Arsenal pelo acesso aos oitavos de final da Liga Europa. Na realidade o Benfica não dá para mais e, nestas circunstâncias, o que se passou em Toma nem sequer foi das piores coisas que têm acontecido nos últimos (largos) tempos.
Quando digo que não foi diferente refiro-me naturalmente ao desempenho da equipa e, em particular, à qualidade do seu jogo. Porque o onze, e a sua disposição em campo, foi diferente. Dssde logo porque se apresentou com três centrais, desta vez a sério, e com a estreia do sebastiânico Lucas Veríssimo. E depois porque jogou sem alas. As faixas laterais seriam teoricamente ocupadas pelos laterais, o Diogo na direita e o Grimaldo na esquerda, para justificar aquela opção táctica pelos três centrais. No meio campo não houve grandes alterações, com Weigl ao lado Taarabt, e Pizzi na ligação à frente, onde reapareceu a dupla Darwin e Waldschemidt.
As coisas não começaram a correr muito bem, e percebeu-se facilmente que aquilo não estava trabalhado. E, pior, que os jogadores não conviviam lá muito confortavelmente com o sistema. Mas como a primeira parte foi morna, e na única grande oportunidade, Aubameyang falhou o golo, a equipa lá se foi aguentando.
A segunda parte foi mais mexida, e só por isso um bocadinho mais entusiasmante. E cedo, dez minutos depois do regresso dos balneários, chegou ao golo e à vantagem. Não porque, em boa verdade, a justificasse, mas porque felizmente as leis da UEFA não são as da Liga Portuguesa, e lá não é proibido assinalar penaltis a favor do Benfica. Isso. Penalti, Pizzi e golo.
O jogo estava então mais equilibrado e poderia admitir-se que, em vantagem, os jogadores do Benfica pudessem reforçar a confiança, e abrirem-se novas perspectivas à equipa. Só que a vantagem durou dois minutos, menos tempo que o necessário para discorrer aquele raciocínio. Envolvimento atacante do Arsenal em cima da área, como em tantas vezes durante o jogo e defesa do Benfica atrapalhada. Pizzi tira a bola mas ela vai bater em Weigl, e ressalta para um adversário, que noutra circunstância até estaria em fora de jogo, cruzamento (de Cedric) para a área, com toda a defesa do Benfica batida, e golo fácil do miúdo Saka.
O Benfica ainda conseguiu duas boas oportunidades de golo, numa boa jogada de Rafa (entrara ao intervalo) que a conclui com um excelente remate de trivela. Leno negou o golo. E à entrada do último quarto de hora, dessa vez com o remate de Everton a sair perto do poste, com Leno batido. Mas o Arsenal esteve sempre mais por cima, e criou mais oportunidades.
À medida que o jogo se aproximava do fim os jogadores do Benfica iam rebentando, uns atrás dos outros. Valeu o resultado, que não é bom. E valeu que o Arsenal achou que o resultado não estava mal de todo. E que também já não podia muito mais!