Vender a alma
Esta coisa de tudo se vender, de tudo servir para fazer o dinheiro que não vem de onde deve vir, ou que não há de todo, dá sempre nisto.
Chamam-lhe naming, mas é um negócio de alma. Quando não há mais nada para vender, vende-se a alma. Foi aí que chegamos, com toda a gente a vender a sua própria alma e, depois, a vender todas as que lhe apareçam pela frente, mesmo as que não estão à venda.
A Rosa Mota não terá aceitado vender a sua quando, ao que se diz, aceitou a proposta de Rui Moreira para mudar o nome do velhinho Pavilhão Rosa Mota do Palácio de Cristal para o recuperado pelo dinheiro da cerveja "Pavilhão Rosa Mota – Super Bock Arena". Mas terá vendido parte dela, o que para o Presidente da Câmara do Porto, especialista no negócio, bastava. E bastou para, do alto da sua hipocrisia, reduzir tudo a um pequeno nada: de "Pavilhão Rosa Mota – Super Bock Arena" a "Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota", não vai grande diferença.
Por maior que esteja à vista!